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Tomorrowland - Um Lugar Onde Nada é Impossível | Crítica

Um filme otimista e encorajador para enfrentarmos o futuro sombrio que só queremos ver no cinema 

26.05.2015, às 18H00.

Se você mora em São Paulo e estudou em colégios paulistas deve se lembrar das aulas de geografia em que se falava de um rio Tietê limpo até o início do século 20 e no trabalho necessário para torná-lo saudável novamente no futuro. No meu caso, lá nos anos 1980, este futuro parecia muito longe, mas já estamos nele, o rio continua poluído e os políticos fazem novas promessas para daqui a 30 anos. O mesmo se aplica ao aquecimento global, falta de energia, água potável, fome e tantos outros problemas causados pelo homem. Não é à toa que a ficção de hoje olha para frente e só consegue ver um futuro distópico, em que tudo deu errado e só vai piorar.  

Na contra-mão desta ideia, o cineasta Brad Bird  (Gigante de FerroOs Incríveis,RatatouilleMissão: Impossível - Protocolo Fantasma) e o roteirista  Damon Lindelof (LostPrometheus,Além da Escuridão: Star Trekvoltaram no tempo e acharam nos anos 1960 um futuro utópico, com mochilas-voadoras, prédios brilhantes e pessoas felizes. Enfim, um lugar muito melhor para se viver do que o deserto de Mad Max, as cidades devastadas de The Walking Dead ou o mundo dominado pelas máquinas de Matrix ou Exterminador do Futuro.  

Tomorrowland - Um Lugar Onde Nada é Impossível (Tomorrowland, 2015) é inspirado no passeio dos parques da Disney e vem carregado de lições. A personagem principal, Casey Newton (Britt Robertson) é inteligente, bonita e, principalmente, otimista. Ela não desiste de suas batalhas e é levada por Athena (Raffey Cassidy) até Frank Walker (George Clooney), um velho e rabugento cientista que já esteve em Tomorrowland e não tem o menor interesse em voltar para lá. Mas Casey não desiste e, assim, eles iniciam sua aventura até a terra do amanhã do título em inglês.

As personagens femininas fortes se encaixam no presente do cinema em que filmes como Valente, Frozen e Jogos Vorazes mostram que as meninas não estão mais brincando de casinha e esperando seus príncipes encantados. Méritos às jovens Britt Robertson e Raffey Cassidy, que estão muito bem nos seus papeis - muito melhor do que os veteranos George Clooney e Hugh Laurie, ambos sem o brilho ou a intensidade que já demonstraram em outros trabalhos.

Mas não é por culpa deles que o filme recebeu críticas tão negativas na sua semana de estreia nos Estados Unidos e Europa. O seu início bizarro e o clímax são os pontos negativos do filme, mas o espetáculo visual e, principalmente, a mensagem que ele tenta passar às pessoas - em especial às crianças - são motivos suficientes para sair do cinema mais cheio de esperança e disposto a fazer algo por um futuro realmente melhor para a gente e os que ficarão em nossos lugares.

Ou talvez seja o meu lado otimista falando mais forte, mas estou errado em querer para meus filhos passeios em trens voadores - ou ao menos uma caminhada pelo rio Tietê, como é tão comum no Tâmisa, em Londres, e no Sena, em Paris? 

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Nota do Crítico
Ótimo