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Ultravioleta | Crítica

Ultravioleta

28.04.2006, às 00H00.
Atualizada em 21.09.2014, ÀS 13H20

Ultravioleta
Ultraviolet
EUA, 2006, 88 min
Ficção Científica

Direção e roteiro: Kurt Wimmer

Elenco: Milla Jovovich, Cameron Bright, Nick Chinlund, William Fichtner, Sebastian Andrieu, Chris Garner, Jennifer Caputo, Ida Martin, Ricardo Mamood, Steven Calcote

Ultravioleta (Ultraviolet, 2006) é um exemplo claro da falta de imaginação de um roteirista/cineasta. Para "criar" seu projeto, Kurt Wimmer misturou todas as referências possíveis dos filmes de ação, aventura e ficção que podia e bateu no liquidificador. O resultado final é tão palatável quanto uma vitamina que misture abacate e carne moída.

A história se passa em um futuro não muito distante. Na tentativa de criar super-soldados surgiu um vírus que transforma os infectados em seres mais rápidos, fortes e inteligentes. Eles são tratados, porém, como pária da sociedade, segregados em guetos e, enfim, quase extintos. Um pequeno grupo de sobreviventes, porém, luta contra este sistema e seu tirano maior. Em uma missão especial, a agente Violet (Milla Jovovich) tem que entrar no quartel general do governo e roubar uma maleta. Curiosa sobre o conteúdo, ela dá uma proibida espiada e descobre uma criança. Como havia sido forçada a abortar um filho quando foi infectada, seu instinto maternal cresce e ela passa a lutar até mesmo contra os seus antigos aliados, que querem a criança morta.

A gente somos inútil!

O filme é tão ruim que lembra os versos de "Inútil", música da banda oitentista Ultraje a Rigor. É uma história de vampiros quase sem sangue. Se diz baseado em uma série de HQs que nunca existiu. Tenta colocar um pano de fundo apocalíptico com viés político ao mostrar segregação de grupos, mas não se aprofunda no tema. Roda seqüências inteiras com tela verde e depois não consegue criar cenários virtuais capazes de enganar os olhos do público.

Enfim, é uma mistura de Aeon Flux com Alias, Matrix, Kill Bill, Underworld, Blade, X-Men e o que mais você pensar. Porém, em vez utilizar o que há de melhor nos projetos anteriores para criar algo realmente diferenciado e gostoso de se assistir, o que se vê na tela é uma linda ex-modelo correndo, pulando, voando e trocando as cores da sua roupa de couro e cabelos sem explicação alguma.

Aliás, se não fosse Milla Jovovich, o filme não seria digno nem de ser lançado direto em DVD. A ucraniana se esforça muito, diz que ficou um ano inteiro se preparando para o papel, tendo aulas de artes marciais e aprendendo a usar o seu corpo para participar das cenas lutas. O resultado se vê nas telas. Ela realmente se mexe com graça e leveza e pode até salvar o mundo em que sua personagem vivia, mas não tem os superpoderes necessários para salvar Ultravioleta do fracasso.

Nota do Crítico
Ruim