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Crítica

Vovô Sem Vergonha | Crítica

Turma de Jackass se mete a fazer um filme com história

21.10.2014, às 11H19.
Atualizada em 29.06.2018, ÀS 02H48

Já se passaram mais de 10 anos desde que o programa Jackass foi cancelado na MTV e achou seu espaço nos cinemas, sob o selo de filmes voltado ao público jovem criado pela própria emissora. De lá para cá, três longas-metragens já foram lançados, o último deles em 3D, e todos abriram em primeiro lugar nas bilheterias dos EUA. E agora chega a hora do primeiro filme de ficção escrito, produzido e estrelado pela turma de Jackass e seu astro principal, Johnny Knoxville (O Último Desafio, Homens de Preto II).

Vovô Sem Vergonha

Vovô Sem Vergonha

Vovô Sem Vergonha

Vovô Sem Vergonha

Vovô Sem Vergonha (Bad Grandpa, 2013) é, na verdade, um produto que já existia antes e havia sido bem testado. Irving Siszman (Knoxvillle) apareceu primeiro na série de TV e nos outros filmes da série como um velho que usava aqueles quadriciclos elétricos comuns nos EUA para tirar rachas com outros "velhinhos" ou em “pegadinhas” em que descia sem freio ladeiras de San Francisco, cantava rap ou saía por aí balançando seus testículos - acredite, eles são quase atores coadjuvantes aqui.

O enredo de sua primeira aventura solo começa quando a esposa de Irving morre. Porém, antes de conseguir celebrar sua liberdade, ele terá que cuidar de seu neto enquanto a filha dele vai para a prisão. No intuito de largar logo o moleque com o pai, os dois iniciam um “road movie” todo torto, com todo tipo de coisa errada que se pode esperar de quem fez Jackass.

A história é contada em meio a pegadinhas que vão desde derrubar a esposa durante o velório a roubos em lojas de conveniência. Várias das situações mostradas não são novidade para quem viu os trailers ou acompanhou as outras produções anteriores da Dickhouse Productions, empresa de Knoxvillle, o diretor Jeff Tremaine e Spike Jonze (Quero Ser John Malkovich, Onde Vivem os Monstros), que aqui assina a produção e também aparece nos créditos, como o antigo amor de Irving, em sequência que foi deletada e estará apenas nos DVDs/Blu-ray.

A falta de novidade aliada a uma história fraca e mal contada diminuem a força das pegadinhas, que são bem engraçadas, mas não a ponto de conseguir superar estes problemas. A comparação com o filme do Borat também é quase obrigatória. Mas se o jornalista Cazaque servia para apontar e cutucar as feridas do "American Way of Life", Vovô Sem Vergonha só quer zoar, causar e, se possível, comer alguém.

E parece que nem eles mesmos acreditam na piada. Ao final do filme, durante os créditos, Knoxvillle e sua equipe aparecem mostrando suas câmeras, abrindo para as pessoas a "pegadinha" e quebrando toda a magia do cinema. Desperdiça-se, assim, a cara-de-pau de Knoxville (irreconhecível atrás da ótima maquiagem e com voz de velho) e Jackson Nicoll, o netinho que tem de aturar as escapadas do vovô sem vergonha. Se for para contar histórias deste jeito, prefiro que voltem a se concentrar nos sketches e na porralouquice.

Nota do Crítico
Regular