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Sindicato da Animação repudia Disney por apoio a projeto de lei anti-LGBTQIA+

Entidade afirma que posicionamento favorável à legislação é “um erro que desafia a lógica e a ética” da companhia

09.03.2022, às 13H32.
Atualizada em 09.03.2022, ÀS 15H13

O financiamento da Disney a um projeto de lei LGBTQfóbico no estado da Flórida foi repudiado pelo Sindicato da Animação dos Estados Unidos (TAG, em inglês). Por meio de uma nota oficial em seu site, a entidade condenou o posicionamento da empresa e seu CEO Bob Chapek, afirmando que as doações do estúdio ao projeto “Don’t Say Gay” é “um erro que desafia a lógica e a ética” da companhia, que frequentemente se promove em cima de pautas LGBTQIA+.

A Walt Disney Company tem a oportunidade de ser uma líder a serviço da comunidade LGBTQIA+ de um jeito que poucas outras empresas podem igualar”, afirmaram o conselho executivo do TAG e o comitê queer da entidade, o QueerTAG, em um comunicado conjunto. "Expressamos nossa decepção com as declarações dos líderes da Disney sobre a lei Don’t Say Gay na Flórida. Aplaudimos as muitas vozes de aliados, colegas e mais, que têm se pronunciado e reproduzindo essa decepção”.

O TAG reforça ainda que este é o momento para que as empresas “provem que suas intenções não são desonestas” ao promoverem publicamente pautas de diversidade e “comprovem suas palavras com ações definitivas”.

Entenda o caso

O projeto “Don’t Say Gay” circula atualmente no estado norte-americano da Flórida e tem como objetivo proibir que escolas e professores reconheçam a existência de pessoas LGBTQIA+. Além disso, a lei impõe que alunos queer que confidenciem suas identidades a professores sejam expostos aos pais ou responsáveis, tirando do aluno a escolha de quando e como se assumir publicamente.

Em 3 de março, foi revelado que a Disney apoia financeiramente lobistas do projeto. Como resposta, o CEO Bob Chapek afirmou em comunicado que “entende a importância que esse assunto tem para nossos funcionários LGBTQ+”. O estúdio, no entanto, não abriu mão das doações ao projeto, dizendo que o maior impacto que a empresa pode ter na criação de “um mundo mais inclusivo é através do conteúdo inspirador que produzimos”.

A fala de Chapek, assim como a manutenção do financiamento à uma lei homofóbica, levou funcionários da Disney, como o roteirista Benjamin Siemon (Ducktales), Dana Terrace (A Casa Coruja), Bill Motz (Operação Big Hero: A Série), Sascha Paladino (Mira, A Detetive do Reino) e mais a repudiarem publicamente a empresa e seu CEO.