| ||||||
Para o aniversário de 25 anos de Jornada nas estrelas, em 1991, a Paramount resolver apostar suas fichas novamente no diretor Nicholas Meyer, responsável pelo sucesso de Jornada nas estrelas II - A ira de Khan, e um dos roteiristas do outro ponto alto da cinessérie até então, Jornada nas estrelas IV - A volta para casa.
Após ver William Shatner enterrar Jornada nas Estrelas V três anos antes, os fãs talvez não esperassem que Jornada nas estrelas VI - A terra desconhecida conseguisse resgatar o fôlego para a franquia nas telonas, mas o que pôde ser visto no final de 1991 (e abril de 1992 no Brasil) foi um misto de realidade (um paralelo com o fim da guerra fria entre EUA e URSS), Shakespeare, fé no futuro da humanidade e as personagens mais carismáticas do século 23 em plena forma... mesmo que em sua última aventura.
Após uma catástrofe em seu planeta natal, o temido Império Klingon - os mais famosos inimigos da Federação Unida de Planetas - não tem outra solução a não ser abandonar décadas de hostilidades que não podem mais garantir e abrir negociações de paz. Para realizar a façanha do primeiro contato amistoso, a cúpula da Federação decide enviar a praticamente aposentada tripulação da USS Enterprise-A, comandada por James T. Kirk (William Shatner). No meio do caminho, intrigas, traições e o assassinato do chanceler Klingon a caminho da Terra tornam Kirk e McCoy (DeForest Kelley) prisioneiros e condenados à prisão perpétua em um planeta-prisão. O restante da tripulação da Enterprise, agora comandada por Spock (Leonard Nimoy), e a USS Excelsior, capitaneada por Sulu (George Takei), precisam salvar o capitão e travar a derradeira batalha pela paz, antes que seja tarde demais.
O roteiro do sexto filme de Jornada apóia-se no término da animosidade entre os Estados Unidos e União Soviética, bem na época da Glasnost promovida por Mikhail Gorbatchev. Gorkon (David Warner), o chanceler Klingon, é um misto do líder soviético e Abraham Lincoln. Como vilão principal, o veterano Christopher Plummer mostra todo seu talento na pele do caolho general Chang, enquanto Kim Cattrall, que se tornaria famosa como a devoradora de homens Samantha Jones de Sex and the city, interpreta Valeris, vulcana protegida de Spock e que tem um papel importante na trama.
Os discos
Como de costume, a Paramount lança o DVD em disco duplo, recheado de material especial. O filme sofreu uma remasterização e teve até inserção de novas tomadas em algumas cenas específicas.
O disco 1 traz duas faixas de comentários. A primeira delas, em áudio e com legendas em português, apresenta o diretor Nicholas Meyer e o roteirista Denny Martin Flinn. A segunda, apenas legendada, tem como atrativo os comentários e curiosidades de Michael Okuda, autor da Star trek encyclopedia.
No disco 2, muitos documentários, homenagem ao falecido DeForest Kelley, trailers de cinema e ainda um especial produzido para ser exibido em uma convenção de fãs norte-americanos em 1991. Tudo legendado em português.
Data Estelar 9529.1
A terra desconhecida consegue ser tão bom quanto A ira de Khan, e não é coincidência que o diretor seja o mesmo. Nicholas Meyer imprimiu uma visão diferente a Jornada, algo com que o criador da série Gene Roddenberry não concordava. Afastado da produção dos filmes e concentrado na série de TV, A nova geração, Roddenberry morreu em outubro de 1991. Já bem debilitado, assistiu a uma exibição particular de Jornada VI, que estrearia em dezembro daquele ano nos cinemas. Gostou do filme, mas não o aprovou.
Quantos aos fãs, é unânime a opinião de que a despedida da tripulação clássica trouxe o melhor de Jornada nas estrelas. A esperança de que a humanidade deixasse de lado seus preconceitos e vivesse em paz, garantindo assim o melhor dos futuros... ou, nas palavras de Shakespeare, a terra desconhecida.
Saiba tudo sobre Jornada nas Estrelas visitando o Trek Brasilis.