[Atualização 13/11, às 16h50] A Playboy alemã admitiu erro na controversa entrevista do compositor italiano Ennio Morricone, publicada na sua última edição, em que ele teria criticado o diretor Quentin Tarantino. Em nota, o editor-chefe Florian Boitin afirmou que algumas frases atribuídas ao entrevistado estão equivocadas (via Hollywood Reporter).
"Até agora, considerávamos o freelancer que conduziu a entrevista com Ennio Morricone em nosso nome um jornalista de impresso e de rádio renomado. No passado, não tivemos motivos para duvidar da sua integridade jornalística e competências. Com base nas informações que temos à nossa disposição neste momento, infelizmente temos que assumir que as palavras ditas na entrevista foram, em parte, reproduzidas incorretamente. Gostaríamos de expressar nosso arrependimento caso o Sr. morricone tenha sido retratado erroneamente. Estamos trabalhando para esclarecer esse assunto e estamos estudando as medidas legais."
A revista, porém, não deixou claro quais trechos são falsos, nem confirmou se há uma gravação da conversa. Sobre a entrevista, sabe-se que o jornalista Marcel Anders conversou com Morricone no final de junho, em Roma.
Na matéria, dizia-se que Morricone criticou os métodos do Quentin Tarantino, chamando-o de "cretino". Entre as declarações polêmicas atribuídas ao compositor, estava a seguinte: “Ele apenas rouba dos outros e coloca tudo junto. Não existe nada de original nisso. E ele nem chega a ser um diretor. Não pode ser comparado com diretores de verdade de Hollywood como John Huston, Alfred Hitchcock e Billy Wilder. Eles eram incríveis. O Tarantino somente reaproveita coisas antigas”.
Após a publicação da entrevista, Morricone veio a público, negando ter feito tais comentários e ameaçando a processar a revista. Na ocasião, a Playboy alemã defendeu o jornalista que assinou a matéria e manteve a versão veículada.
Morricone, que ficou conhecido por conta das trilhas que criou nos filme de velho oeste de Sergio Leone, venceu o Oscar de Melhor Trilha Sonora Original por Os Oito Odiados, de Tarantino.
Confira a nota original a seguir [fim da atualização]:
Ennio Morricone atacou Quentin Tarantino. O histórico compositor italiano, que venceu o Oscar de Melhor Trilha Sonora Original por Oito Odiados, chamou o cineasta de “cretino” e criticou os métodos do diretor em entrevista à Playboy da Alemanha (Via Vulture)
“Ele apenas rouba dos outros e coloca tudo junto. Não existe nada de original nisso. E ele nem chega a ser um diretor. Não pode ser comparado com diretores de verdade de Hollywood como John Huston, Alfred Hitchcock e Billy Wilder. Eles eram incríveis. O Tarantino somente reaproveita coisas antigas”, afirmou.
Morricone, que ficou conhecido por conta das trilhas que criou nos filme de velho oeste de Sergio Leone, falou que os filmes de Tarantino são “lixo” e ainda criticou o processo de criação do cineasta. “Ele me liga do nada e quer uma trilha finalizada em poucos dias, isso me deixa louco, pois é impossível”.
O nono filme de Tarantino já confirmou Leonardo DiCaprio como Rick Dalton, Brad Pitt como Cliff Booth e Margot Robbie como Sharon Tate. Os atores Al Pacino, Burt Reynolds, Tim Roth, Kurt Russell, Michael Madsen, Dakota Fanning e Damian Lewis completam o elenco. Damon Herriman, conhecido por seu trabalho em Justified, será Charles Manson.
Ambientado em Los Angeles no ano de 1969, o filme acompanha Rick Dalton (DiCaprio), ex-astro de uma série de TV, e seu dublê de longa data, Cliff Booth (Pitt), que lutam para chegar a Hollywood ao mesmo tempo em que a vizinha de Rick é Sharon Tate (Robbie), uma mulher extremamente famosa.
Este será o primeiro filme de Tarantino desde que se desvinculou da Miramax e da The Weinstein Company, onde construiu sua carreira colaborando com Harvey Weinstein. O diretor tomou esta atitude após as denúncias de abuso sexual contra o produtor. Sobre o assunto, Tarantino disse que sabia o suficiente para ter tomado uma atitude - leia mais. O longa chega aos cinemas em 26 de julho de 2019.