Jinx (Halle Berry), Miranda Frost (Rosamund Pike) e Zao (Rick Yune) |
O Omelete entrevistou Rosamund Pike, uma das bond girls de 007 - um novo dia para morrer. Mas, atenção: O artigo abaixo contém algumas informações sobre o roteiro do filme!
Como é ser uma bond girl?
Rosamund Pike: Muito bom, eu acho. Quando te chamam para um projeto deste tamanho, você tem os seus pré-conceitos. Eu tinha a minha idéia do que era uma Bond girl e fiquei imaginando como eu ia me encaixar neste sistema porque todo mundo logo associa com as silhuetas dos créditos de abertura.
Já que você tocou no assunto, como você se sente em relação ao seu corpo?
RP: A série cultua o corpo desde o começo então tive que malhar muito para este filme, principalmente por causa das cenas com esgrima. Eu queria ter um corpo parecido com o de uma atleta de verdade.
Como é Miranda Frost?
RP: Ela é muito mais interessante e complexa do que as bond girls do passado, especialmente quando você pega só as vilãs. Os diretores sempre tendem a encher o filme destes personagens que têm uma técnica de luta, ou uma arma especial, e acho que Miranda se diferencia porque ela é pessoa normal. Ela tem algo com que as pessoas podem se identificar.
Ela é uma mulher muito competitiva que acaba perdendo o rumo. Ela foi para a Olimpíada de Sydney e de repente ela tá no meio destes problemas políticos na Coréia do Norte. Ela chega a ser ingênua de assumir tudo isso, embora o que a incentive seja essa sua passionalidade com o que está fazendo naquele momento. Chega a ser estranho alguém com aquela experiência acabar do outro lado. Acho que é porque ela tem esta gana de ser sempre a melhor.
É mais divertido ser malvada?
RP: Sempre é! hehehe
O que você gostou mais, usar revólver ou espada?
RP: Segurar um revólver dá mais a impressão de que você está num filme do Bond. O bom foi que me adaptei muito bem tanto usando revólver quanto na esgrima, dois esportes que eu nunca imaginei praticar.
Mas eu sou completamente contra armas de fogo e qualquer coisa relacionada a elas. A primeira vez que vi uma, eu fiquei aterrorizada. Como coisas tão pequenas podem matar tanta gente?
Você atuou diretamente na cena com a Madonna. Como foi?
RP: Foram seis meses de filmagem. Logo de cara, eu conheci Judi Dench (M) e no último dia teve esta cena com a Madonna. E no meio, claro, Pierce e Halle.
É estranho você ver alguém que você conhece tão bem quanto a Madonna. Vejo a cara dela desde que sou criança. Cresci ouvindo os discos que ela lançava. De repente eu olho e ela está ali, do lado.
É estranho demais você saber tanto sobre esta pessoa e ela não saber nada sobre você. E ela é mesmo meio intimidante. Mas ao fim do dia ela estava fazendo piadas. Foi muito divertido.
Uma coisa engraçada é que Lee Tamahori [o diretor] chamava todo mundo pelo nome do personagem. Ele falava o Bond vai ficar aqui, Graves, aqui e quando chegava na hora de falar onde ela deveria ficar, ele falava Madonna.
Qual foi a parte da filmagem que você mais gostou?
RP: Acho que foi fazer parte daquelas cenas clássicas, como a do Martini, que é a mais glamourosa de todas.
Deixaram você ficar com alguma coisa do figurino?
RP: Eles me deram a espada que eu uso na luta final com Halle. Mas Pierce ficou com o Aston Martin! (risos)
Foram quantos dias de treinamento para a luta com espadas?
RP: Foram quatro semanas e apesar de ser algo até que fácil de executar, eu ralei bastante principalmente porque naquela época isso me ajudou a entender melhor quem ela era.
Eu ouvi que o nome do personagem mudou no meio do caminho. Como era antes?
RP: Mudou. Era Gala Brand, que não é tão legal, né? Era um personagem de Moonraker [o livro]. Mas daí eles acharam melhor não mudar tanto a personagem porque tem muita gente por aí que é maluco pela série e poderia não gostar da mudança. Por isso criaram Miranda.
Qual o proximo trabalho?
RP: Eu ainda não sei. Ia fazer um filme na Nova Zelândia, mas decidi ficar e fazer a turnê publicitária do Bond. Tenho que ter muito cuidado na hora de escolher o próximo filme porque as palavras Bond Girl vão ficar brilhando no meu currículo.
E como tudo comecou?
RP: O diretor de elenco ligou para o meu agente. Eu pensei que fosse alguma brincadeira. Mas daí fiz o teste sem nenhuma expectativa, porque se eu não conseguisse, não seria nenhuma vergonha. E eles me escolheram! Foi algo inesperado, porque não tinha nada a ver com os meus trabalhos anteriores.
Como foi o seu teste?
RP: No começo foi muito frio porque eu não esperava conseguir o papel, não me achava a pessoa certa, mesmo porque eu imaginava aquele mulherão vestido numa roupa de couro, enfim, todo aquele estereótipo. Mas depois foi tudo tão rápido, como eletricidade! No segundo dia eu encontrei Lee Tamahori e ele me levou para [o estúdio] Pinewood, para fazer teste de câmera. Parecia um daqueles programas Bond Girl por um dia, um monte de câmeras, luzes, cenários, tudo montado ali para mim. Foi horrível!
Como você lida com esta publicidade em torno de você agora?
RP: Faz parte do trabalho. Só me resta aceitar isso, afinal, você sabe que mais cedo ou mais tarde isso vai acabar acontecendo. Não tem como ficar se escondendo. Mas o melhor é que estou orgulhosa de ter feito este filme e estou muito empolgada de poder falar sobre isso para todo mundo.