Menos de 48 horas antes de os membros da Sindicato dos Atores de Hollywood (SAG-AFTRA) começarem a votar na ratificação do seu novo acordo com os estúdios, a categoria divulgou um resumo extenso do contrato potencial de três anos. Quanto ao uso de tecnologias de Inteligência Artificial, um dos principais imbróglios entre os atores e os estúdios, o acordo estipula diretrizes para a criação, utilização e modificação de "réplicas digitais" de artistas. As informações são do Deadline.
Essas réplicas seriam as imitações da voz ou imagem de um artista para representá-lo em cenas ou trilhas sonoras, nas quais o artista não atuou de fato, através de IA. O novo texto da categoria estipula duas categorias de réplicas: produzidas por grandes estúdios e as criadas por produtoras independentes. Os atores podem negociar individualmente sua compensação pelas réplicas feitas por produtoras independentes.
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Em contrapartida, os atores contratados diretamente por estúdios receberão remuneração pela criação e uso de suas réplicas de inteligência artificial em projetos adicionais, outras mídias e produtos derivados. Para a replicação de atores de fundo, o acordo protege esses profissionais de serem substituídos por réplicas digitais, declarando que as réplicas não devem ser usadas para substituir figurantes nem para evitar a contratação destes.
É enfatizado, no entanto, que o consentimento explícito e claro do ator, seja principal ou coadjuvante, é necessário para o processo de replicação, tanto para o uso na produção original quanto para qualquer uso subsequente. Isso inclui também o consentimento para alterações digitais de atuações já gravadas, a menos que se mantenham substancialmente fiéis ao que foi originalmente escrito, interpretado e/ou gravado.
O acordo menciona que, caso os movimentos labiais ou faciais de figurantes sejam alterados para parecer que estão falando e diálogos sejam adicionados, eles serão promovidos à categoria de elenco de apoio.
O contrato provisório inclui um aumento de 7% na maioria dos salários mínimos da categoria, um novo bônus de participação de US$40 milhões para artistas que trabalham em produções de streaming que alcançam um certo patamar de sucesso, mais de US$1 bilhão em novos salários e financiamento de planos de benefícios, proteções contra o uso de inteligência artificial, exigência de coordenadores de intimidades presentes em todas as cenas de nudez e sexo simulado, serviços adequados de cabelo e maquiagem para todos os artistas com tons de pelo e cabelos diversos, entre outros.
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O Comitê do SAG-AFTRA aprovou o acordo por unanimidade na última quarta-feira (8), conforme anunciado pelo sindicato. Com isso, a paralisação da categoria chegou ao fim às 00h01 de 9 de novembro, no horário de Los Angeles (5h01 no horário de Brasília).
A paralisação não só barrava as filmagens de muitos projetos que contam com intérpretes filiados ao SAG, como também impedia a participação desses atores em eventos de imprensa para filmes que já estão completos.
O SAG-AFTRA também contava com a pressão adicional por parte dos roteiristas, que deflagraram greve em maio, mas chegaram a um acordo para a revisão dos contratos em outubro. Com o fim da paralisação dos roteiristas, algumas produções já retomaram as atividades.
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