Se você não curtiu Hellboy e o Homem Torto, talvez tenha sido porque ele não foi feito para você. Em entrevista ao Omelete, o diretor e corroteirista Brian Taylor falou de sua atitude ao assumir o comando do filme, e parece que o objetivo dele era agradar só uma pessoa: Mike Mignola, o criador de Hellboy nos quadrinhos.
“Eu entrei nesse projeto com a atitude de quem sabia que não ia agradar a todo mundo. Certamente, os fãs dos filmes de Guillermo Del Toro [que fez dois filmes de Hellboy, em 2004 e 2008] vão encontrar algo diferente aqui, porque não estamos fazendo uma grande space opera de US$ 150 milhões. É um filme menor, mais contido”, comentou.
Sabendo dessa resistência que talvez encontrasse entre o público, Taylor colocou outra coisa na cabeça: “Para mim, este é um filme feito para uma plateia de uma pessoa: Mike Mignola. Quero que Mike fique feliz com o filme, fique feliz em ver o seu Hellboy. O Homem Torto é o arco favorito dele nos quadrinhos”.
Taylor ainda acrescentou que, caso o artista Richard Corben estivesse vivo - o autor dos desenhos do arco que inspirou Hellboy e o Homem Torto faleceu em 2020 -, a sua plateia seria de duas pessoas. “Esse era o meu único objetivo, porque eu sei que Mike nunca sentiu que o seu personagem realmente chegou às telas. Hellboy sempre se transformou no personagem de outra pessoa durante o processo de adaptação”, disse.
“Eu tenho muito amor e muito respeito por ele como artista, pelo que ele fez com Hellboy. Amo todos os arcos dos quadrinhos. Queria que ele sentisse, finalmente, que a sua história ganhou vida”, completou o cineasta.
Em Hellboy e o Homem Torto, o Vermelhão (Jack Kesy) está em uma missão pela BPRD durante os anos 1950 quando topa com um vilarejo arrasado, mas lotado de bruxas, todas sob o comando do Homem Torto do título. Ao lado da parapsicóloga Bobbie Jo (Adeline Randolph), Hellboy busca libertar os habitantes dessa maldição, e talvez descobrir um pouco mais sobre o seu passado.
Hellboy e o Homem Torto já está em cartaz nos cinemas brasileiros.