Jogos Mortais IV

No início de 2005, nós brasileiros conhecemos Jigsaw (Tobin Bell), um revanchista engenheiro que queria ensinar as pessoas a dar mais valor às suas vidas, já que a dele estava com os dias contados. Em novembro do mesmo ano, acompanhamos mais dos seus Jogos Mortais e ficamos sabendo que ele conseguiu uma ajudante, já que seu estado de saúde estava cada vez pior. Em 2006, vimos seu último teste de vida-(mutilada)-ou-morte. Opa, peraí! Estamos chegando ao fim de 2007, e tão pontual quando a Maria Meneghel, cá está ele de novo para nos aterrorizar.

Apesar de achar que Jigsaw pode a qualquer momento se levantar da mesa do necrotério e começar a falar, ele está mesmo morto. Seu legado, porém, dá sinais de que ainda vai longe. Antes de seu coração bater pela última vez, ele deixou mais uma rodada de armadilhas e testes montada e tudo (re)começa no momento em que uma microfita é achada em seu estômago pelo médico legista.

Sobreviventes

Continuando a sua história do filme anterior, o detetive Rigg (Lyriq Bent) entra em desespero quando vê sua ex-colega Kerris (Dina Meyer) no papel de vítima do serial killer. Obcecado com idéia de acabar com essas mortes, Rigg acaba sendo escolhido como sua próxima vítima e é envolvido no novo jogo. Mas ele não é o único. Seu chefe, Hoffman (Costas Mandylor), foi capturado e está sendo mantido prisioneiro ao lado do detetive Eric Mathews (Donnie Wahlberg de volta à série para uma participação especial depois de ter feito o segundo filme). Em alguns minutos tudo se resolverá. As peças se encaixarão e, caso as lições sejam aprendidas, eles poderão continuar suas vidas.

Correm atrás do detetive Riggs dois agentes do FBI, Perez (Athena Karkanis) e Strahm (Scott Petterson), que caem no batido estereótipo "tira bom/tira mau" na hora de interrogar a ex-esposa do assassino (Betsy Russel), que depois de um pouco de pressão acaba contando por que seu ex-marido acaba se tornando o Jigsaw. Jogos Mortais IV (Saw IV, 2007), então, é uma espécia de "Ano I" do personagem e também um reinício da série, agora sem ele no comando direto, mas já garantida para os episódios V e VI.

O número elevado de personagens e a já comprovada necessidade do diretor Darren Lynn Bousman (Jogos Mortais II e III) de picotar a película a cada 48 quadros (também conhecidos como 2 segundos) deixam o filme frenético a ponto de não se conseguir ler praticamente nenhuma das ordens deixadas pelo vilão. Tudo bem que o intuito aqui é só mostrar armadilhas e o sofrimento dos que estão presos, mas custava dar um tempo para o público raciocinar e tentar desvendar o quebra-cabeças em vez de simplesmente sair rachando crânios e jorrando sangue por aí?

A resposta nós já sabemos e aqueles que gostam da série continuarão não ligando para ela. O que eles querem é ver o número máximo de cérebros explodindo... nunca porém, de pensar em como a franquia seria melhor se tivesse procurado explorar o caráter psicológico da tortura e não apenas o seu aspecto físico. A conta aqui é "Mais vale um cérebro na mão do que dois pensando".