Escolhido pela Warner para assumir o comando de Liga da Justiça após o polêmico afastamento de Zack Snyder, Joss Whedon respondeu, em entrevista publicada nesta segunda-feira (17) pela New York Magazine (via Vulture), as acusações feitas contra ele por Ray Fisher, Gal Gadot, Charisma Carpenter e pelas equipes de Buffy: A Caça-Vampiros e Firefly. Na matéria, o cineasta negou os relatos feitos ao longo dos últimos anos e ainda acusou fãs de Snyder de comandarem uma campanha difamatória contra ele nas redes sociais. “Não sei quem começou [a suposta campanha difamatória], sei em nome de quem isso foi feito”
Segundo o diretor, as afirmações contra ele feitas por Fisher - que relatou uma série de comportamentos abusivos e comentários autoritários durante as refilmagens de Liga da Justiça - não eram "verdadeiras ou dignas de discussão”. Whedon ainda questionou o caráter e a qualidade do intérprete do Cyborgue, definindo-o como “um mau ator, em todos os sentidos da palavra”.
Em relação ao depoimento de Gadot, que revelou ter tido a carreira ameaçada por Whedon quando pediu para que uma cena de teor sexista fosse cortada, o cineasta rebateu dizendo que “inglês não é a língua materna” da atriz e que, por isso, ela teria entendido sua fala “irritantemente cheia de floreios”. Por e-mail, Gadot reforçou que “entendeu perfeitamente” as palavras de Whedon. A acusação feita por ela, inclusive, coincide com o que foi dito por uma atriz da série Angel, que ouviu do cineasta que ela “nunca mais trabalharia com ele ou com a 20th Century Fox”.
A matéria, assinada por Lila Shapiro após algumas conversas com Whedon e vários profissionais com quem ele trabalhou, conta ainda com relatos como o de Cynthia Bergstrom, figurinista de Buffy que recontou uma discussão em que o diretor apertou seu braço tão forte que deixou marcas de unha em sua pele. Para Whedon, as acusações foram feitas por pessoas que usam “todas as palavras acusatórias da era moderna para me fazer parecer um monstro abusivo”.
Entenda o caso
Em julho de 2020, Ray Fisher acusou Joss Whedon de ter uma postura abusiva no set de Liga da Justiça, dizendo que ele foi apoiado em tais atos por Geoff Johns e Jon Berg, produtores do longa. Algumas semanas depois, o ator disse que estava coletando informações contra o diretor, que recebeu diversas acusações recentemente, incluindo de atrizes de Buffy, de um roteirista de Firefly e das equipes das séries Buffy e Angel.
Em meio a tudo isso, Fisher começou a falar também contra o estúdio, dizendo que o presidente da DC Films, Walter Hamada, pediu para ele "pegar leve" com Geoff Johns em suas queixas. Uma investigação interna foi aberta para apurar as acusações do ator e, em dezembro, a WarnerMedia disse que concluiu o processo e que "ações corretivas" seriam tomadas, sem divulgar maiores detalhes.
Com todo o caso, surgiu a dúvida sobre a volta de Ray Fisher ao papel de Ciborgue nos cinemas. O ator está na versão do Zack Snyder de Liga da Justiça, mas já confirmou que não vai aparecer no filme solo do Flash, como estava previsto.
Whedon assumiu as filmagens de Liga da Justiça depois da saída de Snyder da direção por problemas familiares. A reação negativa em torno do filme estimulou pedidos pela versão original do longa, já que muito material planejado pelo diretor não entrou na versão final. Após muito tempo, a Warner confirmou o lançamento do Snyder Cut, que já está disponível na HBO Max.