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Marighella | Wagner Moura explica cena pós-créditos do filme: "Emocionante"

Cinebiografia do guerrilheiro se encerra com brado do hino nacional entre atores

08.11.2021, às 17H45.

Marighella, a cinebiografia do guerrilheiro Carlos Marighella dirigida por Wagner Moura, surpreende ao incorporar em seu retrato de uma figura histórica brasileira um recurso mais típico dos filmes de ficção hollywoodianos: a cena pós-créditos; ou, mais especificamente no caso do filme, entre-créditos. Em conversa com o Omelete, o diretor explicou os bastidores da cena, que traz os atores Bella Carnero, Humberto Carrão, Luiz Carlos Vasconcelos e Guilherme Ferraz declamando o Hino Nacional brasileiro de forma agressiva.

"Toda cena em que eles estavam ali, juntos, eles faziam alguma coisa antes das filmagens, algum ritual de preparação", explicou Moura. "Nesse dia, eles se juntaram e começaram a cantar o hino nacional. Aquilo ali não era uma cena, era eles se preparando para outra cena que a gente ia fazer, mas e eu achei aquilo... Quando eu comecei a ver, eu achei aquilo tão bonito, tão emocionante, que eu pedi para filmarem".

Segundo o diretor, além de representar um momento de expurgo e descontração, após a intensa jornada emocional que propõe Marighella, a cena também representa uma "reivindicação do Hino Nacional" por parte da parcela progressista do Brasil.

Marighella, que traz Seu Jorge no papel do guerrilheiro, estreou em 4 de novembro, 52 anos depois dele, uma das principais figuras de oposição contra a ditadura militar, ser assassinado.

Anteriormente, o filme, que conta ainda com Adriana EstevesBruno Gagliasso e Herson Capri, estava marcado para estrear em abril de 2021, mas o plano foi adiado por causa da pandemia do coronavírus. Um adiamento prévio, em 2020, é atribuído por Moura a uma censura do governo federal via a Agência Nacional do Cinema (Ancine).

Marighella passou por vários festivais, inclusive o Festival de Berlim, onde estreou sob aplausos. O filme narra a vida do guerrilheiro em dois momentos, um em 1964 e outro entre 1968 e 1969, quando ele morreu em uma emboscada executada por policiais, na época da ditadura militar.