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Eli Roth é novo, pouco mais de 30 anos. Seu primeiro filme, Cabana do inferno, é divertido e se encaixa na nova onda de gore movies - filmes de terror em que cenas nojentas estão liberadas, aliás, são esperadas! O sucesso da primeira fita o tornou conhecido a ponto de se encontrar com Quentin Tarantino, que virou uma espécie de padrinho, aconselhando-o e dando uma força no seu segundo projeto, O albergue (Hostel), que ganhou notoriedade pelos seus pôsteres e trailers superviolentos. Em visita ao Brasil, o diretor recebeu o Omelete para um descontraído bate-papo. Vestindo uma camiseta vermelha com uma caveira e a palavra dead (morte), ele falou sobre sua amizade com Tarantino, seus próximos trabalhos e o humor presente nos filmes de terror.
De onde veio a idéia de O Albergue?
O Albergue veio de um site que o Harry Knowles, do site AICN, me enviou. A página mostrava que você poderia ir para a Tailândia e por 10 mil dólares poderia entrar em um quarto e dar um tiro na cabeça de um cara. O site dizia que esta pessoa estava lá por vontade própria e que sua família ficaria com metade do dinheiro. Meu primeiro pensamento foi Este lugar existe de verdade, ou é algo que alguém inventou? Mas para saber mais, eu tinha que colocar o número do cartão de crédito e fiquei pensando se for falso, eles têm o número do meu cartão de crédito. Se for verdadeiro, eles estão usando o meu cartão de crédito para matar pessoas. E essa idéia ficou na minha cabeça e quando Mike Fleiss e Chris Briggs - os produtores do remake de O massacre da serra elétrica - chegaram pra mim falando que queriam fazer um filme de terror com uns mochileiros, no início achei que era uma idéia estúpida. Mas daí veio a idéia. Eu sabia exatamente como fazer o filme, uma história sobre este lugar onde as pessoas pagam para matar outras pessoas.
Existem alguns clichês no filme, como achar que viajando você vai pegar todas as menininhas, ir para Amsterdã usar drogas, mas tudo isso é muito bem utilizado. Como você consegue balancear tudo isso sem deixar cair no lugar comum?
Eu queria que o filme tivesse algumas destas convenções e comecei a listar as coisas que os norte-americanos fazem quando vão viajar para o exterior. Ok, muitos deles vão para estudar e ter contato com novas culturas, mas apenas 12% da população do país tem passaporte. E muitos deles têm esta fantasia de que você pode ir para a Europa e fazer o que quiser. Fazer todas as coisas que não pode fazer nos Estados Unidos. O mais engraçado é que tudo o que eles fazem no filme, eles podem fazer nos Estados Unidos. Dá para conseguir drogas e prostitutas por lá, a diferença é que em Amsterdã tudo isso é legalizado.
Na verdade, o que os norte-americanos estão pagando é pela experiência de controlar outra pessoa. Eles querem ir a um bordel e pegar uma prostituta para sentir como isso funciona. Por isso que eu resolvi ambientar o filme lá, afinal, no fim, eles meio que se tornam as prostitutas, com pessoas pagando para fazer com eles o que quiserem. Mas eu também queria fazer um país do leste europeu, que não necessariamente fosse uma versão real da Eslováquia, mas sim uma versão estereotipada. Para o público norte-americano, aquilo não é estereotipo, mas a realidade. Para eles, os estrangeiros são velhos, com carros caindo aos pedaços, telefones de disco e mulheres lindas que querem fazer sexo com todos os norte-americanos. Eles realmente acreditam nisso!
Você tem alguma cena preferida no filme? Eu adoro a parte do olho.
Eu também adoro esta cena. Quando eu estava filmando, eu adorava as cenas mais grotescas. É muito legal trabalhar com aqueles efeitos e tentar conseguir algo meio Lucio Fulci [diretor italiano que conseguiu notoriedade no fim dos 70 e início dos 80] com pus escorrendo e tudo mais. Mas vendo o filme agora, a minha parte preferida é quando Jay Hernandez entra no pub e vê as duas garotas lá. As duas estão meio chapadas e ele não sabe se não está entendendo porque algo está se perdendo na tradução ou se elas estão zoando com ele. Naquele momento, elas começam a ficar sombrias e frias com ele. Toda esta seqüência, até a parte que o Jay Hernandez entra na fábrica não tem palavrões, nem violência, é só plano e contra-plano, bem simples, mas é uma cena que eu vejo agora e adoro.
Por que seu papel em O albergue é tão pequeno?
Na verdade, eu tinha escalado um ator para fazer o papel de Justin em Cabana do inferno, era o Michael Rosenbaum, [o Lex Luthor] de Smallville. Mas o programa virou este enorme sucesso e não consegui tirá-lo do Canadá. Eu fui a última saída. No novo filme, eu não quis repetir isso, então apareço em uma cena muito rápida, no coffee shop de Amsterdã ao lado do meu irmão.
E quais são os seus próximos projetos?
O próximo vai ser O albergue 2. Eu tinha uma idéia para uma seqüência e resolvi esperar para ver como ia ser a aceitação deste primeiro. Por sorte, acabou sendo melhor do que qualquer um de nós poderia imaginar. Neste exato momento estou escrevendo a parte 2, que pretendo começar a filmar em seguida. Depois eu vou adaptar um romance do Stephen King chamado The cell, que eu estou bastante animado para fazer. É o novo livro dele, que acabou de sair e é um tipo de filme de zumbi em que todo mundo que estiver falando no celular recebe um sinal que queima seu cérebro, pira e começa a matar quem estiver por perto. É um típico filme de zumbi apocalíptico.
E para estes projetos você tem algum ator em mente?
Eu tenho alguns atores na cabeça, umas pessoas com quem eu gostaria de trabalhar, mas até o roteiro ficar pronto, eu não costumo escolher o meu elenco.
Fora o elenco, quando está escrevendo, você pensa em determinadas músicas, por exemplo?
Quando estou escrevendo, ouço muitas trilhas sonoras, músicas incidentais e outras coisas que me ajudam a criar o clima certo. Eu geralmente vou pensando na figura de um ator, ou alguém que conheço. Tipo, você pensa em um amigo seu e imagina o que ele faria em uma situação dessas.
Quando você fez o primeiro Albergue, você conseguiu colocar no papel tudo o que queria. E agora está escrevendo o roteiro para um segundo filme. Você acha que uma história tem um fim?
Eu estou escrevendo a seqüência de Hostel e ainda não sei se ela tem um fim. E isso faz parte da diversão, escrever e ver onde tudo isso vai parar. Às vezes eu tenho toda a história na minha cabeça, com começo-meio-fim. E outras vezes as idéias vão aparecendo e eu vou escrevendo para ver o que acontece.
Há algumas seqüências de filmes de ação que eu considero melhores que os originais. Premonição 2 é sensacional. Gostei também de Jogos mortais 2. Acho que Rejeitado pelo diabo (2005) foi muito além do que Rob Zombie fez em A casa dos 1000 corpos (2003). Eu vi que dá para Evil dead (1981) e Evil dead 2 (1987) co-existirem no mesmo mundo. No momento, não sei como tudo isso vai acabar. Só estou tentando fazer O albergue 2 o mais aterrorizando e divertido possível.
Há um agradecimento a você nos créditos de Kill Bill II. O que você fez?
Eu não faço a menor idéia porque há um agradecimento especial para mim em Kill Bill II. Eu não sabia de nada disso até que eu fui convidado para a première e vi o meu nome nos créditos. Ele agradeceu a mim, Sofia Coppola e Richard Linklater. Eu perguntei pra ele o que eu tinha feito para ele me agradecer e ele disse (imitando o Tarantino) Ah, você foi lá na sala de edição, esteve lá e eu queria te dar uma força. Daí eu comecei a ver como ele é legal porque Hollywood é uma cópia daquele sistema do High School [o segundo grau norte-americano] e Quentin é o cara mais popular e o que quer que o Sr. Popular acha que é legal, acaba virando algo legal. Então, quando as pessoas viram que Quentin me agradeceu em Kill Bill, uma semana depois os estúdios começaram a me enviar roteiros para ver se eu queria dirigir. É uma idiotice dessas.
Como começou o seu envolvimento com Quentin Tarantino?
Eu conheci Quentin Tarantino depois que fiz meu primeiro filme, Cabana do inferno (2002). Ele gostou e me convidou para ir à casa dele ver uns filmes, que foi uma das coisas mais legais que eu poderia imaginar. Eu sou muito fã dele, então estar lá foi tipo caramba, tô no cinema da casa do Tarantino. E, depois disso, nós viramos amigos. Ele me mostrou uns filmes dos anos 70 e eu mostrei umas coisas novas, tipo Todo mundo quase morto (2004). E então ele se tornou um dos únicos caras em quem eu poderia confiar para conseguir bons conselhos sobre como lidar com minha carreira, afinal, há muitas direções que você pode tomar depois de fazer o seu primeiro filme e com certo sucesso. Quando contei pra ele a idéia que eu tinha para O albergue, ele disse Eli, esta é a idéia mais doente que eu já ouvi para um filme de terror. Você tem que fazer! Mas não faça isso em um grande estúdio. Faça com um orçamento baixo. Você não precisa de 80 milhões de dólares. Faça com uns 4,5 milhões, bem violento, doente mesmo. E quando eu terminei o roteiro, eu mostrei para ele e o cara adorou e disse que queria se envolver e rotulá-lo como Quentin Tarantino Apresenta. Ele assinou como Produtor Executivo e durante as filmagens era um cara para quem eu poderia ligar e pedir conselhos.
A primeira vez que eu li sobre você foi a respeito de um filme com Richard Kelly [Diretor de Donnie Darko] chamado The box. Como está o projeto?
Eu vi Donnie Darko (2001) quando estava montando Cabana do inferno e fiquei de boca aberta. Eu adorei mesmo! E quando eu terminei o meu filme, Richard também gostou do meu trabalho e como nós tínhamos alguns amigos em comum, acabamos virando amigos também. Daí começamos a trabalhar juntos em um roteiro, mas ele acabou se afastando para escrever o roteiro de Domino - A caçadora de recompensas (2005) e eu também me envolvi em outros projetos. A gente ainda está mexendo no roteiro de vez em quando e agora que ele está terminando o segundo filme dele Southland tales, tem esta história do Richard Matheson que ele comprou os direitos e nós vamos escrever o script para ele produzir e eu dirigir. É um destes projetos que nós vamos fazer assim que nossas agendas se ajustarem.
Quais são seus filmes de terror favoritos e por quê?
Meu primeiro filme foi muito influenciado por filmes do fim dos anos 70 e início dos 80, tipo O massacre da serra elétrica (1974). Eu adoro pensar que Tobe Hooper fez o filme com apenas 60 mil dólares. O filme é muito real e abriu caminho para os filmes de terror. O enigma do outro mundo (1982) é um remake brilhante. O filme dá muito medo e Kurt Russel tem uma das melhores atuações em um filme de terror. Eu também adoro Despertar dos mortos (1978), o original de George A. Romero. Este é um daqueles filmes que à primeira vista você acha que é apenas uma fita de zumbis, mas daí você olha de novo e percebe que ele está falando algo sobre a sociedade norte-americana. Até quando estão mortos eles vão ao shopping comprar coisas. E O albergue foi muito influenciado por um filme japonês chamado Audition (1999 - inédito no Brasil), do Takashi Miike [que aparece no filme, saindo da fábrica]. É um filme sobre perfeição e um cara que quer a esposa perfeita e começa a fazer testes [audition, em inglês]. O jeito como foi filmado, a fotografia, a atuação, tudo acontece de forma lenta e angustiante, até que o filme se mostra realmente chocante. E eu também adoro um filme britânico chamado O homem de palha (1973). Ele é muito bizarro. Na verdade, é um musical. A história mostra este policial que vai até uma ilha para investigar o sumiço de uma garota e lá ele encontra uma cultura pagã que tem umas músicas maravilhosas que eles cantam há séculos. O filme é muito esquisito e acho que estava muito além do seu tempo.
Como você acha que vai ser o remake, estrelado pelo Nicolas Cage?
Eu sei que Neil LaBute ama o filme original e não vai fazê-lo como um musical. No começo, eu não acreditei que eles iam refazer este filme, mas eu também não botava fé em Madrugada dos mortos (2004), nem O massacre da serra elétrica (2004), mas adorei os dois. E eu estou bastante ansioso para ver o que Neil LaBute vai aprontar, porque ele é um cara muito, muito sombrio. Se você assistir a In the company of men (1997), Your friends and neighbors (1998) ou Arte, amor e ilusão (2003) para ver que seus filmes são muito sombrios e perturbadores. Então, acho que ele vai fazer um filme bem legal.
Todo mundo quase morto encara a morte de uma forma bem engraçada, os seus são um pouco mais sérios, mas com pitadas de humor...
O filme deles é uma comédia, embora tenha algumas cenas de terror lá no meio. Já Cabana do inferno é um filme de terror, mas com muita coisa engraçada, muito mais um híbrido entre os dois. Com O albergue a minha intenção era mesmo fazer um filme de terror.
Mas nos seus dois filmes eu dei muitas risadas. O humor é algo que está sempre na sua lista?
Claro! A história que você está contando vai dizer o tom do filme. Em Cabana do inferno, quando eu assisto, eu dou risada do começo ao fim. É nojento, doentio, mas este é o tipo de coisa que me faz dar risadas. Às vezes, você está tão assustado que tudo o que consegue fazer é dar uma risada. Há cenas em O albergue que eu quero o público rindo e outros em que eu quero um silêncio mortal. É ótimo quando todo mundo está tão quieto que você consegue ouvir uma caneta caindo, mas também adoro quando tá todo mundo rindo, aplaudindo e se divertindo.
Em uma entrevista sua, vi você falando mal do ganhador do Oscar Crash, que ninguém fala daquele jeito. E nos seus filmes, as falas são bastante realistas, como um bate-papo entre pessoas de verdade. Como você vê se o que você escreveu está funcionando ou não?
Eu escrevo diálogos que são realistas, mas também adoro diálogos não realistas, como nos filmes de David Mamet. House of games (1987) é bem estilizado, o mesmo vale para Mulholland Dr. (2001), de David Lynch. Eu adoro ver o que os diretores fazem com a linguagem dos seus filmes, isso só depende das pessoas com quem você quer falar. Eu achava que um filme como Crash deveria ser ambientado em uma Los Angeles real e para mim nada daquilo era verdadeiro. Exceto Matt Dillon, acho que ele estava excelente. Ninguém fala daquele jeito, que planeta era aquele?
Quando estou escrevendo um diálogo, eu ensaio pra caramba. E também tem a ver com os atores. Você tem que escolher as pessoas certas. Como dizem, 90% do trabalho de um diretor é escolher um bom elenco e eu concordo. Se você tem os atores certos, é fácil acreditar que aquelas falas estão realmente saindo deles. Durante os ensaios, se alguma coisa soa meio estranha, eu pergunto o que você diria em uma situação como esta? e vou moldando as falas para que elas saiam naturalmente das bocas dos atores. Eu gosto deste estilo de atuação que não parece atuação.
Como é morar em Los Angeles e encarar aquela cidade que tem muito racismo às vezes escondido. Você vê um pouco do Crash lá?
Há racismo em todos os lugares. Talvez Nova York seja um pouco melhor. Mas eu cresci em Boston e há muito racismo por lá. Você vê pessoas que na sua frente estão falando oi, prazer em conhecer e quando viram as costas dizem algo como que crioulo idiota. Em Nova York, pelo menos as pessoas são mais transparentes, dizem na cara, não ficam guardando, sabe? Acho que as pessoas preferem saber onde estão se metendo, com quem estão falando.
Em Los Angeles, tem ainda algo contra a idade das pessoas e um sexismo. O racismo é algo visível. Você entra em um estúdio e só vê brancos. E o que eu tenho vivido agora é algo diferente. Chego nas reuniões e os caras vêm me falando pô, você deve estar comendo todas as menininhas. Isso aconteceu logo depois do lançamento de Cabana do inferno. Um executivo virou pra mim e perguntou qual das duas atrizes você pegou, a loira ou a morena? Eu achei que ele estava brincando e o cara me perguntou de novo. Falei nenhuma das duas! Nós estávamos trabalhando juntos e elas são minhas amigas. E os caras vinham com um papo tipo mas você é o diretor. É isso que você tem que fazer... Era só disso que os caras queriam falar. Quando voltei das filmagens de O albergue, vêm estes caras e perguntam na lata com quantas mulheres eu dormi. Isso é muito surreal para mim e me dá nojo, então eu só dou uma risada e não respondo. Não tem como responder umas perguntas dessas. Este sexismo em Los Angeles é diferente de qualquer outra coisa que eu enfrentei em Boston ou Nova York.
No Cabana do inferno, uma das minhas falas favoritas é isso é para os crioulos [apontando para um rifle na parede]. Esta cena é uma resposta sua para estas atitudes racistas?
Esta fala do rifle ser para os crioulos foi algo que me veio à cabeça quando eu estava na Carolina do Norte e conheci este cara muito pacato, mas que você sabia que tinha várias armas em casa. Ele tinha uma bandeira dos confederados hasteada e era o único branco do bairro. Eu perguntei se ele não tinha problemas em defender a escravidão e ele falou não preocupe com os crioulos daqui. Eles são tranqüilos. E eu fiquei sem palavras e fiquei olhando para as outras pessoas da produção que estavam comigo nos perguntando este cara falou mesmo isso?. Dá vontade de discutir com o cara, mas ele era uma dessas pessoas de 60 anos da Carolina do Norte que senta na varanda e atira nas coisas. Não é bem o tipo de pessoa que você deveria tentar ensinar algo. Mas me lembro de ter ficado bem sem jeito e resolvi colocar isso no filme.
Tem algo que eu vi no sul dos Estados Unidos que é pessoas brancas se encontrando e fazendo piadas racistas só para ver como você reage. Na minha opinião, é uma situação em que todos saem perdendo. Se você demonstra um desconforto, eles falam o que foi, você não gosta que eu fale este tipo de coisa? E se você não falar nada, a coisa vai ficando cada vez pior. Numa situação como estas, a melhor coisa a fazer é pedir licença e sair.
Nos seus filmes há sexo, drogas e no lugar do rock n roll tem violência. Você acha que este é o seu rock ´n roll?
Nós temos rock ´n roll! É rock tcheco dos anos 80, mas tem. (risos) Acho que há um tipo de sinergia entre a música punk e os filmes de terror. Eu ouço muito punk, mas as bandas do início dos anos 80, como Sex Pistols, Dead Kennedys, Circle Jerks... Eu acho que O albergue tem esta energia e foi feito fora do sistema. Os críticos podem não ter gostado, mas os jovens têm respondido muito bem. Eles entendem que não há regras, que há muitos palavrões que você não pode dizer sendo gritados com força máxima e vejo que muitos filmes de terror que eu adoro têm esta mesma energia. Então, mesmo que não haja rock ´n roll no filme, eu acho que tem uma atitude punk que diz nós não nos importamos com o que os outros estão fazendo, nós estamos fazendo o que nós queremos, vamos tocar o mais alto que pudermos. Os pais podem ficar meio bravos, mas a molecada vai curtir.
O que você conhece dos filmes brasileiros?
Não há muitos filmes brasileiros que chegam aos Estados Unidos. Cidade de Deus é um dos que conseguiu certo sucesso. Quero aproveitar a minha passagem por aqui para procurar alguns DVDs e levar para lá.
Você conhece os filmes do Zé do Caixão?
Sim. Ele é um dos caras que eu vou procurar. Seus filmes de terror são conhecidos e eu quero muito assisti-los.
O que você acha das pessoas que criticam a violência hoje nos videogames e nos fillmes?
Quando eu era pequeno, eu adorava histórias violentas. Quando era criança, eu jogava Atari, não havia muita violência ali. Mas recentemente eu vi Grand Theft Auto e fiquei maravilhado com as coisas que você podia fazer. Foi até meio chocante. Eu fico um pouco preocupado com o efeito que um jogo em que você pode fazer sexo com uma prostituta, bater nela e pegar o seu dinheiro pode ter numa criança.
Mas a minha opinião é que filmes violentos não machucam ninguém, não incitam violência, só criam diretores que gostam de violência e acho que o mesmo vale para os videogames. (risos) Desde que as crianças tenham uma boa família, não vejo problema. Sou totalmente a favor.