Omelete Entrevista: Rob Cohen

No final de outubro o Omelete conversou com o diretor de A Múmia: A Tumba do Imperador Dragão, Rob Cohen. Como nesta semana o DVD do filme está chegando às locadoras, aproveitamos para publicar o bate-papo. Cohen fala sobre as filmagens na China, o futuro da série e seus projetos paralelos.

Vocês rodaram A Múmia em Xangai, Pequim, Hong Kong... Como foi essa experiência?

Foi sensacional. Ao fazer um filme assim você sente que está fazendo parte dessa nova China. Você consegue sentir mais de perto o que está acontecendo com o país. A certa altura, nossa equipe tinha por volta de 2 mil chineses, pelo menos. Claro, boa parte do elenco era de Hong Kong. Michelle Yeoh é da Malásia, mas Isabella Leong é de Hong Kong, Anthony Wong também. Jet Li é de Pequim. Pudemos acompanhar as mudanças que ocorriam no país em direção à Olimpíada.

Já no processo de roteirização vocês viam a Olimpíada de Pequim como uma forma de promover o filme?

Bem, eu não via, mas posso dizer que o alto escalão da Universal deve ter percebido [esse potencial] em algum momento, porque eles estavam apertando o cinto na questão do orçamento do filme, dizendo que teriam baixo retorno financeiro, etc., e de repente, sem razão, as coisas começaram a andar. Eu percebi que em algum lugar no topo da General Electric, da NBC [parte do conglomerado que inclui a Universal], eles se ligaram que, como eu tinha conseguido Jet Li para o filme, seria algo interessante. Era uma história ambientada na China em um momento em que toda a atenção do mundo estaria voltada para a China. Eles perceberam a ligação, já que a NBC tinha a [transmissão da] Olimpíada. E no fim a NBC teve um lucro de 700 milhões de dólares com a transmissão dos Jogos.

E agora vocês meio que têm o Olho de Shangri-La como um "MacGuffin" para usar daqui pra frente na série. Vocês já pensam nisso para um possível quarto filme?

A Universal tem se mantido quieta sobre isso. Eles levaram sete anos para se decidir a fazer um terceiro filme, então não é uma coisa rápida. Estou me reunindo com produtores esta noite num jantar [28 de outubro] pra celebrar o fato de que nos aproximamos de 400 milhões de bilheteria no mundo todo, e vou aproveitar para falar disso, ver se temos futuro.

Você vê a série seguindo adiante com Luke Ford, o filho do personagem de Brendan Fraser?

Não, é a série de Brendan. Eu gostaria de levar a franquia para o México, Peru... Culturas que tenham um histórico de mumificação, jogar os holofotes pra cima dessas culturas com os O'Connell. Algo poderoso como Jet [Li] ou Arnold Vosloo [vilão dos dois primeiros filmes], mas ambientado na América do Sul.

E filmar nas florestas poderia ser interessante.

Eu adoraria.

Você sempre faz pontas nos seus filmes, não? É você naquela cena da dança no clube?

Sim, com minha esposa grávida, estávamos ali no fundo dançando. Depois nós tivemos trigêmeos... Foi divertido.

Sobre projetos paralelos. Um dos mais aguardados é o terceiro Triplo X, que a Columbia está fazendo.

Sim, a Columbia está fazendo mais um, comigo e [o produtor] Joe Roth. Fechamos o contrato recentemente, vai se chamar xXx: The Return of Xander Cage. Nós nos reunimos com os roteiristas e queremos começar as filmagens entre abril e maio, pra lançar o filme em junho ou julho de 2010.

Outro projeto que você tem agora é a cinebiografia do cineasta Russ Meyer, certo? King of the Nudies é mesmo o título do filme?

Sim, isso ainda é mais pra frente. É um roteiro que escrevi sobre ele e a história de amor com a mulher dele, sobre como isso redefiniu a cultura americana, em termos de atitude sexual. E o título é esse mesmo. Russ era conhecido como o "rei das peladas", um termo que colou nele.

Dele eu gosto particularmente de Beneath the Valley of the Ultra-Vixens.

Eu gosto de Vixen!, na verdade. Então... Todos esses filmes nasceram de problemas que ele tinha com a esposa. [Risos] Acho que é isso que torna essa história interessante para mim.

E a Paramount está tentando refilmar Deu a Louca nos Monstros (Monster Squad)?

Estou tentando convencê-los a fazer. Tem sido um processo lento na Paramount ultimamente... Estamos tentando garantir todos os direitos. Seria ótimo refilmar, eu gostei muito de produzir [o original]. E é algo que eu estaria interessado em dirigir.