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Entrevista

Oppenheimer | Nolan rejeita rótulo de “biopic”: “Esse gênero não existe”

Diretor explica que, se for bem-sucedido, filme biográfico é visto de forma diferente

18.07.2023, às 06H00.

Christopher Nolan considera Oppenheimer o filme mais pessoal de sua carreira - só não o classifique como uma cinebiografia (ou, no termo em inglês, biopic). Em entrevista ao Omelete, o cineasta explicou o seu problema com o termo.

Para mim, esse é um gênero que não existe: se você tenta contar a história da vida de alguém no cinema, seja em Lawrence da Arábia ou Cidadão Kane, e é bem-sucedido... ninguém mais chama seu filme de cinebiografia! Ele se torna uma aventura, um drama ou algo assim”, comenta.

No caso de Oppenheimer, emenda Nolan, a ideia foi fazer um thriller psicológico: “Minha missão era entrar na cabeça dele, entender o que ele via naquele mundo quântico ao qual só ele tinha acesso, e que ele extrapolou para criar essa arma de destruição em massa.

Abordar a história do físico que criou a bomba atômica, inclusive, foi um exercício quase terapêutico para o cineasta. “Uma parte da minha fascinação [por Oppenheimer] vem do medo terrível de armas nucleares que eu desenvolvi na adolescência. Crescendo durante os anos 1980, no Reino Unido, esse era um assunto muito predominante”, relata.

Por outro lado, a história da vida dele é uma das mais dramáticas que eu já encontrei, então me senti atraído por esse desafio de trazer o público para o mundo dele, contar esse momento histórico através dos olhos dele”, completa.

Oppenheimer estreia em 20 de julho nos cinemas brasileiros.