Christopher Nolan considera Oppenheimer o filme mais pessoal de sua carreira - só não o classifique como uma cinebiografia (ou, no termo em inglês, biopic). Em entrevista ao Omelete, o cineasta explicou o seu problema com o termo.
“Para mim, esse é um gênero que não existe: se você tenta contar a história da vida de alguém no cinema, seja em Lawrence da Arábia ou Cidadão Kane, e é bem-sucedido... ninguém mais chama seu filme de cinebiografia! Ele se torna uma aventura, um drama ou algo assim”, comenta.
No caso de Oppenheimer, emenda Nolan, a ideia foi fazer um thriller psicológico: “Minha missão era entrar na cabeça dele, entender o que ele via naquele mundo quântico ao qual só ele tinha acesso, e que ele extrapolou para criar essa arma de destruição em massa.”
Abordar a história do físico que criou a bomba atômica, inclusive, foi um exercício quase terapêutico para o cineasta. “Uma parte da minha fascinação [por Oppenheimer] vem do medo terrível de armas nucleares que eu desenvolvi na adolescência. Crescendo durante os anos 1980, no Reino Unido, esse era um assunto muito predominante”, relata.
“Por outro lado, a história da vida dele é uma das mais dramáticas que eu já encontrei, então me senti atraído por esse desafio de trazer o público para o mundo dele, contar esse momento histórico através dos olhos dele”, completa.
Oppenheimer estreia em 20 de julho nos cinemas brasileiros.