Com um vasto catálogo que reúne filmes de diversos estúdios, além de produções originais, o Prime Video nem sempre deixa claro para seu assinante quantos ótimos filme estão presentes no serviço devido à interface meio bagunçada. Pensando nisso, o Omelete entrou em ação e preparou essa lista para você.
Quer você queira encontrar algo que vai com seu gosto, ou esteja pronto para sair da zona de conforto, com certeza a lista abaixo tem algo para você. Composta de 10 ótimos filmes, disponíveis agora mesmo no Prime Video, ela tem clássicos, lançamentos recentes, animações e grandes blockbusters. Há algo para todo mundo por aqui.
Lista atualizada em 03 de outubro.
Homem-Aranha no Aranhaverso
Vencedor do Oscar de melhor animação, e um dos melhores filmes de super-heróis de todos os tempos - ao menos, na minha lista. Homem-Aranha no Aranhaverso tem uma animação super estilosa, conta uma história genuinamente tocante de amadurecimento e pertencimento, e usa o conceito de multiverso melhor que a maior parte das outras produções envolvendo heróis da Marvel. Vale apontar que a excelente continuação, Através do Aranhaverso, também está no Prime Video - mas tudo começa aqui.
Shrek 2
Aqui selecionei o segundo filme, porque - apesar de o primeiro Shrek ser um clássico que quebrou barreiras para animação hollywoodiana - é quase unanimidade que ele seja o melhor da franquia. Shrek 2 aumenta o tom e a frequência das piadas, seja ao zoar mais personagens de contos de fadas ou ao apostar em bobagens antológicas (da cena de acusação na mesa de jantar ao número musical da Fada Madrinha, não faltam momentos inesquecíveis), e ainda dá profundidade insuspeita aos personagens de uma saga que nasceu como pura sátira. Se Shrek 5 existe, a culpa é desse capítulo aqui.
Wicked
Fenômeno de bilheteria no final do ano passado e indicado a nada menos que 10 estatuetas do Oscar 2025, o musical dirigido por Jon M. Chu apresenta uma história alternativa emocionante de O Mágico de Oz, seguindo a amizade entre duas feiticeiras (Cynthia Erivo e Ariana Grande) que se tornariam rivais amargas no futuro. Os valores de produção são luxuosos - não à toa, o filme levou Melhor Design de Produção e Melhor Figurino no Oscar -, as músicas são excelentes, e a dupla de protagonistas segura o drama e a comédia na ponta dos dedos. Ah, e teremos continuação esse ano!
Matrix
Com Matrix, as irmãs Lana e Lilly Wachowski escreveram o seu nome permanentemente no hall da fama da cultura pop. Emprestando ideias estéticas e narrativas dos animes (qualquer um que viu Ghost in the Shell sabe do que estou falando) e utilizando-as para contar uma história de descoberta de identidade que ressoa para muito além das simbologias políticas que inspirou, elas revolucionaram o cinema de ação hollywoodiano e criaram uma das tramas mais emblemáticas da história do cinemão estadunidense em uma tacada só.
Coerência
Depois desses dois arrasa-quarteirões de ficção científica, talvez Coerência seja o antídoto perfeito: um indie sobre realidades paralelas, de orçamento reduzido que se reflete em sua locação única e na relativa anonimidade do elenco. Nem por isso ele se torna uma história menos instigante - conforme um grupo de amigos descobre que está no meio de um fenômeno cósmico em que podem existir múltiplas versões de cada um deles, a atenção aos detalhes do cineasta James Ward Byrkit vai se tornando óbvia, e as implicações emocionais arrepiantes da trama vão batendo mais forte. Você vai querer assistir mais de uma vez.
Vingança
Boa pedida para os fãs hardcore de A Substância, outro grande título do último Oscar - isso porque Vingança divide com o longa estrelado por Demi Moore o nome da diretora francesa Coralie Fargeat, que introduziu aqui muito da estilização exagerada e da aproximação do body horror que definiu seu filme seguinte. Quando a amante de um ricaço sofre abuso de um de seus parceiros de crime, ela é deixada como morta por eles no deserto… mas consegue se recuperar, é claro, e parte atrás da vingança brutal que está no título do filme. Intenso, pop e catártico.
RoboCop: O Policial do Futuro
Talvez o blockbuster mais subversivo da história de Hollywood, RoboCop continua sendo um grande filme visto hoje, quase 40 anos depois de seu lançamento original (em 1987). Paul Verhoeven dirige a ação e os efeitos especiais - muito à frente de sua época - com a mesma energia com a qual reproduz e desmonta, em tom franco de sátira, cada uma das referências imagéticas do complexo policial e midiático dos EUA. Um filme de ação anti-violência, e uma ficção científica arrepiante ao retratar o uso da tecnologia em todas as áreas da sociedade.
Babygirl
Os personagens de Babygirl são obcecados por mandar uns aos outros sentar - e, veja bem, eu não estou nem tentando fazer uma piadinha de duplo sentido aqui. Durante as pouco menos de duas horas do filme de Halina Reijn (Morte. Morte. Morte.), perdi as contas de quantas vezes um ou outro ator tentou se levantar de um sofá ou de uma cadeira, só para ser impedido - sempre verbalmente, nunca fisicamente - por um de seus companheiros de cena. Dentro do roteiro assinado por Reijn, é interessante observar como o poder de impedir que os outros fujam de um confronto, ou talvez do desconforto de uma situação, muda de mãos o tempo todo, em uma troca que se estende muito além dos joguinhos sexuais entre Romy (Nicole Kidman) e Samuel (Harris Dickinson).
Os Outros
Dono de um dos plot twists mais famosos da história do cinema, Os Outros pode ter perdido um pouco do apelo para quem já sabe o seu segredo - mas não se deixe enganar: o terror estrelado por Nicole Kidman ainda é um filmaço, mesmo que alguém tenha estragado o final para você. Dirigido com atmosfera exemplar por Alejandro Amenábar, e contando com uma performance nervosa de Kidman, sempre brilhante como personagens engajadas em uma tentativa fútil de enganar a si mesmas, o suspense tem mais surpresas e emoções no meio de seus 101 minutos de exibição do que qualquer resumo de YouTube pode te contar.
Parasita
A obra-prima de Bong Joon-ho, que rendeu o primeiríssimo Oscar de Melhor Filme para um longa não falado em inglês, é também uma das sátiras sociais mais afiadas da última década. Dinâmico, cheio de suspense e ricamente costurado em suas emoções de ressentimento de classe, mas também visualmente imaginado e encenado com precisão clínica, Parasita representa uma junção ideal de cinemas: o da consciência social e o da excelência técnica. Não foi à toa que a Academia se sentiu na obrigação moral de premiá-lo - como poucos filmes dos últimos anos, Parasita é simplesmente inegável.