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Quarteto Fantástico

Quarteto Fantástico

07.07.2005, às 00H00.
Atualizada em 21.09.2014, ÀS 13H18

Uma das piores coisas que pode acontecer para um filme é que a expectativa sobre ele supere sua qualidade, decepcionando o público. Deste mal Quarteto Fantástico (Fantastic Four, 2005) não sofre. Primeiro porque ele não tem em seu elenco astros consagrados, mas principalmente porque Tim Story é o mesmo diretor que fez Táxi (2004), aquele com a Gisele Bündchen. E, acredite, isso é bom. Saber que o longa não foi levado tão a sério pelo estúdio é um aviso para que você faça o mesmo e apenas sente na poltrona para se divertir.

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Seguindo a tendência de "atualização" das origens dos personagens de histórias em quadrinhos, o que se vê na telona é um Dr. Reed Richards (Ioan Gruffudd) falido recorrendo ao ex-colega de faculdade Victor Von Doom (Julian McMahon) em busca do financiamento para realizar pesquisas sobre DNA que podem mudar o rumo da humanidade. Tão ambicioso quanto vaidoso, Von Doom aceita enviar Richards e seu braço direito, Ben Grimm (Michael Chiklis), ao espaço desde que sejam acompanhados pela sua diretora de pesquisas Susan Storm (Jessica Alba), seu irmão John (Chris Evans) e, claro, ele mesmo, que quer supervisionar tudo de perto.

Dizer que os estudos não saem como planejado e que a tempestade cósmica vai mudar para sempre a vida destes cinco seria redundante. Ao acordarem, já na base terrestre, eles descobrem aos poucos os efeitos colaterais da exposição cósmica em seus DNAs. Dr. Richards ganha o poder de se esticar. Sue pode ficar invisível e emite um campo de força. Johnny consegue deixar seu corpo em chamas. E Ben, coitado, ganha uma pele de pedra. Quanto ao vilão que será conhecido por Dr. Destino, ele passa a ter um certo controle sobre objetos metálicos e elétricos, além de uma visão ainda mais megalomaníaca.

A história, como se pode perceber, sofreu certas modificações em relação à criada por Stan Lee e Jack Kirby, mas o bom é que os personagens tiveram suas características mantidas. Os dramas pessoais do Coisa, as relações de amor (com Sue) e ódio (com Doom) de Reed e a irresponsabilidade do Tocha estão todos lá. Porém, tudo é tratado de forma bem leve, como um filme mediano da Sessão da Tarde. Ao contrário do que foi feito em Batman Begins (2005), em que tudo tinha uma razão de existir baseada na realidade, é a fantasia que comanda o filme do Quarteto Fantástico, deixando até espaço demais para os furos e desculpas esfarrapadas aparecerem. Assim, se os uniformes estão se adaptando aos novos poderes é porque também foram expostos à tempestade cósmica e sofreram alterações na sua formação. Se nenhum outro ser humano se preocupa em tomar cuidado com o risco de ser contaminado também, beleza. Sobre o caso do antes duro Sr. Fantástico de repente conseguir fazer uma máquina capaz de simular e reverter a tempestade então, ninguém comenta... e por aí vai.

A verdade é que nada disso interessa. O motivo da existência deste filme é simplesmente ser mais um blockbuster no verão norte-americano. Mais um destes filmes divertidinhos, com efeitos especiais gerados por computador e cheio de piadinhas que em duas semanas quase ninguém mais se lembra onde ouviu. Exceto, claro, se você for fã dos quatro fantásticos. Aí, pelo menos uma piada vai te acertar em cheio: em determinado momento vemos um certo líquido amarelo escorrendo pelas pedras do Coisa, e logo vem aquela dúvida: é realmente TUDO de pedra?