Como Zack Snyder construiu o universo de Rebel Moon

Após dirigir filmes de super-heróis, zumbis e de época, Zack Snyder se joga na ficção científica com Rebel Moon, longa que chega à Netflix nesta sexta-feira (22). Visitando o Brasil durante o Tudum, evento realizado em junho, o diretor e sua esposa, a também produtora Deborah Snyder, além da atriz Sofia Boutella deram uma prévia do filme em um evento reservado, que o Omelete esteve presente, e compartilharam detalhes dos bastidores de um dos títulos mais aguardados do ano.

• Crítica: Rebel Moon só vai te decepcionar se você o levar mais a sério do que precisa

Inspirado por franquias como Star Wars e Blade Runner, Zack Snyder revelou que desenvolveu esse projeto ao longo de 20 anos, na intenção de criar um universo rico e complexo — tanto foi assim que, no total, foram escritas duas mil páginas de roteiro e elaborados três mil storyboards. Diante desse nível de dedicação, não é de se surpreender que a produção tenha chamado até um linguista para criar três idiomas distintos, com direito a alfabeto próprio, para frisar a pluralidade de culturas retratadas em tela. Afinal de contas, Rebel Moon é, por essência, uma jornada de união de diferentes povos em nome de um objetivo comum.

Na trama, acompanhamos uma colônia intergalática ameaçada pelas forças de um governante tirano. Desesperadas com a situação, algumas pessoas decidem que é hora de agir, entre elas Kora (Boutella). A jovem, dona de um passado misterioso, parte em busca de procurar guerreiros de planetas vizinhos para formar uma frente ampla contra o déspota. 

Boutella vê Kora como alguém que tem "várias camadas", não só pelo seu background, mas também pela forma como ela interage com diferentes personagens. Mas seu mundo interno, expresso em diálogos muitas vezes profundos, divide espaço com cenas de ação intensa.

Embora tivesse experiência anterior no gênero, tendo trabalhado em filmes como Kingsman, Atômica e A Múmia, a atriz confessou que as cenas de ação em Rebel Moon foram as mais desafiadoras. Por isso, ela começou a se preparar para o papel três meses antes das filmagens. Todo o trabalho aparentemente compensou, porque na cena exibida no evento ela não contou com o auxílio de dublês.

Questionada sobre como foi equilibrar os momentos de combate com os dilemas humanos da sua personagem, Boutella disse que a direção de Snyder fez toda a diferença para encontrar a harmonia entre ação, aventura e drama.

A seguir, confira a descrição dos três trechos revelados com exclusividade durante o evento:

A primeira cena revelada se passava no vilarejo de Kora, onde ela e seu pai têm uma conversa íntima sobre como os moradores estão começando a confiar na jovem. No entanto, mesmo com esse apoio, a protagonista ainda se diz deslocada por causa do seu misterioso passado.

A segunda cena era centrada em Jimmy, o robô dublado por Anthony Hopkins. Em uma conversa com uma jovem moradora dessa vila, o androide conta sobre o seu passado marcado por derramamento de sangue, quando era um guerreiro que defendia um reinado em que não foi capaz de impedir a morte do rei e da sua herdeira. No fim, a jovem faz um gesto afetivo a Jimmy, que o faz refletir sobre o comportamento humano.

O terceiro e último trecho exibido trazia Kora em ação, tentando defender seus amigos, dentre eles a garota da cena anterior, que foram feitos reféns de um grupo do governo tirano. As cenas de batalha têm aquele toque famoso do Snyder, com momentos em slow motion e bastante violência explícita. Eventualmente Kora acaba detida, mas Jimmy aparece para salvá-la e foge após eliminar os inimigos.