Os pingüins são os animais da moda. Estranha ave de pernas curtas e natural de habitats congelantes, eles saíram de cima das geladeiras e invadiram os longas-metragens, principalmente os feitos em animação. Não importa se são psicopatas como os de Madagascar ou musicais e oscarizados como Happy Feet, eles estão por todos os lados. Agora chegou o ponto de mudança: um documentário. Mas nada de pingüins marchando para dar à luz pequenos e desengonçados bichinhos. Estamos falando dos pingüins esportistas, aqueles que inventaram o surfe.
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Sim, você leu certo, em Tá Dando Onda (Surf's Up, 2007), você vai ficar sabendo que o famoso esporte aquático sempre ligado a portes atléticos, cabelos parafinados, sol e lindas mulheres foi criado por essas exóticas aves e imortalizada pelo lendário Big Z, o maior surfista que os sete mares já viram flutuando por suas ondas.
Em uma viagem promocional pelo Frio de Janeiro, certa vez, ele deu um presente a um jovem pingüim da classe trabalhadora. Aquele simples ato de marketing serviu de inspiração para que o pequeno Cadú Maverick (voz original de Shia LaBeouf) passasse a sonhar com o dia em que também seria um grande surfista de renome.
O momento chegou! É época do torneio que anualmente homenageia o ídolo engolido por uma grande e traiçoeira onda e Cadú faz de tudo para entrar no seleto grupo que disputa o campeonato. E cada passo seu será registrado neste "documentário". Entrevistas com familiares, amigos, a lembrança da primeira onda... está tudo lá. Mas não pára por aí. Misturada aos depoimentos para a câmera está uma narração mais "normal" e muitas cenas "dentro da água", tudo o que um filme com atores de verdade teria e mais um pouco que só a computação gráfica permite.
A trama, assim como todas as outras animações mais comerciais, tem uma lição a ensinar. Neste caso, mostrar ao jovem e ambicioso Cadú que o verdadeiro surfe (e a vida, de uma forma geral) não é feito para ganhar campeonatos. O esporte é uma metáfora para o equilíbrio perfeito entre homem (ou, no caso, pingüim) e a natureza. É, com o perdão do clichê, um estado de espírito, algo que está disponível a todos, mas que apenas alguns conseguem alcançar.
Aproveite a proximidade do verão e saia do cinema direto para a praia. O pior que pode acontecer é você engolir um pouco de água salgada... nada que um(a) salva-vidas sarado(a) não seja capaz de te ajudar a esquecer. Pelo menos nos filmes é assim que funciona.