A Globo lançou seu novo folhetim das sete, Deus Salve o Rei, e, por conta da temática medieval, choveram comparações com o fenômeno Game of Thrones. Ao invés da Westeros da série da HBO, a novela brasileira acontece nos reinos fictícios de Montenor e Artena, onde acordos de paz e tratados comerciais são ameaçados pelo despreparo e pela ambição de príncipes e princesas no caminho dos respectivos tronos. Com conflitos entre famílias e disputas entre reinos, é normal que certos paralelos sejam traçados com a série inspirada na obra de George R.R. Martin - ainda que sejam dois produtos audiovisuais completamente diferentes. Confira uma lista com cinco motivos para um fã de Game of Thrones assistir e um para deixar de lado a nova novela da Globo:
Para ver: cenas de batalha
Reprodução/ TV Globo
Logo no primeiro episódio, o príncipe Afonso e seus homens são surpreendidos por um ataque de ladrões e entram em um embate com espadas e flechas. A cena não é, obviamente, nenhuma Batalha dos Bastardos e tem alguns problemas de velocidade que podem, contudo, ser resolvidos conforme a novela for caminhando e pegando o jeito do formato. Apesar de não ser perfeita, é um elemento novo para quem está acostumado com as novelas tradicionais - apesar da violência ser moderada em função do horário, há lanças atravessando cavaleiros e bastante sangue falso espirrando dos feridos.
Para ver: cenários e figurinos caprichados
Reprodução/ TV Globo
Para quem ama as locações de Westeros, a equipe de Deus Salve o Rei captou mais de quatro mil imagens pela Europa por um mês para compor um banco de cenários, já que Montenor é inspirada em Pals, na Espanha. Muito do que é visto na novela é feito em computador - do castelo de Montenor, um dos núcleos principais da trama, só a fachada é real. Os primeiros episódios já sinalizam um esmero da pós-produção em entregar uma qualidade mais elevada do que o padrão usado em novelas. Além disso, o saldo final dos figurinos é bem positivo - só perde pontos em acessórios como escudos e espadas.
Para ver: conflitos familiares
Reprodução/ TV Globo
Apesar da guerra pelo trono na série da HBO ser sobe disputas entre famílias, há muito conflito entre parentes - a prova disso são os Lannister. Logo o começo de Deus Salve o Rei deu uma prévia de instabilidade familiar. Bruna Marquezine vive Catarina, a ambiciosa herdeira de Artena, com desejos expansionistas em relação ao reino vizinho, Montenor; já seu pai, o bondoso rei Augusto interpretado por Marco Nanini, preza pela paz entre os reinos. Além disso, há o fato do rei ter dado a mão da filha em casamento contra a vontade dela - a relação dos dois deve estremecer ao longo da novela.
Para ver: o "Tyrion" de Johnny Massaro
Reprodução/ TV Globo
O ator vive o príncipe Rodolfo, de longe, o personagem mais complexo entre o núcleo principal, e, ainda que muita coisa o afaste do papel de Peter Dinklage em Game of Thrones, muita coisa também o aproxima. O rapaz começa a trama como um lorde bon vivant, que só quer saber de mulheres, festas e bebidas e, além disso, carrega os reflexos de não ter recebido a mesma educação que o irmão mais velho, treinado desde muito cedo para ser um verdadeiro rei, bondoso e íntegro. As contradições de Rodolfo temperadas com doses de humor são um ponto positivo da série.
Para ver: personagens femininas fortes
Reprodução/ TV Globo
Cersei, Daenerys, Sansa e Arya não estão mais sozinhas. Enquanto Bruna Marquezine vive Catarina, a perigosa herdeira do trono de Artena, Marina Ruy Barbosa é Amália, uma plebeia que não aceita a ideia de ser submissa a um marido. Além disso, as duas estarão em lado opostos de um conflito, mas,ao contrário do modelo ultrapassado que foi reproduzido incansavelmente nas novelas, a disputa delas não será centrada em um homem desejado por ambas. As duas devem se enfrentar por motivos distantes de um triângulo amoroso - possivelmente pelas ações territorialistas de Catarina.
Para não ver: não é, nem de longe, Game of Thrones
Reprodução/ TV Globo
Quem está esperando uma versão nacional - ou algo próximo disso - da aclamada série da HBO vai se decepcionar. Ainda que ambientada em um universo com inspirações medievais tal qual Game of Thrones, Deus Salve o Rei segue totalmente o formato de novela. Além da trama ingênua e da classificação para maiores de 10 anos (a série de Westeros é indicada para maiores de 16 anos), há a questão orçamentária: ainda que a novela tenha de sete a oito vezes mais efeitos que a média de produções da Globo, nada se compara aos US$ 10 milhões desembolsados por episódio pela HBO durante a sétima temporada.