ATENÇÃO: Spoilers de A Casa do Dragão a seguir!
A segunda temporada de A Casa do Dragão, sucesso da HBO, já estreou - e trouxe com ela vários momentos conhecidos no mundo criado por George R. R. Martin. A trama da produção adapta o material que está no livro Fogo & Sangue, material esse que é escrito como um livro de história dentro do universo de Westeros, e por vezes possui várias versões diferentes para um mesmo acontecimento.
Para quem está curioso, o Omelete lista abaixo as diferenças entre o livro e a série nas principais cenas da segunda temporada:
Cregan Stark e Jace no Norte
Cena de A Casa do Dragão (Reprodução)
Um dos momentos mais aguardados pelos fãs da série (utilizado até no trailer da temporada), a passagem do príncipe Jacaerys pelo Norte é bastante breve - e diferente do livro. Após a coroação de Rhaenyra, no final da primeira temporada, fica decidido que o filho mais velho da Rainha voará em seu dragão até Winterfell para conhecer o Lorde Stark e buscar seu apoio para os Pretos.
A cena de Jace no Norte é a abertura da segunda temporada. Nela, temos um vislumbre de Winterfell, mas o desenrolar mesmo acontece na Muralha, quando Cregan Stark leva o jovem príncipe para conhecer a construção e observar as terras para lá da Muralha. Cregan conta sobre uma tradição entre seus familiares, de enviar um Stark à Patrulha da Noite periodicamente para fortalecer suas fileiras, e relembra quando seus antepassados levaram o rei Jaehaerys e a rainha Alysanne para conhecer a Muralha.
Além disso, a conversa se concentra em, basicamente, Lorde Cregan falando sobre os perigos que o Norte enfrenta com o inverno que está chegando, seu compromisso em proteger a região em primeiro lugar e muitas referências ocultas aos Caminhantes Brancos. A sequência termina com a chegada de uma mensagem de Pedra do Dragão, que possivelmente relata a morte de Luke.
No livro, o que sabemos sobre a passagem do príncipe pelo Norte está muito mais focado na relação entre ele e Lorde Stark. O relato é que a dupla se deu muito bem, em geral, mas existem três versões principais sobre os acontecimentos nesse momento: a primeira diz que Jace e Cregan se tornaram quase irmãos, bebendo e dançando juntos, e chegaram a firmar um juramento em sangue para consolidar a aliança política; a segunda, apontada como menos provável, diz que Jacaerys passou o tempo todo tentando converter o Stark à Fé dos Sete (versão essa contada por um septão, vale dizer).
Já uma terceira, e talvez a mais interessante entre elas, inclui a presença de Sara Snow, uma suposta irmã bastarda de Cregan. Segundo as fofocas de Cogumelo, um bobo da corte que serve como fonte para o livro, Sara teria perdido sua virgindade com Jace, o que deixou Cregan irado. Porém, a garota revela ao meio-irmão que o par teria se casado em frente a uma árvore coração antes de consumar o ato, e o Senhor do Norte teria se tranquilizado. Essa versão também é apontada como pouco provável, já que Jace estava prometido em casamento a uma de suas primas - a filha de Daemon e Laena, Baela.
Além disso, um boato relatado no livro é o de que Vermax, o dragão de Jace, teria deixado um montinho de ovos em Winterfell, mas essa informação é descredibilizada pelo meistre que “escreve” o livro.
Alicent e Criston Cole
Cena de A Casa do Dragão (Reprodução)
O primeiro episódio da nova temporada introduz uma nova relação na série: um envolvimento entre Alicent e Sor Criston Cole, o comandante da Guarda Real. As cenas da série mostram momentos de intimidade entre os dois, mas não esclarecem se eles têm algum tipo de relacionamento amoroso secreto, ou se apenas sexual.
No livro, tal envolvimento não fica claro em nenhum momento, mas não seria estranho se ele existisse no cânone literário também, já que seria uma relação guardada em segredo e, portanto, poderia ter se mantido longe das fontes oficiais. A adaptação se aproveita bastante dessas lacunas entre o que é dito e o que aconteceu “de verdade” para surpreender e detalhar a história sem mudar o material original (é o que acontece com a fuga de Laenor, por exemplo, que é dado como morto oficialmente - mas, mais trarde, descobrimos na série que ele forjou sua morte).
Sangue e Queijo
Cena de A Casa do Dragão (Reprodução)
O principal acontecimento do primeiro episódio essencialmente existe no livro, mas a sua adaptação foi bastante diferente nos detalhes. Na série, vemos Daemon pedir a ajuda de Mysaria para conseguir contatos em Porto Real que vingariam a morte de Luke. O príncipe vai escondido até a cidade e contrata um caçador de ratos do palácio e um Manto Dourado da Patrulha da Cidade para entrar na Fortaleza Vermelha e matar Aemond Targaryen. Caso ele não seja encontrado, a série deixa em aberto o que ele pediu para ser feito em prol de pagar “um filho por um filho”.
A dupla de assassinos então se esgueira pelas passagens secretas da Fortaleza, chegando a encontrar o rei Aegon em seu trono, mas acha o quarto de Aemond vazio. Com isso, eles passam a explorar outros cômodos até encontrarem o quarto dos gêmeos de Helaena e Aegon, no qual a rainha estava com as crianças. Eles decidem matar o herdeiro do rei, mas não sabem diferenciar o menino e a menina, que são idênticos. Então, um deles ameaça Helaena e pede para ela dizer qual dos dois é Jaehaerys, no que ela aponta para uma das camas. O segundo homem não acredita nela, mas o primeiro acha que ela diz a verdade, então o soldado da Patrulha da Cidade mata a criança que a mãe apontou, cortando sua cabeça fora. Nisso, Helaena pega Jaehaera, sua outra filha, e corre com ela pelo castelo até o quarto da mãe, onde a encontra com Sor Criston Cole e diz que mataram o menino. Vale ressaltar que Maelor, o filho mais novo de Aegon, não aparece ou é citado em nenhum momento.
No livro, Daemon está em Harrenhal quando a morte de Luke acontece, e o príncipe envia um intermediário à Baixada das Pulgas para contratar um ex-Manto Dourado e um exterminador de ratos para vingar o enteado. Não há detalhes sobre qual foi o pedido de Daemon, porém - se a ideia era matar Aemond ou sempre foi um dos filhos de Aegon -, embora especule-se que o alvo era o próprio rei. A dupla então teria entrado na Fortaleza Vermelha pelos túneis secretos, tal qual na série, e chegado à Torre da Mão, mais fácil de acessar que a Fortaleza de Maegor, onde fica a família real.
Sangue e Queijo, como ficaram conhecidos, invadiram o quarto de Alicent e a amarraram enquanto matavam sua criada. Depois, ficaram esperando Helaena chegar com as crianças, já que ela levava os três filhos para verem a avó antes de dormir. No momento em que ela chega, a dupla pega Maelor, o mais jovem entre os filhos de Aegon, e mata os guardas da rainha. Quando Helaena pergunta quem eles são, Queijo diz que são cobradores de dívidas e vieram pegar um filho por um filho.
Então, diz para a jovem rainha escolher qual dos dois ela quer perder - Maelor, de dois anos, ou Jaehaerys, de seis. Ela entra em pânico e pede para morrer no lugar dos filhos, mas isso é negado. Então, ela escolhe o mais novo para morrer (talvez pela idade ou por não ser o herdeiro, especula-se). Nisso, Queijo diz para Maelor que sua mãe o escolheu para morrer, mas sinaliza para Sangue, que mata Jaehaerys em seu lugar. Depois disso, Helaena nunca mais conseguiu mais olhar para Maelor, sabendo que havia o escolhido para morrer, e o garotinho passou a ser criado por Alicent. Também é citado que foi a partir disso que Helaena e Aegon passaram a dormir separados, e o rei se afundou na bebida.
As consequências são bastante parecidas nas duas versões: Sangue é encontrado nos portões da cidade tentando fugir com a cabeça de Jaehaerys, e acaba preso e torturado. Nisso, ele revela que teria sido mandado por Daemon e contratado por Mysaria. Sobre Queijo, Aegon manda enforcar todos os caçadores de ratos de Porto Real.
Luta entre Arryk e Erryk
O duelo entre Arryk e Erryk em A Casa do Dragão (Reprodução)
O ápice do segundo episódio foi uma batalha dramática entre os irmãos gêmeos Arryk e Erryk, membros da Guarda Real que se dividiram em suas lealdades após a morte de Viserys - o primeiro se manteve ao lado de Aegon II, enquanto o segundo foi para Pedra do Dragão se juntar a Rhaenyra.
No capítulo dois da segunda temporada, sor Criston Cole está se sentindo culpado pela morte de Jaehaerys e desconta isso em Arryk, questionando a sua lealdade com a desculpa de seu gêmeo “vira manto”. Para provar que é fiel a Aegon, Cole pede que o cavaleiro se infiltre em Porto Real disfarçado como seu irmão, se aproveitando do fato de que os dois são idênticos. Arryk não tem opção senão aceitar, e parte para cumprir a missão.
Chegando lá, ele consegue se infiltrar no castelo e encontrar o quarto de Rhaenyra, pedindo para o outro Manto Banco trocar de posição com ele e deixá-lo na guarda da noite. Porém, ele cruza com Mysaria no caminho, e a espiã consegue avisar sor Erryk sobre a presença de seu irmão. O guarda leal à Rainha entra no quarto dela bem na hora que Arryk ia atacar Rhaenyra, e então um duelo tem início entre os dois - tudo isso com a rainha presente. Com a luta implacável, Rhaenyra se esconde, mas ainda está vulnerável quando outro membro de sua Guarda Real chega e a resgata, não conseguindo ajudar Erryk por não ser capaz de diferenciá-lo do irmão. No fim, Erryk mata Arryk, se ajoelha perante a rainha e enfia a própria espada em sua barriga, colocando fim à sua vida.
No livro, a ideia é a mesma, mas os detalhes diferem. Sor Arryk também é enviado à Pedra do Dragão por Cole com o objetivo de vingar a morte de Jaehaerys. Ele não ficou feliz com a ideia e foi até o septo pedir perdão à Mãe (uma das faces do Deus da Fé dos Sete) pelo que faria, mas não teve escolha e partiu disfarçado de pescador. O objetivo de sua missão, porém, é incerto: uma versão diz que ele foi enviado para matar Rhaenyra - essa sendo a escolhida pela série - e outra conta que ele deveria matar os filhos mais velhos dela, Jace e Joffrey.
A maior diferença entra aqui: sor Arryk nunca conseguiu chegar aos aposentos de Rhaenyra, pois encontrou seu irmão no caminho dos aposentos reais. Segundo as canções, os dois teriam dito “eu te amo, irmão” e então sacado as espadas. Os relatos ainda dizem que o duelo teria durado uma hora e ninguém conseguia ajudar, já que era impossível distingui-los. No fim, eles infringiram ferimentos fatais um ao outro e morreram abraçados, chorando.
Outra versão da luta diz que, na verdade, não teve muito amor envolvido: eles se acusaram mutuamente de traição e sor Erryk quase arrancou o braço do irmão fora, o matando com um corte na altura do ombro. Porém, Arryk cravou sua adaga na barriga do irmão, que levou quatro dias para morrer do ferimento e passou esse tempo amaldiçoando o gêmeo.
Bracken e Blackwood
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No início do terceiro episódio, conhecemos dois grupos de jovens nobres: um deles composto por membros da casa Bracken, e o outro composto por garotos Blackwood. Aeron Bracken acabou de ganhar seu título de cavaleiro, e os garotos conversam sobre isso quando quatro rapazes vestindo as cores Blackwood chegam e iniciam uma discussão por conta da fronteira entre suas terras - os segundos alegam que os primeiros estão invadindo território Blackwood.
As ofensas começam, já que as casas possuem uma rivalidade milenar, e logo ela se volta para os seus juramentos de lealdade perante a coroa: os Blackwood são leais a Rhaenyra, enquanto os Bracken se declararam vassalos de Aegon. A cena corta para o mesmo cenário arrasado por uma batalha, com focos de incêndio e muitos cadáveres, incluindo o de Aeron Bracken. Tal disputa é o pontapé inicial para as movimentações de exércitos por terra e a conquista de territórios na Dança dos Dragões.
Em Fogo & Sangue, as coisas são um pouco diferentes: a disputa entre as casas é a mesma, mas os Blackwood são quem invade territórios Bracken sob o estandarte de Rhaenyra, saqueando e queimando plantações. Os Bracken se preparavam para a retaliação quando foram surpreendidos por tropas Blackwood perto de um moinho de pedra, e lá aconteceu uma batalha sangrenta que tirou a vida de ambos os lordes no que ficou conhecida como a Batalha do Moinho Ardente.
Até então, a série apenas simplificou o desenrolar, mas a principal diferença vem agora. Enquanto a batalha acontecia, Daemon Targaryen, montado em Caraxes e à frente de um exército de homens de casas do centro-leste de Westeros, tomou o castelo dos Bracken, rendendo o início da insurgência Verde nas Terras Fluviais.
Daemon em Harrenhal
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A chegada de Daemon em Harrenhal é um dos principais pontos do terceiro episódio, além de ser o primeiro vislumbre da fortaleza na série. Na sequência, o príncipe chega montado em Caraxes e encontra um castelo abandonado, escuro e destruído. Ele, então, começa uma exploração pelos corredores até encontrar uma câmara onde se reunia a população restante do local. Lá, o castelão Sor Simon Strong estava jantando e se rende rapidamente a Daemon, garantindo que não há nenhuma lealdade a Lorde Larys Strong, o atual senhor de Harrenhal, por lá.
No livro, Daemon também encontra Harrenhal praticamente desguarnecida e sob o comando de Sor Simon, que abaixa seus estandartes no momento em que Caraxes pousa no castelo. As duas principais diferenças para a versão da série são que o príncipe também capturou a nada humilde fortuna dos Strong com a tomada de sua sede, enquanto na adaptação Lorde Larys deixa claro que ainda mantém o controle sobre o dinheiro. Além disso, no momento em que Daemon domina a fortaleza, vários senhores das Terras Fluviais reúnem suas tropas e marcham em direção à Harrenhal para lutar ao lado do príncipe em nome da rainha.
Ulf, o Branco
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Mais um dos personagens que será relevante no futuro da série foi apresentado: dessa vez, foi Ulf, um homem que aparece na cena da taverna do terceiro episódio e começa a contar suas histórias. Segundo ele, seu pai era Baelon, o Bravo, irmão bastardo de Viserys e Daemon. Portanto, Ulf seria descendente da família Targaryen, carregando o sangue do dragão nas veias. Ele se declara apoiador de Rhaenyra, mas no momento em que Aegon chega no local, se curva rapidamente a ele.
Em Fogo & Sangue, só conhecemos Ulf no evento chamado de Semeadura, quando os Pretos saem em busca de novos montadores de dragões entre as “sementes”, nome dado aos bastardos ou filhos de bastardos das famílias valirianas em Westeros. Ele é apresentado quando consegue domar Silverwing, a antiga montaria da rainha Alysanne, e fica conhecido como Ulf, O Branco (por causa do cabelo) ou Ulf, O Ébrio (por causa da bebedeira). Porém, pouco se sabe sobre o seu passado além de ele ter sido um homem de armas antes da Dança, e menos ainda sobre quem seriam os seus antepassados.
Encontro de Rhaenyra e Alicent
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Desde o final da primeira temporada, Rhaenyra está hesitante em começar uma guerra sangrenta contra sua própria família, e busca ter certeza de que não há caminhos pacíficos antes de batalhar. Depois da morte de Luke, ela fica desiludida sobre a possibilidade e mais convencida com a guerra, mas Rhaenys - que também prefere uma via pacífica - a convence de dar uma chance à Alicent para encerrar o conflito antes que ele tome proporções maiores. Após ler a carta da mãe de Aegon dizendo que sente muito pelo fim de Lucerys, Rhaenyra pede ajuda à Mysaria para encontrar com Alicent.
Ela, então, parte para Porto Real disfarçada de septã e na companhia de seu protetor e comandante da Guarda da Rainha, sor Steffon Darklyn. Rhaenyra consegue se infiltrar no septo onde Alicent está rezando e ter um momento a sós com ela, durante o qual conversam sobre a possibilidade de paz. Alicent revela que Viserys falou o nome de Aegon em seus momentos finais, o que ela interpretou como a mudança de ideia do rei em relação à sucessão, mas depois menciona o Príncipe que foi Prometido. Rhaenyra entende que o pai não estava falando sobre seu irmão, e sim sobre o Conquistador, e seu sonho chamado de A Canção de Gelo e Fogo. Alicent parece ter entendido que aconteceu uma confusão, mas mesmo assim insiste que Aegon é o rei legítimo, fazendo com que o encontro entre as duas termine sem perspectivas de paz.
Como nunca existiu uma relação mais próxima entre Alicent e Rhaenyra na história dos livros, esse encontro nunca chegou a acontecer, e nem nada próximo a isso. Após as mortes de Luke e Jaehaerys, ambos os lados estavam convencidos da guerra, que inclusive já avançava reino adentro.
Alys Rivers
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O núcleo de Harrenhal apresentou mais uma personagem misteriosa e relevante no quarto episódio: Alys Rivers. Embora ela já tenha aparecido em capítulos anteriores da segunda temporada, Alys foi formalmente apresentada agora em uma cena que divide tela com Daemon.
Ela é uma jovem e com um ar de bruxa, que diz ser uma coruja presa no corpo de uma mulher. Seus cabelos são longos e escuros, e ela conta que assumiu, na prática, as funções de meistre depois que o último fugiu. Além disso, Alys conta sobre as lendas de Harrenhal assombrada ao príncipe, e lhe entrega uma poção para ajudar com as perturbações em seu sono.
No livro, Alys é alguém bastante relevante para esse núcleo, mas apresentada de forma um pouco diferente: a Rivers é uma ama de leite que tinha pelo menos quarenta anos quando a Dança dos Dragões começou. Não se sabe sobre seus pais, embora o sobrenome indique que seu nascimento é bastardo, mas algumas histórias sugerem que ela era filha do lorde Lyonel Strong, e, portanto, meia-irmã de sor Harwin e lorde Larys. Já outras, dizem que ela era bem mais velha e foi, inclusive, ama de leite dos Strong em questão.
Sua aparência era de uma mulher mais jovem, e muitos atribuíam isso a sua suposta prática de magia - bruxa, feiticeira da floresta, fazedora de poções e outras denominações foram atribuídas a ela. Além disso, diz-se que todos os seus filhos nasceram natimortos, embora o seu leite jorre em abundância para alimentar os bebês de Harrenhal.
Além do fator “ama de leite”, a maior diferença entre a série e o livro até agora é que Fogo & Sangue sugere que não houve interação entre a personagem e o príncipe Daemon enquanto ele controlava o castelo, já que pouco se sabe sobre ela no período.
Os dragões em Pouso das Gralhas
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O quarto episódio trouxe a primeira grande batalha entre dragões na série: quando os Verdes cercaram Pouso das Gralhas, pequeno castelo aliado de Rhaenyra, a rainha enviou Rhaenys montada em Meleys para defendê-lo. Porém, a batalha era uma armadilha de Cole e Aemond para derrubar um dragão de Nyra, e Vhagar estava aguardando em segredo para atacar a princesa. O plano se desviou quando Aegon chega na batalha - sem ter sido chamado e sem saber da estratégia de sua Mão - e se atraca no ar com o dragão dos Pretos.
A luta então começa entre Meleys e Sunfyre, e a primeira, maior e mais experiente, fere o dragão que o rei monta com um profundo arranhão no peito. As criaturas estão engalfinhadas quando Vhagar surge, montada por Aemond, e Aegon acha que o irmão vai salvá-lo, mas ele lança um “dracarys” nos dois dragões menores, o que derruba Sunfyre e Aegon ao chão.
Meleys consegue sair quase ilesa, assim como Rhaenys, e a princesa, resignada, decide voltar à batalha contra a dragão gigantesca. Ela acaba sendo surpreendida por um ataque direto de Vhagar, que aparece de baixo e morde o pescoço de Meleys, a matando em pleno voo. Quando a dragão vermelha cai, ela destrói parte do castelo e causa incêndios. Rhaenys não consegue se salvar e perece também, enquanto Aemond e Vhagar saem incólumes.
No final do episódio, ainda vemos Aemond encontrando Sunfyre gravemente ferido e Aegon - que não aparece na cena. O príncipe desembainha sua espada em uma pose bastante suspeita, mas sor Criston Cole chega bem na hora, impedindo o que quer que o mais jovem planejava fazer com o irmão.
Em Fogo & Sangue, a ideia é bastante parecida, embora os detalhes sejam diferentes. Em primeiro lugar, Cole tenta derrubar Meleys com dardos, do mesmo tipo que os dorneses usaram para matar Meraxes durante a Conquista. A técnica não funciona, e ele pede para seus cavaleiros mirarem em Rhaenys - ainda sem resultado.
Então, surgem no horizonte dois dragões juntos: Sunfyre e Vhagar. Os três começam a brigar ao mesmo tempo e Meleys morde o pescoço de Sunfyre, mas Vhagar desce sobre eles e derruba os três dragões ao chão. Nisso, apenas Vhagar se levanta novamente, enquanto Meleys está morta e sua cavaleira completamente carbonizada. Sunfyre e Aegon sobrevivem, embora ambos gravemente feridos.
Os Frey da Travessia
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O quinto episódio da série trouxe Jace doido para fazer alguma coisa para ajudar o lado de sua mãe na guerra. Então, ele decide partir para as Terras Fluviais em segredo e tentar uma negociação com os Frey, que controlam as Gêmeas e a travessia do Ramo Verde do rio Tridente. Seu plano era simples: como Daemon não estava dando notícias de um possível exército, o príncipe queria garantir a passagem dos homens prometidos a ele por Cregan Stark, que atravessariam o rio para interceptar as tropas reunidas pelos Lannister no oeste.
Para isso, Jace subiu em seu dragão Vermax e voou em direção às Gêmeas - sem o consentimento de sua mãe, contando apenas para a prima e prometida Baela. Chegando lá, ele tem uma negociação com Lorde e Lady Frey, que se mostram indecisos com o lado a se tomar na guerra uma vez que seu suserano Tully ainda não levantou um estandarte. Jace percebe que eles querem algum tipo de benefício para apoiar sua mãe e aprovar a passagem dos Stark, e Lady Frey logo revela: para ficar ao lado dos Pretos, a família quer o controle de Harrenhal.
Posteriormente, a série nos mostra Jace relatando para sua mãe que essa é a exigência dos Lordes da Travessia para tomar seu lado. Em Fogo & Sangue, no entanto, essa trama não existe: nesse ponto da história, a “turnê” de Jacaerys em busca de aliados por Westeros já acabou com o apoio Stark e Arryn, e quem lidera os esforços nas Terras Fluviais é apenas Daemon. Jace está focado nos assuntos ao sul, em Pedra do Dragão, no conselho de sua mãe e em como tomar Porto Real dos Verdes.
Já o papel dos Frey não é de protagonismo em nenhum momento: eles se juntam aos Pretos assim como outras casas da região quando Daemon toma Harrenhal, integrando o exército que o príncipe reúne e participando de batalhas como a tomada de Barreira de Pedra, a sede da Casa Bracken. O único nome de um Frey mencionado individualmente nesse ponto da história é o de sor Forrest, conhecido como “Tolo Frey”, que havia lutado pela mão de Rhaenyra no passado. Agora, é relatado que ele se juntou a Daemon junto com outros senhores do Tridente.
A aliança com os Arryn
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O apoio dos Arryn é mencionado há bastante tempo na série por parte de Rhaenyra e seus Pretos, uma vez que a mãe da rainha pertencia à Casa e o próprio Vale era comandado por uma mulher, Lady Jeyne Arryn, o que ia de encontro com a reivindicação de Nyra ao Trono de Ferro. No final da primeira temporada, a rainha manda seu filho Jace passar pelo Ninho da Águia para garantir que o Vale tome o seu partido na Dança dos Dragões, e é relatado que a visita do príncipe foi bem sucedida.
Depois, a série conta que Lady Jeyne pediu à rainha um dragão para proteger o Ninho, já que, embora impenetrável pelo solo, a fortaleza da Casa Arryn é bastante vulnerável a ataques aéreos (inclusive, foi assim que Visenya Targaryen conquistou a região - pousando com Vhagar no palácio). Rhaenyra, então, envia à fortaleza seus três filhos mais novos, Joffrey, Aegon e Viserys, acompanhados por uma das gêmeas de Daemon, Rhaena, e dois dragões, além de quatro ovos. Porém, ambos ainda são pequenos filhotes e de pouco servem para a proteção, o que deixa Lady Arryn insatisfeita, como pode-se ver na cena da conversa com Rhaena no quinto episódio.
No livro Fogo & Sangue, a trama é basicamente a mesma, embora tenhamos mais detalhes sobre Lady Jeyne e, inclusive, especulações sobre a sexualidade dela: como nunca se casou, circulava o boato de que ela “preferia a companhia de mulheres”, mas essa trama foi deixada de lado em detrimento da política. A Arryn também declara apoio à Rhaenyra, mas pede a Jace um dragão para a proteção de sua sede, e assim a aliança é firmada.
A insatisfação de Lady Jeyne talvez seja a maior diferença entre livro e série, visto que ela não é mencionada no texto. O motivo disso é outra mudança da adaptação: na versão original da história, Tyraxes é um dragão pequeno, mas não um filhote, e já é contado pelos Pretos como um de seus dragões da linha de frente. A próxima menção direta à senhora do Vale é quando ela concorda em enviar um exército em socorro de Rhaenyra imediatamente, mais adiante no livro.
Rhaenyra, Mysaria e Porto Real
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O sexto episódio da série trouxe um plano articulado por Rhaenyra e Mysaria para minar o poder dos Verdes em Porto Real. Com a insatisfação do povo da cidade e a fome se espalhando (afinal, os Pretos isolaram a cidade pelo mar com o bloqueio das frotas Velaryon), Mysaria começou a disseminar boatos que aumentaram o ódio da população por Aegon e seus apoiadores. Agora, o “golpe final” da rainha veio para passar uma mensagem clara: “Aegon os abandonou; eu, não”.
Para isso, Rhaenyra enviou dezenas de pequenos barcos com sua bandeira hasteada recheados de mantimentos para a baía de Porto Real, sendo recebidos pelo povo e criando caos na cidade. Essa confusão, além de aumentar a aprovação da rainha, acabou por causar um grande tumulto com Alicent e Helaena, que estavam no septo da cidade quando as ruas foram tomadas pelo povo insatisfeito, clamando o nome de Rhaenyra e tentando atacar a dupla Verde.
Embora o povo de Porto Real e sua revolta com as figuras de poder sejam elementos bastante presentes na versão de Fogo & Sangue, essa trama específica nunca aconteceu no livro - depois de Pouso das Gralhas, Rhaenyra já estava focada numa guerra de táticas militares clássicas. Nenhum barco de comida chegou a Porto Real mandado pela rainha, e os planos de Mysaria em prol dos Pretos são menos claros.
Inclusive, a mulher conhecida como Verme Branco, ou Senhora Miséria, também se torna uma importante aliada de Rhaenyra no livro, mas não há muitos detalhes de estratégias estabelecidas pelas duas em conjunto. O que há de mais evidente são relatos de que Mysaria se tornou informalmente a Mestre dos Segredos de Rhaenyra, mesmo sem uma posição oficial em seu conselho, e que as mulheres se tornaram próximas (também sem muito aprofundamento): a rainha ouvia seus conselhos e não se incomodava com o caso entre Mysaria e Daemon.
Dragão no Vale
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A trama da Semeadura começou na série, mas com uma abordagem diferente daquela vista em Fogo & Sangue: na adaptação, Rhaenyra convida Sor Steffon Darklyn a tentar domar um dragão, visto sua ascendência compartilhada, enquanto no livro Jace espalha uma declaração de que daria terras e títulos a qualquer um que domasse uma das criaturas e lutasse ao lado da rainha. Se você quiser entender essa parte da história com detalhes, contamos tudo aqui.
Porém, a principal diferença que a série apresentou é a presença de um dragão no Vale de Arryn, assim como a ausência de uma personagem bem importante.
Assim como no texto, Rhaena Targaryen não é uma cavaleira de dragão como sua irmã Baela, e é mandada ao Vale como representante de Rhaenyra no Ninho da Águia. Nesse sexto episódio, lady Jeyne conta para a jovem que um dragão adulto foi avistado na região, e a filha de Daemon encontra carcaças de ovelhas queimadas nos campos. Isso indica que o dragão em questão é Sheepstealer, ou Roubovelhas, uma das criaturas selvagens que vive nos arredores de Pedra do Dragão.
A diferença principal é que, na história que conhecemos, ele nunca foi até o Vale ou sequer saiu dos entornos da ilha Targaryen sem um cavaleiro. E, em Fogo & Sangue, ele é domado por uma jovem de origem desconhecida chamada Nettles (ou Urtigas, na tradução), que levou comida a ele todos os dias até ser aceita. Pelo que a série mostrou nesse episódio, Nettles deve ser cortada, e tudo indica que Rhaena vai domar o dragão no Vale, um desvio grande da história original.
Expulsa do Vale
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Como já dito anteriormente, não há relatos de descontentamento de Lady Jeyne Arryn com a comitiva de Rhaenyra neste ponto da história em Fogo & Sangue: a Senhora de Ninho da Águia guardou os enviados da Rainha e levantou tropas em seu favor. Foi lá no Vale, inclusive, que um dos ovos levados por Rhaena eventualmente chocou e trouxe à vida o pequeno dragão Morning.
Se o sexto episódio da série já deu uma guinada na história de Rhaena em outra direção, ao introduzir um dragão adulto - provavelmente Sheepstealer - em seu núcleo para ser conquistado por ela, o sétimo e penúltimo capítulo da segunda temporada foi definitivo em seu desvio do material original: agora, Lady Jeyne parece ter expulsado toda a comitiva de Rhaenyra de seu castelo. Com essa decisão, a lealdade do Vale para com Rhaenyra fica incerta, e talvez todo esse núcleo seja diferente da história original.
Origem de Hugh
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Como já explicamos melhor nesse artigo, Hugh, o Martelo, não tem a sua ascendência comentada em Fogo & Sangue: tudo o que sabemos sobre os seus pais é que ele é filho bastardo de um ferreiro. Portanto, não existem evidências de sangue Targaryen ou valiriano em geral, reforçando no livro a ideia de que toda a necessidade de sangue do dragão para montar uma das criaturas pode ser uma farsa.
No sétimo episódio da segunda temporada da série, no entanto, temos a informação de que ele é, sim, um bastardo da Casa do Dragão. Antes, já era possível inferir essa possibilidade pela sua aparência física, com ênfase para os cabelos platinados valirianos, mas isso não é uma garantia de nada àqueles que não conheciam o personagem do livro. Agora, ele decide responder ao chamado de Rhaenyra para tentar domar um dragão e se unir a ela na luta pelo Trono de Ferro, confirmando a sua história para a esposa.
Segundo Hugh, ele não conheceu o pai - mas a mãe, sim. Ela trabalhava em uma casa dos prazeres de Porto Real, e, segundo ele, tinha os cabelos prateados e mais liberdade “por ser quem era”. Ele ainda diz que sua mãe costumava dizer a ele que ele tinha os mesmos direitos do que os filhos de seu irmão, Viserys e Daemon. Com essa informação, fica subentendido que sua mãe era uma das filhas do rei Jaehaeys e da rainha Alysanne, e existe no cânone uma personagem perfeita para a história: a princesa Saera.
Uma das princesas mais jovens entre a prole do casal, Saera encontrou um destino inesperado para uma das queridas filhas de Jaehaerys, se tornando uma prostituta nos jardins de prazeres de Lys (na versão da série, esse detalhe poderia ser modificado e a princesa trazida para Porto Real).
Isso acontece porque seu pai descobre que Saera havia se deitado com três cavaleiros, que eram seus amigos próximos - e, quando ele a confronta sobre, a princesa diz que se casaria com os três. Jaehaerys fica furioso e, em um dos maiores episódios de moralismo na história de Westeros, envia a sua filha à Vilavelha para servir à Fé. Voluntariosa e decidida como era, Saera deu um jeito de fugir e encontrou o seu destino nas casas de prazeres.
Embora não seja confirmado que Saera seja a mãe de Hugh, essa é a maior possibilidade, e talvez tenhamos essa resposta definitiva no futuro.
Revolta de Jace
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Jace Velaryon está passando por momentos difíceis como um adolescente nesse momento da série. Revoltado com a mãe, se sentindo frustrado e mudando de opinião o tempo todo, o príncipe herdeiro de Rhaenyra demonstrou todo o seu descontentamento com a posição de sua mãe acerca dos novos montadores de dragão bastardos, e sua própria bastardia.
O jovem - que, devemos lembrar, há poucos episódios teve uma conversa sobre a necessidade de sangue Targaryen para montar um dragão ser um potencial mito - foi reclamar para sua mãe sobre como a possibilidade de bastardos montando os dragões poderia minar a sua credibilidade como Targaryen e sobre sua própria bastardia, sendo contra as ações da mãe.
Porém, no livro Fogo & Sangue, é exatamente o contrário: Jace é a pessoa que organiza toda a estratégia da Semeadura, convocando aqueles do povo que forem corajosos o suficiente para tentar domar um dragão, independente de seu sangue ou origem.
A Semeadura
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A parte prática da Semeadura teve duas principais mudanças. A primeira é a participação de Mysaria na organização estratégica, tanto sugerindo à Rhaenyra que convoque os bastardos quanto efetivamente buscando essas pessoas em Porto Real. No livro, como comentado anteriormente, esse processo é comandado pelo príncipe Jacaerys, inclusive sem uma grande participação da rainha.
A segunda diferença é a conquista dos dragões em si. Na versão do livro, não há um momento específico em que um grupo único vai até Vermithor para reivindicá-lo, e sim várias tentativas de várias pessoas diferentes indo até dragões diferentes para tentar domá-los. Todos os quatro novos domadores encontram seus dragões dessa forma: conquistando-os, cada um a seu modo, e se juntando à causa de Rhaenyra.
Outro detalhe que muda é a presença de uma ordem aparentemente valiriana no processo. Embora o livro cite guardas dos dragões, não existe menção a um grupo de pessoas especializadas nessa “arte”, e principalmente com voz política opinando nas decisões da rainha.