Matt Smith não é estranho a fãs apaixonados ou produções de grande porte: ele foi o personagem-título de Doctor Who por quatro temporadas, viveu um jovem príncipe Philip em The Crown (uma das produções mais caras da Netflix), e até teve sua experiência no universo do Homem-Aranha com o infame Morbius. Mas A Casa do Dragão (House of the Dragon), seu mais novo trabalho que estreia neste domingo (21), trouxe um desafio muito particular: uma peruca platinada.
Em entrevista ao Omelete, Smith conta que não teve exatamente uma boa experiência com o acessório durante as gravações da derivada de Game of Thrones. “Se eu não tivesse que passar por uma hora e meia de maquiagem e cabelo todo dia, eu seria muito mais feliz”, diz, apesar de reconhecer que a peruca é essencial para caracterizá-lo como um Targaryen, já que eles têm nas madeixas platinadas sua marca registrada.
“Por mais que seja trabalhoso e difícil o processo de colocá-la, ela funciona, e faz você se sentir um Targaryen”, nota. “Infelizmente, sem ela, acho que Daemon não seria o mesmo. Mas se eu pudesse usar meu próprio cabelo e ele parecesse loiro, eu escolheria essa opção a qualquer hora”.
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Smith – que se anima ao saber que esta que vos escreve é brasileira e arrisca até um “tudo bem?” em português – vive na série o intempestivo Daemon Targaryen, irmão mais novo do rei Viserys I (Paddy Considine). Impulsivo e hedonista, Daemon entra em conflitos com a corte e é capaz de violência – mas não é exatamente um vilão, para o ator.
“Embora Daemon seja ameaçador, acredito que o perigo dele vem de sua fragilidade; há uma ternura nessa ameça. É sempre divertido fazer um vilão”, diz, antes de se corrigir: “Quer dizer, não sei se ele é exatamente um vilão, mas é bom interpretar alguém que tem esses contrastes”.
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Smith vê Daemon, inclusive, como um personagem fundamentalmente leal – algo que se expressa especialmente na sua relação conflituosa com o irmão: “Eu me interessei muito pela ideia de lealdade na série. E Daemon, apesar de todos os seus defeitos, é incrivelmente leal. Achei que era algo interessante para explorar nele”.
O ator não teme que o lado mais rebelde de Daemon provoque reações intensas dos fãs, a exemplo do que aconteceu em Thrones com Jack Gleeson, o Joffrey, e Iwan Rheon, o Ramsay: “É um mundo de faz de conta, onde estou fazendo um papel. O público é esperto o suficiente para discernir”.
E o sucesso de GoT?
Assim como os seus colegas de elenco que também conversaram com o Omelete, o ator reconhece o peso do legado da série original. “É impossível recriar o sucesso de Game of Thrones”, acredita. “Foi um fenômeno cultural, mas estamos orgulhosos de continuar o legado e entregar algo original”.
A primeira temporada de A Casa do Dragão terá dez episódios exibidos semanalmente na HBO e na HBO Max, às 22h.