Poucos jogos de 2024 foram tão polarizantes quanto Dragon Age: The Veilguard. O game da BioWare foi recebido de forma calorosa em todos os sentidos — enquanto alguns fãs comemoravam o retorno à boa forma da empresa, outros cometiam review bombing contra o título.
Em entrevista ao Omelete, o brasileiro Scylla Costa, produtor chefe do game, falou um pouco sobre a recepção do novo Dragon Age, e também deu detalhes sobre o seu processo de desenvolvimento.
A conversa começou sobre uma das mudanças mais importantes para o gameplay. Mais focado em ação, Veilguard abandona um pouco do tático que era mais marcante em outros títulos da série:
"A gente resolveu — não gosto muito de usar essa palavra — modernizar o nosso combate, trazer para o que é mais relevante hoje em dia. A gente queria dar a opção para jogadores que preferissem jogar de uma forma mais action RPG. Você pode fazer todas as suas ações, comandar todas as suas habilidades, e a de seus companheiros, também, usando o gatilho esquerdo", explica Scylla.
Ele reforça que, para os fãs da cadência, ainda há a possibilidade de parar o tempo e planejar seus movimentos, dando espaço para todos os gostos.
Outro ponto tocado durante a entrevista foi a mudança de gêneros durante o próprio desenvolvimento. Veilguard foi, inicialmente, pensado para ser um jogo com serviço, com conteúdos online constantes. No fim, a BioWare voltou atrás e fez um RPG focado no offline:
"Você não começa fazendo o jogo pensando o que está acontecendo em 2019, você tem que pensar o que vai acontecer daqui 5 anos. Você tem que olhar pro futuro e não é um processo necessariamente fácil. Ainda mais se você olhar que Inquisition foi lançado 10 anos atrás. As expectativas eram diferentes, o jogo e a tecnologia. Você tem que olhar o que a tecnologia te permite fazer hoje em dia, em que direção você quer levar o jogo, e por isso a gente decidiu levar o jogo mais pra isso", justifica.
No fim das contas, as raízes da BioWare estão no RPG single-player, que entrega boas missões e bons personagens — e isso foi o alicerce para Veilguard.
O resultado desse processo foi divisivo. A BioWare vinha de sérios desafios passados com Anthem, que foi enterrado pela crítica enquanto reportagens apontavam problemas no ambiente de trabalho da desenvolvedora.
Scylla explica que houve processos para ajustar as arestas e voltar para o trilho, mas entende que nunca há garantia de que um game será bem recebido.
"Sendo bem sincero, a gente nunca sabe como vai ser a recepção. É sempre um pouco de surpresa, a gente sabe que o mundo tem sido muito polarizado, e é até estranho. Você vê muita gente criticando sem nunca ter jogado um Dragon Age. A mensagem que eu queria deixar é: jogue e tire suas próprias conclusões. Veilguard é um jogo que, quando você bota a mão no controle, você joga, é bastante diferente, positivamente, do que só assistir uma stream", defende o produtor.
Dragon Age: The Veilguard está disponível para PlayStation 5, Xbox Series X|S e PC. O jogo tem Solas, velho conhecido de Inquisition, como grande antagonista, e conta uma história que conquista com seus ótimos personagens. Confira nosso Review.