Em um mar de Instrumentos Mortais, Coração de Tinta e A Bússola de Ouro, Jogos Vorazes foi uma das poucas adaptações literárias juvenis de sua época que encontraram ressonância com o público. Ao lado de Harry Potter e Crepúsculo, a trilogia de Suzanne Collins se provou um fenômeno cultural também no cinema, e o seu retorno com A Cantiga dos Pássaros e das Serpentes sugere que o universo distópico de Panem continua exercendo alguma fascinação. Mas por quê?
“Eu acho que Suzanne escreve livros que ressoam com as pessoas e com o mundo no qual eles são lançados”, arrisca a produtora Nina Jacobson em entrevista ao Omelete. “Seus personagens são humanos e memoráveis, mas as suas ideias são muito oportunas ao nosso tempo, ao tipo de vida que vivemos hoje em dia.”
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Uma dessas ideias, para Jacobson, é “a sedução do autoritarismo”. “O que faz alguém querer um governo autoritário, ou querer fazer parte de um governo autoritário? São escolhas complexas que levam as pessoas a esses caminhos, muitas vezes guiadas pelo medo e pela incerteza. E são escolhas que revelam nossas próprias concepções de humanidade”, reflete a produtora.
“Acho que estamos vivendo em uma era na qual esse tipo de questão é dolorosamente oportuna. Você acredita que as pessoas são fundamentalmente boas, e que o governo serve para proteger os direitos delas? Ou acha que as pessoas são fundamentalmente más, e que o governo serve para controlá-las, impedi-las de se destruírem mutuamente?”, provoca ela. “A sua resposta para essas perguntas define muito da sua posição política.”
Jogos Vorazes: A Cantiga dos Pássaros e das Serpentes já está em cartaz nos cinemas brasileiros.