ATUALIZAÇÃO [17h]: Após a publicação desta matéria, o Parlamento da Coreia do Sul votou para bloquear a declaração da Lei Marcial do presidente, e Yoon Suk-yeol já prometeu que honrará a decisão após reunião com seus ministros. As autoridades militares, apesar de terem recuado da ocupação do Parlamento, disseram que a revogação será honrada a partir da ordem oficial do executivo.
O presidente sul-coreano Yoon Suk-yeol declarou, na manhã de hoje (3), a instituição de uma Lei Marcial no país, alegando - por hora, sem provas - que elementos da oposição seriam simpatizantes da Coreia do Norte e estariam engajados em "atividades anti-Estado" [via Reuters].
A medida, que entraria em efeito imediatamente e não é invocada na Coreia do Sul desde 1980, suspende todas as atividades políticas no país (incluindo sessões do parlamento e reuniões partidárias), e coloca a indústria do entretenimento sob o controle mais restrito do governo.
Apesar do pouco apoio popular e político reunido pelo presidente Yoon para a medida até o momento - representantes de seu próprio partido a denunciaram como "errada" -, é possível que a Coreia do Sul entre em um período turbulento de qualquer forma. Mas o que isso significa para o cinema, a TV e a música?
O que já está acontecendo?
TAEMIN, que tem show marcado no Brasil em 2025 (Reprodução/Instagram)
De acordo com uma reportagem da Naver, um dos principais veículos jornalísticos conectados à indústria de entretenimento da Coreia, gravadoras e estúdios já entraram em "modo de emergência" diante do anúncio da Lei Marcial. Isso significa, especificamente, que representantes das empresas estão entrando em contato com artistas e pedindo para que eles não façam aparições públicas de nenhuma natureza a partir de amanhã (4).
Segundo a apuração do site, enquanto isso, as equipes das empresas também estão se movendo para cancelar eventos que seriam realizados nos próximos dias dentro do país, como shows, encontros de fãs e até mesmo reuniões privadas.
“Não sabemos que tipo de problemas poderemos enfrentar se realizarmos um evento sob lei marcial”, disse uma fonte não identificada da Naver. Conforme as festas de fim de ano se aproximam - período em que, tradicionalmente, os artistas de k-pop e k-drama realizam vários eventos especiais pela Coreia -, as empresas devem aguardar para saber se a Lei Marcial vai impedir ou dificultar o realizamento desses eventos.
O que ainda pode acontecer?
Round 6, que tem temporada marcada para o fim do mês (Reprodução)
Deste lado do mundo, é difícil imaginar como a medida anunciada pelo presidente Yoon vai impactar os eventos relacionados ao entretenimento sul-coreano. Caso a Lei Marcial se estenda por muito tempo, e a depender da severidade das restrições impostas pelo governo, vai ficar complicado para astros de k-pop viajarem para honrar compromissos no Brasil, por exemplo -KARD, TAEMIN, Stray Kids e Kino têm shows marcados no país ano que vem.
Por outro lado, a Lei Marcial também pode perturbar a cadeia de produção e lançamento de novos álbuns, séries e filmes no país. Artistas como TWICE, Rosé e SF9 têm discos marcados para estreia nos próximos dias, enquanto produções como Light Shop, Who is She, Check-in Hanyang, Namib e Round 6 marcaram novos episódios para o mês de dezembro.
Por enquanto, enfim, as especificidades da Lei Marcial da Coreia do Sul, e a própria validade dela como medida governamental, ainda estão difusas. A certeza é que a indústria do entretenimento do país deve sofrer com esta surpresa, e os fãs deste lado do mundo podem ficar órfãos de novas produções no futuro próximo.