Lanterna Verde ganhou em 2019 uma nova HQ, chamada The Green Lantern, com roteiros de Grant Morrison e arte de Liam Sharp. O autor revelou em entrevista ao Deadline que para atualizar Hal Jordan, o lanterna terráqueo original, sua principal inspiração está nos quadrinhos da década de 60, especialmente nas fases escritas por Gardner Fox e John Broome:
“Especialmente John Broome, (...) eu queria voltar para a ideia básica sobre Hal Jordan, que é alguém que ele sempre viu como alguém que teve a cabeça explodida ao ser convocado para a Tropa dos Lanternas Verdes, essa força policial universal. Então ele o escreveu como um homem do espaço sem humor que voltou da lua, ou órbita, e meio que não entende mais como o mundo funciona. Acho isso fascinante. Ele escreveu Hal Jordan como um cara que não trabalha ou se relaciona às coisas da mesma forma que fazia antes de ser levado para essa experiência que muda sua visão sobre tudo.”
O roteirista, que tem icônicas fases na revista do Batman e do Superman, revelou fascínio em escrever personagens diversos:
“Para mim o interessante em trabalhar em personagens como Mulher-Maravilha e agora no Lanterna Verde, é que são personagens que não tem nada a ver comigo. Tentar encontrar características em comum com esse cara - quer dizer, ele é um piloto de testes, muito bacana, não tem medo, e se envolve em coisas por ser tão bom em tudo que ele pode praticamente lidar com qualquer coisa. Esse não sou eu.”
Morrison comentou também o desafio de escrever um personagem com tanta bagagem no Universo DC.
“Na continuidade da DC Comics esse cara também é estranho. Ele viveu, morreu, renasceu, teve todas essas aventuras cósmicas e tem consciência de que na verdade é capaz de lidar com tudo isso. Muitos quadrinhos atualmente são sobre seus traumas e fragilidades. Mas Hal Jordan está além de tudo isso. É um grande desafio. Sobre o que ele gostaria de conversar? Ele não é como o resto de nós."
O autor revelou também que a parceria com o artista Liam Sharp foi um fator decisivo para que a revista acontecesse:
“Ele é muito imaginativo. Aceitei trabalhar na revista apenas porque Liam a desenharia. Nós conversamos sobre trabalhar juntos e sabia que poderia correr bem. Eu jogava conceitos, mas ele está sempre acima dos desafios, de verdade. O que ele está fazendo lembra muito as capas de álbuns dos anos 70. Há uma direção bem old-school que estamos explorando aqui e revisitando esse núcleo ilustrativo de algo que representa a visão antiga do futuro”
Lanterna Verde é publicado no Brasil pela Editora Panini.