Criada em 1999 e frequentemente subutilizada nos quadrinhos da Marvel, Eco não tem muitas sagas aclamadas para chamar de suas - mas A Canção da Fênix supre bem essa lacuna. Lançado em 2021, o arco de HQs narra com pompa e circunstância os próximos passos de Maya Lopez após se tornar a nova hospedeira da Força Fênix, uma das entidades intergalácticas mais poderosas do universo Marvel.
O Omelete perguntou à atriz Alaqua Cox, protagonista de Eco, se ela toparia adaptar essa história para os cinemas - especialmente tendo em vista que os X-Men estão chegando ao MCU. A resposta foi categórica: “Absolutamente! Eu estou disposta a qualquer coisa com essa personagem, e estou pronta para qualquer desafio com ela. Acho que seria muito interessante desenvolver esse tipo diferente de Eco.”
Mas como assim, Eco é a nova Fênix?
Quadro de Phoenix Song: Echo (Reprodução)
Pois é, longa história. Tudo começou em Enter the Phoenix, saga dos Vingadores lançada entre o final de 2020 e o começo de 2021, onde o roteirista Jason Aaron e o artista Javier Garrón trazem a Força Fênix de volta à Terra, décadas depois de causar estrago no corpo de Jean Grey.
A entidade cósmica está em clima esportivo, selecionando vários heróis e vilões ao redor do universo Marvel - incluindo Doutor Destino, Pantera Negra, Capitão América, Mulher-Hulk, Howard o Pato, Luke Cage, Viúva Negra, Shang-Chi, Namor e Eco - para competir em um torneio pelo seu poder. Para incentivá-los a lutar, Fênix empresta um pedacinho de suas habilidades cósmicas para cada um deles.
A grande final do torneio acaba acontecendo entre Namor e Eco, com o príncipe submarino derrotando a anti-heroína surda sem muita dificuldade. No decorrer da batalha, no entanto, a intensidade das emoções de Maya Lopez atraem a atenção de Fênix, que a escolhe como hospedeira apesar da derrota.
E o que ela faz com esse poder?
Quadro de Phoenix Song: Echo (Reprodução)
A Canção da Fênix, arco escrito por Rebecca Roanhorse e ilustrado por Luca Maresca, é talvez a influência quadrinesca mais óbvia para a minissérie Eco - até porque Roanhorse foi chamada para integrar a equipe de roteiristas da série do Disney+ e do Star+, de forma parecida com a qual Matt Fraction fez consultoria para Gavião Arqueiro após passagem bem-sucedida pelos quadrinhos do personagem.
Assim como acontece nos episódios da série, as HQs mostram Maya Lopez retornando para a reserva indígena na qual cresceu e destrinchando a herança misteriosa deixada por seus ancestrais. Enquanto Eco, a minissérie, visita essas ancestrais em flashbacks localizados no começo de cada capítulo, indicando que elas podem ter passado a Maya algum tipo de habilidade sobrenatural, A Canção da Fênix escolhe um caminho mais fantasioso ao permitir que a própria Maya viaje no tempo e interaja com essas mulheres.
No caso, Maya faz isso para frustrar o plano do Adversário, vilão poderoso que quer destruir a linhagem de Eco e, fazendo com que ela nem mesmo exista no presente, roubar a Força Fênix para si. É só ao acessar o verdadeiro potencial de seus novos poderes - com uma ajudinha providencial de Forge, integrante dos X-Men - que ela consegue derrotar o Adversário, fazer as pazes com o legado poderoso de sua linhagem familiar e começar a construir uma nova vida como Fênix.
Como isso pode acontecer no MCU?
Alaqua Cox em cena de Eco (Reprodução)
Como de costume, planos concretos para o futuro do universo compartilhado da Marvel só existem mesmo na cabeça de Kevin Feige, então tudo o que podemos fazer é especular. A cena pós-créditos de As Marvels nos deu a primeira espiadela oficial à integração dos X-Men à franquia, com o retorno de Kelsey Grammer como Fera, a adição de Lashana Lynch como Binária, e uma alusão passageira à existência de Charles Xavier nessa nova realidade - embora não tenhamos ideia de quem vai interpretá-lo ainda.
Fora isso, não sabemos nada, nadinha mesmo, de concreto sobre os X-Men do MCU. O que significa que as portas estão escancaradas para uma adaptação - fiel ou não - do arco de Eco como a hospedeira da Força Fênix.
Talvez Jean Grey nem exista nessa realidade dos cinemas, ou talvez ela exista e já tenha expulsado a Fênix de seu corpo há muito tempo. Talvez, com a abertura de tantos portais interdimensionais no MCU, a entidade cósmica “escape” por um deles e possua o corpo de Eco, o que pode muito bem trazer os mutantes correndo para a realidade principal da franquia, a fim de conter o estrago que a Fênix pode causar - exatamente como Forge faz em A Canção da Fênix.
De certo, mesmo, só temos uma coisa: Alaqua Cox está pronta para o que der e vier, e tem talento e carisma para carregar qualquer história que Feige e cia. jogarem em sua direção.