Depois de 15 anos sem tocar no Brasil, os estadunidenses da banda Bon Jovi fizeram um show para mais de 61 mil pessoas no Estádio do Morumbi, em São Paulo, nesta quarta-feira. A apresentação foi parte da turnê de divulgação do 11º álbum de estúdio do grupo, The Circle (lançado em 2009), que recentemente passou também pela Costa Rica, Chile e Argentina.
Bon Jovi
Bon Jovi
Bon Jovi
Bon Jovi
Após o show de abertura dos gaúchos do Fresno (morno e muito vaiado), o Bon Jovi subiu ao palco com apenas 19 minutos de atraso (o show estava marcado para as 21h) e tocou durante 3 horas. Foram 27 músicas dos principais discos da carreira da banda, além de uma canção da carreira solo do vocalista Jon Bon Jovi, a vencedora do Globo de Ouro de Melhor Música pelo filme Jovem Demais para Morrer, "Blaze of Glory". O público, predominantemente feminino e jovem, estava animado e cantou junto quase todas as músicas. Fãs de várias idades que estavam na área VIP, situada em frente à Pista Premium, tiveram acesso a ingressos através do fã-clube oficial da banda e pagaram a "bagatela" de 1300 reais para vê-los de perto. O ingresso também dava direito a uma visita ao camarim. O palco, ao contrário de outros grandes espetáculos que o Morumbi recebeu recentemente, era modesto, mas a excelente qualidade e utilização dos telões compensaram esta pequena imperfeição.
O repertório foi praticamente composto pelos grandes hits da banda. Estavam lá "You Give Love a Bad Name", "Born to be my Baby" e "These Days", além das baladas "I'll Be There For You", "In These Arms" e "Always", que fizeram o público presente levantar seus celulares e cantar junto. Do CD novo, apenas quatro faixas, com destaque para "We Weren't Born to Follow". "I'll Sleep When I'm Dead" (do álbum "Keep the Faith", de 1992) e "Who Says You Can't Go Home" (um folk do álbum "Have a Nice Day", de 2005), músicas menos conhecidas do grande público, comprovaram uma das características do quarteto, que é variar o set list em todos as apresentações que fazem, abrangendo de grandes sucessos até faixas que nunca haviam tocado ao vivo.
Hits dos anos 80 como "Bad Medicine" (formando um medley com "Pretty Woman", de Roy Orbison, e "Shout"), "Runaway" (o primeiro single da carreira da banda) e "Lay Your Hands on Me" (cantada pelo guitarrista Richie Sambora, em uma interpretação inferior, mas não menos carismática que as de Jon Bon Jovi) animaram as fãs. O vocalista, que já está com 48 anos (e as marcas de expressão em seu rosto o condenam), continua sendo um dos maiores showmen da música contemporânea. Feliz em voltar ao país ("com a animação desta platéia, deveríamos voltar ao Brasil todos os anos"), andou pelo palco, dançou e provocou as fãs com piscadinhas e reboladas. Richie Sambora, seu fiel companheiro, também mostrou boa forma, apesar de todos as aplicações de botox.
Após fechar o show com a faixa "Keep the Faith", a banda voltou para o bis, com direito a "Parabéns para você" para o baterista Tico Torres, que completa 57 anos nesta quinta-feira, entoado em uníssono pela platéia. A música "Wanted Dead or Alive" trouxe um dos momentos mais emocionantes da apresentação, quando o público cantou toda a primeira estrofe e refrão só com acompanhamento da banda, deixando Jon como mero espectador. O Bon Jovi fechou o bis com o maior hit de sua carreira, "Livin' on a Prayer", e ainda voltou para um segundo bis, com os músicos demonstrando claros sinais de cansaço na balada "Bed of Roses".
A banda faz o último show no Brasil nesta sexta-feira, quando toca na Praça da Apoteose, no Rio de Janeiro.