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Dave Grohl fala sobre Them Crooked Vultures, Foo Fighters, shows e mais

"Não consigo não estar no Foo Fighters", diz músico

07.05.2011, às 00H00.
Atualizada em 07.11.2016, ÀS 03H00

Dave Grohl deu uma longa entrevista ao MusicWeek. A conversa começou com Them Crooked Vultures, e como a banda influencia seu trabalho no Foo Fighters, especialmente no último disco, Wasting Light.

dave grohl

"Uma banda é diferente da outra. Eu não comparo o Foo Fighters com as outras bandas, porque todas são diferentes. O Foo Fighters é mais que uma banda para mim. Somos uma família de amigos, músicos e equipe que já estão juntos há 16, 17 anos. Quando toco com alguém como John Paul Jones, fico admirado, me sinto abençoado de ter a oportunidade de tocar com um dos meus heróis. Mas [...] eu não consigo não estar no Foo Fighters... Honestamente, o que o Them Crooked Vultures mais me ensinou foi a arte de simplificar. Porque não é um som simples, era como jogar bombas nas pessoas. [risos] Como baterista, essa foi definitivamente a melhor experiência que eu já tive no palco", declarou Grohl.

"Uma das vantagens de participar de mais de uma banda, e de ser um músico que sabe tocar mais que um instrumento, é que você pode experimentar o oposto de alguma coisa. Para mim, depois da viagem com os Vultures, eu sabia que também queria fazer um álbum bem simples e conciso, com dez, 11 músicas, que tivessem uns quatro minutos de duração. E, uma vez que você as ouvisse, elas não sairiam mais da sua cabeça. Não um álbum cabeçudo, que ainda é difícil de entender na décima vez que você escuta. Queria uma coisa bem feijão com arroz e que faz as pessoas dançarem, entende? Sempre que eu faço um projeto paralelo, seja no Vultures ou tocando com Paul McCartney, ganhou mais energia para voltar ao Foo Fighters", explicou.

Grohl também falou sobre o processo de composição e o que mantém sua banda em alta dentro do rock, enquanto outros grupos caem em decadência. "Nós nunca nos preocupamos muito com nada fora do nosso 'mundinho perfeito'. Nós temos nosso próprio selo, o Roswell Records, e fazemos negócios de licença e distribuição com a Sony. Temos nosso próprio estúdio, escrevemos nossas próprias músicas, fazemos nossos próprios vídeos... Somos bem 'caseiros'. Quando entramos no estúdio para gravar um álbum, não estamos preocupados com nada do que possa estar acontecendo do lado de fora. Ainda bem que trabalhamos com pessoas que sabem que têm que nos deixar em paz. Já vimos diversos gêneros bons indo e vindo ao longo dos anos - nu metal, rap metal... Nós apenas passamos no meio de tudo isso sem nem perceber o que está acontecendo", contou.

Depois que o Foo Fighters confirmou um show na Argentina, muitos fãs brasileiros ficaram ansiosos pela possibilidade de uma apresentação por aqui. "Nós gostamos de tocar, então não fico ansioso. Eu gosto de estar ali e gosto de ficar ali. Fizemos um show em Sydney que durou três horas - chegamos em um ponto de nossa carreira em que temos tantas músicas, que não sabemos mais quais não tocar. Temos tocado o álbum todo para nos prepararmos para o próximo ano. Nós realmente queremos tocar as músicas como elas estão no álbum, escolhemos fazer isso. É engraçado, esse é o tipo de álbum que da pra fazer essas coisas. Já fizemos álbuns que não necessariamente fariam sentido se fossem tocados por inteiro, com bandolins e violinos em algumas músicas... Como esse é mais simples e energético, fica mais fácil fazer coisas diferentes no palco".

Tomada a decisão de tocar o álbum na íntegra em pequenos shows, a banda foi questionada sobre o fato de que as músicas certamente seriam filmadas e publicadas na Internet - o que de fato aconteceu, no início deste ano. "Nós não tínhamos medo porque tudo está ótimo! Isso não machuca ninguém, só faz as pessoas ainda mais felizes. Agora, quando tocamos, todos sabem cantar praticamente todas as músicas. É exatamente como quando eu era mais novo, que tínhamos as demos das bandas antes mesmo dos álbuns serem lançados e quando íamos aos shows, cantávamos as músicas o mais alto possível. Era muito bom. Dividir as músicas com o público é muito importante. Acho que há muita ênfase em não deixar que as pessoas consigam as músicas. Ninguém está realmente pensando no material, estão sempre pensando na tecnologia e no dinheiro, mas nunca na própria música. Eu só tenho noção do sucesso quando estou no palco tocando vendo a reação das pessoas. Eu não entendo as paradas, royalties e músicas no rádio, mas eu entendo quando 80 mil pessoas cantam o refrão comigo", declarou.

No momento, Dave Grohl está em turnê com o FF e seu novo álbum, Wasting Light, lançado em 12 de abril.

Assista ao Foo Fighters tocando Wasting Light na íntegra
Assista ao clipe do primeiro single, "Rope"
Assista ao clipe "White Limo", com Lemmy do Motörhead
Assista à trechos do documentário Foo Fighters: Back and Forth