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Esbanjando carisma e sensualidade, Dua Lipa faz de São Paulo sua pista de dança

Cantora se entrega completamente à energia do público e aquece para show no Rock in Rio

09.09.2022, às 00H42.
Atualizada em 09.09.2022, ÀS 00H55

Se Dua Lipa levar ao Rock in Rio um terço do que apresentou em São Paulo, nesta quinta-feira (8), os fãs podem se preparar para dançar — e suar — bastante na Cidade do Rock. Isso porque a cantora realmente transformou o Distrito Anhembi na sua pista de dança e, veja, não só pelas muitas coreografias, que já viraram sua marca registrada. Muito menos pelo globo de discoteca que literalmente tomou o telão em determinado momento — embora ele tenha, sim, vindo a calhar. Com a tranquilidade de quem sabe que tem o público na mão, Dua Lipa injetou energia com seu setlist repleto de hits, e não teve uma alma que não tenha pulado e gritado desde seu início bombástico com “Physical” até o encerramento colorido ao som de “Don’t Start Now”.

Por isso, inclusive, às vezes foi difícil ouvir a voz da cantora com clareza tamanha a empolgação da plateia, que a acompanhava em todas as músicas, fossem do álbum mais recente, Future Nostalgia, fossem do disco autointitulado. Na realidade, até o discurso emocionado de Dua Lipa foi perdido em meio a gritos de “eu te amo”. Mas não tinha mesmo como ficar quieto. Essa é uma turnê moldada para ser um espetáculo e os mínimos detalhes, dos figurinos brilhantes às artes que tomaram o telão, traduziram a atmosfera oitentista moderna da turnê.

Nesse sentido, é perceptível como tudo foi planejado na minúcia e executado com precisão. Na primeira metade do show, o máximo de espontaneidade que Dua Lipa deixou vazar na sua performance sedutora foram alguns sorrisos e jogadas de cabelo. Mas, diante da receptividade do público, ela eventualmente se permitiu um pouco mais. E aí o que era um “boa noite” animado, mas protocolar, em português virou um convite aos “gatinhos e gatinhas” que estavam ali. Na verdade, houve até um felizardo que a ouviu cantando “Good in Bed” diretamente para ele. Nesse clima ainda, teve ciranda, uma breve versão Bossa Nova de “IDGAF” e até uma mistura de samba e música eletrônica para embalar o intervalo da troca de colã.

Dua Lipa, porém, não abriu mão de dedicar momentos despidos de pirotecnia, em que deixou sua voz ser o foco. Para “Boys Will Be Boys”, por exemplo, seu body ganhou uma cauda e, tomando o centro do palco, ela apresentou a canção como se fosse uma balada — é, afinal de contas, a faixa mais próxima disso em Future Nostalgia. Criou-se uma ambientação dramática, é claro, mas adequada para frisar que, antes de dançarina, ela é cantora. O mesmo tratamento foi dado a “We’re Good” e, novamente, ela não decepcionou.

Em outras palavras, Dua Lipa faz jus ao seu título de diva pop. Embora tenha sobrado alguns momentos de silêncio entre uma troca de roupa e outra — rapidamente ocupado por declarações de amor do público e protestos pedindo “Fora Bolsonaro” —, é evidente que a cantora se entregou por completo para os fãs. O suor e o sorriso orgulhoso no seu rosto não deixam negar.

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