O sol brilhou na cidade de Indio (CA) para o início do segundo fim de semana do Coachella 2013. Mesmo com uma média de 33o durante o dia, o público permaneceu animado para um dos principais eventos musicais do ano, que contou com apresentações do Blur, Yeah Yeah, Yeahs e Of Monsters and Men.
Confira a galeria de fotos do Coachella 2013
Os portões foram abertos as 11h da manhã da sexta-feira, permitindo que milhares de pessoas eufóricas corressem pelos campos do Empire Polo Club – ninguém avançava para pegar um lugar na grade, perto do palco, mas corriam pela simples alegria de estar no festival.
Um dos primeiros shows com um público considerável foi o do The Neighbouhood. Uma curiosidade: foi a própria banda que montou o palco, ligando os equipamentos e fazendo os testes com instrumentos e microfones. Após tudo certo, saíram rapidamente das vistas da plateia e logo retornaram, na companhia do vocalista Phillip Rice, que é muito carismático. A apresentação foi no Outdoor Theater, um palco menor, localizado ao lado do Main Stage, que recebe as atrações principais.
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O som da banda é bom, um indie rock um pouco mais pesado com vocais bem legais, vale a pena pesquisar. A seguir, outro que animou a multidão foi Beardy Man. Ele é uma espécie de DJ, que montou um equipamento próprio, com um computador, alguns iPads e um teclado, misturando efeitos com sua voz e diversas batidas eletrônicas. Nenhuma música conhecida, mas ele sabia levantar o ânimo do público, que começava a sofre com o calor. Foi aí que passaram a soltar vapor de água em diferentes pontos do festival, fazendo a festa de todos. Uma tenda promocional com DJs desconhecidos chegava a ficar mais cheia que alguns palcos, tudo por causa da sombra e do vapor.
Caminhando de um palco a outro, viam-se figuras que tornam o Coachella um dos locais que lança tendências para o futuro. Muita gente jovem com roupas que, provavelmente, serão moda nos próximos anos.
Três bandas que se apresentaram no Lollapalooza Brasil fizeram parte do line-up do festival na sexta. O Passion Pit subiu ao palco principal do Coachella por volta das 18h. Abrindo os trabalhos com a consagrada "Carried Away", levou o público ao delírio com o carisma do vocalista Michael Angelakos. Com músicas dançantes, fizeram todos se mexer em pleno pôr-do-sol. O mesmo aconteceu com o Of Monsters and Men. O conjunto da Islândia apresenta uma sonoridade que combina com o clima de Indio, os integrantes mostram presença de espírito e lançam sorrisos a cada reação mais acalorada dos espectadores.
No fim da noite, o Foals tocou no palco Gobi, em uma apresentação avassaladora. Todos os resquícios de cansaço sumiram quando a grupo esbanjou carisma e levantou o público de uma maneira impressionanto, tal qual vimos no Lolla Brasil. Boa parte deste cansaço vinha também do show anterior, o do Stone Roses, um dos headliners da noite. Tecnicamente foi bom, com som bem regulado e com a banda entrosada, mas não suficiente para animar o festival. Os ingleses tocaram para uma pista bem vazia. Quem quissesse chegava facilmente perto do palco. Talvez por isso os veteranos desanimaram e não fizeram uma boa apresentação.
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Blur, Yeah Yeah Yeahs e Skrillex
O Coachella apostou em uma noite de headliners ingleses, contando com o Blur para fechar o dia - na semana anterior, quem finalizou as apresentações foi o Stone Roses. Aparentemente, a mudança na ordem de apresentação foi uma opção certa, já que a pista estava bem mais cheia.
Conhecidos por shows intensos e com grande participação da plateia, o Blur fez uma apresentação melhor que na semana anterior, com mais animação por parte dos integrantes e contrapartida positiva dos espectadores. Eles abriram a noite com um dos clássicos, "Boys and Girls", cantada de cabo a rabo pelas quase 80 mil pessoas presentes. Não foi um show comparável a aquele no Hyde Park que virou um DVD posteriormente, mas foi bonito.
O Yeah Yeah Yeahs fez o melhor show da noite, superior, na verdade, a qualquer headliner do Coachella. Eles foram escalados para tocar no fim da tarde, com um show de 50 minutos sem nenhum lugar vazio plateia, animado e sem perder o ritmo um segundo sequer.
O consagrado DJ e produtor Skrillex apresentou seu trabalho paralelo intitulado Dog Blood na tenda Sahara, que estava absolutamente lotada. O Coachella é um festival democrático, com atrações para todo tipo de público. Dos rockeiros aos rappers, passando pelo eletrônico.
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O segundo dia de festival acontece nesse sábado, com o Phoenix fechando a noite. Essa é uma grande aposta do Coachella, já que a banda era considerada de porte médio até então. Outros shows aguardados: The XX, Sigur Rós, New Order, Two Door Cinema Club, Franz Ferdinand, Moby, Hot Chip, Grizzly Bear e Major Lazer.
*Julião Pacheco é jornalista, escreve para o Blog do Julião e fala tudo sobre o Coachella em seu Twitter @juliaopacheco