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Skank encerra 30 anos de carreira “dando sentido para a vida das pessoas”

Banda mineira vai para a estrada pela última vez nos dois próximos finais de semana, em São Paulo e Belo Horizonte

16.03.2023, às 10H45.
Atualizada em 16.03.2023, ÀS 10H57

Quem viveu nos anos 1990 e 2000 no Brasil dificilmente não tem decorada uma série de músicas do Skank. Eles foram quase que onipresentes em rádios, novelas e na antiga MTV Brasil marcando uma geração de forma indelével. A mistura de pop rock com reggae e ritmos bem brasileiros, como forró e MPB, foi arrebatadora, unindo gostos e pessoas que dificilmente você veria juntas se não fosse… ouvindo Skank.

Mas chegou o momento da despedida. Depois de mais de 30 anos de estrada, a banda de Minas Gerais decidiu que é o momento de Samuel Rosa (vocais e guitarra), Henrique Portugal (teclado), Lelo Zaneti (baixo) e Haroldo Ferretti (bateria) seguirem seus próprios caminhos para a música. Nos próximos dois finais de semana poderemos ouvir pelas últimas vezes, em São Paulo e Belo Horizonte, os quatro tocando juntos.

(Na verdade, a decisão já estava tomada há mais tempo, mas a pandemia de Covid-19 fez eles adiarem essa turnê de despedida.)

Com álbuns históricos como Calango (1994), O Samba Poconé (1996) e Siderado (1998), e clássicos da música brasileira como Garota Nacional, É Uma Partida de Futebol, Vou Deixar, Resposta, Saideira (na verdade, poderia passar o dia nessa lista), o quarteto agora faz um balanço sobre o legado que ela vai deixar para fãs fieis ou apenas os casuais.

Entre dezenas de show que a banda está fazendo nas últimas semanas em todo o país, o vocalista Samuel Rosa encontrou um tempinho para falar um pouco sobre como eles se veem na história musical do país e, principalmente, como foi a decisão de encerrar uma banda tão bem sucedida como o Skank.

Qual legado o você acha que o Skank vai deixar para a música brasileira? Acredito que compartilhar nossas músicas com o grande público brasileiro é o nosso grande e maior orgulho. Os nossos fãs são nossos verdadeiros parceiros de caminhada. O mais importante para nós é que as nossas músicas tenham um sentido na vida das pessoas. Esse é o nosso legado. O carinho dos fãs é o combustível maior de uma banda. É muito gostoso olhar para trás e lembrar dos nossos feitos, das nossas velhas histórias, dos shows. Isso é um deleite. O passado é o nosso grande patrimônio.

Quão difícil foi tomar a decisão de encerrar a banda? O que pesou mais nessa decisão? Depois de 30 anos de carreira sem interrupção, de uma história sólida, achamos que seria um bom momento para uma parada, para cada integrante seguir um caminho diferente da carreira. E entendemos que era o momento de cada um devolver para a música tudo o que ela nos deu durante todos esses anos. Nossa decisão é realmente baseada nessa vontade de cada um seguir um caminho diferente. Uma carreira tão longa, precisa de um descanso. Claro que dá um frio na barriga porque não teremos o background da banda. Será um baita desafio, mas as mudanças fazem a gente dar um passo à frente.

Você conseguiria fazer um top 5 das músicas mais pedidas pelos fãs? Ou as que os fãs mais se empolgam quando vocês tocam? Escolher o repertório desse show talvez tenha sido a parte mais difícil, mas também foi deliciosa. Fizemos uma lista considerável de músicas e a cada show, vamos alternando algumas. Além disso, a gente gosta de pedir pro público usarem aplicativos de celular, tipo letreiros, ou mesmo cartazes, para pedir as músicas que elas gostariam de ouvir no show. Com isso, a cada cidade, vão mudando as preferências dos fãs. E aí fica difícil fazer um top das mais pedidas.

Qual foi o álbum mais marcante da carreira de vocês? Escolher uma música ou um disco é como fizer qual filho é mais bonito. Cada um deles teve sua importância na história e construiu o que hoje é o Skank.

Como foi ter de interromper a turnê de despedida por conta da pandemia? Qual foi o maior desafio para retomá-la? A pandemia foi um período muito duro para todos. Muita gente perdeu algum conhecido ou alguém próximo. O entretenimento, onde estamos inseridos, sofreu demais. Nós tivemos que esperar mais tempo que outros setores para voltar. Acho que isso foi o maior desafio.