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Crítica

Rua do Medo: 1978 melhora trilogia com história ágil e cativante

Parte 2 da produção da Netflix faz homenagem a Sexta-Feira 13

09.07.2021, às 19H11.
Atualizada em 09.07.2021, ÀS 19H49

Ser o filme “do meio” de uma trilogia já planejada pode ser uma tarefa ingrata, visto que há certos laços a serem mantidos com o que veio antes e o que virá depois. Mas Rua do Medo: 1978 - Parte 2 não apenas não sofre deste mal, como consegue ser mais satisfatório do que seu antecessor, 1994.

Novamente dirigido e roteirizado por Leigh Janiak, o novo filme da trilogia de terror da Netflix volta no tempo para contar a história de uma sobrevivente do massacre do acampamento Nightwing -- outra obra da bruxa Sarah Fier, que aterroriza há séculos os moradores da cidade de Shadyside.

Esta trama gira em torno das irmãs Cindy e Ziggy Berman. Cindy (Emily Rudd), a mais velha, é monitora no acampamento, enquanto a caçula (Sadie Sink, muito carismática) é um peixe fora d’água que sofre bullying por parte dos colegas que vem da cidade vizinha mais rica, Sunnyvale.

O relacionamento de amor e ódio entre as duas está no coração do filme, e é em grande parte o responsável por fazê-lo funcionar. O roteiro de 1978, aliás, trabalha muito melhor os relacionamentos entre todos os seus protagonistas, que incluem Alice (Ryan Simpkins), amiga rebelde de Cindy, e o futuro xerife Nick Goode (Ted Sutherland).

É isso que faz, inclusive, com que sigamos investidos em suas histórias enquanto o mais novo fantoche de Fier comete atrocidades no acampamento, em uma homenagem explícita ao clássico Sexta-Feira 13 (1980). Assim como Jason Voorhees, o maníaco da vez persegue suas vítimas impiedosamente, e Janiak não se acanha em usar clichês do gênero, mandando para a morte adolescentes que usam drogas ou que tenham acabado de transar -- detalhes que vão soar como divertidos easter-eggs para os fãs de terror.

Ajuda, também, que Rua do Medo: 1978 consiga incorporar sua mitologia de forma muito mais natural, sem as longas explicações de seu antecessor, mantendo o senso de perigo e aguçando o interesse para o capítulo final da saga, Rua do Medo: 1666, que estreia no dia 16 de julho.

Há escorregadas, como um twist desnecessário (e previsível) na trama das irmãs protagonistas que só evidencia o quanto o filme queria ser “esperto”. Mas quando Rua do Medo: 1978 assume sua vocação e consegue equilibrar o seu coração com a sanguinolência, ele entrega uma produção genuinamente divertida. 

Nota do Crítico
Bom