Se Nicolas Cage encara um espelho da própria carreira em O Peso do Talento, comédia metalinguística de Tom Gormican que escalou o Ganhador do Oscar como uma versão ficcionalizada de si mesmo, por que não aproveitar e também revisitar grandes momentos do astro? Pensando nisso, o Omelete lista abaixo 31 filmes embalados em grandes atuações de Cage; um por dia, neste mês de maio.
01/05 - O Sol de Cada Manhã (2005)
Paramount Pictures/Divulgação
Longe de ser um filme fenomenal da longa lista de trabalhos de Cage, O Sol de Cada Manhã ainda guarda boas surpresas para quem busca uma sátira bem equilibrada entre humor e drama sobre agruras do capitalismo — ainda que por uma ótica um tanto quanto privilegiada. Melancólico na medida certa para não cair no melodrama, o astro arranca boas risadas com tiradas ácidas e no centro de situações insólitas. Perfeito para curtir no Dia do Trabalhador.
02/05 - Arizona Nunca Mais (1987)
20th Century Studios/Divulgação
A veia cômica de Cage raramente ficou tão escancarada como nesse épico mundano dos Irmãos Coen. Inspirado no comportamento errante do Pica-Pau (é sério, o desenho animado), Cage construiu uma personalidade bizarra para o protagonista H.I. McDonnough (mesmo que os diretores não tenham curtido muito a ideia), fazendo dele um dos grandes nomes do panteão de adoráveis imbecis que povoam o corpo de trabalho icônico da dupla.
03/05 - Con Air - A Rota da Fuga (1997)
Star+/Reprodução
Cameron Poe, além de dono de um nome absolutamente incrível (que pode ou não ter inspirado a alcunha Poe Dameron, de Star Wars), é o caipira boladão mais sensacional da história do cinema; fonte inesgotável de memes e cenas sensacionalmente bregas. Logo, nada mais justo do que selecionar o grande festival de exageros que é Con Air - A Rota da Fuga na data que é conhecida (por algumas pessoas, pelo menos) como Dia do Sertanejo. Forçado? Talvez, mas nem tanto quanto o filme de Simon West.
04/05 - O Vidente (2007)
Paramount/Divulgação
Poucos atores conseguem elevar um filme de qualidade questionável como faz Nicolas Cage, especialmente quando usam perucas ridículas; que é exatamente o que acontece neste clássico moderno das reprises na TV aberta. No papel de um mágico de segunda que guarda um grande poder, Cage encorpa um papel burocrático com suas idiossicrasias inconfundíveis. Se você puder perdoar alguns efeitos visuais do nível de Power Ranger, o terceiro ato guarda um plot twist delicioso.
05/05 - Cidade dos Anjos (1998)
Warner Bros./Divulgação
Se quinta é a nova sexta, que tal curtir um Nicolas Cage em clima de romance? Apesar de guardar fortes emoções (e não conseguir fazer nada que se propõe de maneira sutil), Cidade dos Anjos marcou uma geração de românticos com sua mistura de misticismo, melodrama e grandes astros (incluindo aí Megan Foster e Andre Braugher).
06/05 - A Lenda do Tesouro Perdido (2004)
Disney/Divulgação
Para aquele "sextou" caseiro, ou para basicamente qualquer outra ocasião, não tem erro com esse sucesso familiar intergeracional que viu Cage roubar a Declaração da Independência em uma trama rocambolesca de dar inveja em Indiana Jones (com um pouco menos de ação e um pouco mais de referências históricas, talvez). Além de ter marcado a infância de muita gente, ainda garantiu uma sequência que trouxe o dobro de basicamente tudo, incluindo a loucura característica de seu principal astro.
07/05 - O Sacrifício (2006)
Warner Bros./Divulgação
Provando o que certa vez escreveu o saudoso crítico americano Roger Ebert, morto em 2013 ("Cage é um bom ator em bons filmes, e um ator quase indispensável em filmes ruins"), o astro se entrega por completo ao ridículo nessa refilmagem do clássico de horror O Homem de Palha (1973). Embora o diretor Neil LaBute consiga convidar reflexões interessantes a partir da trama, o que brilha mesmo é a capacidade de Cage de transformar falas questionáveis em ouro cômico. A frase "as abelhas não" ficará gravada em sua mente.
08/05 - Mãe e Pai (2017)
Disney/Divulgação
Cage encontra a perfeita parceira de cena para equilibrar momentos de introspeçção e bravos rompantes de fúria aqui, atuando ao lado de Selma Blair como um casal de pais que se torna uma dupla de sanguinários assassinos de filhos a partir de uma pandemia misteriosa. A direção surtada de Brian Taylor (da dupla com Mark Neveldine) é veículo perfeito para os excessos do ganhador do Oscar, e algumas reviravoltas saborosas garantem um entretenimento bizarro perfeito para um feriado em família.
09/05 - Peggy Sue - Seu Passado a Espera (1986)
Tri-Star Pictures/Divulgação
Como o impulsivo, por vezes egocêntrico, mas carismático Charlie Bodell, Cage escolheu ressaltar o ridículo que enxergava no personagem e optou por desafiar seu tio — o renomado cineasta Francis Ford Coppola — e crias uma esganiçada voz para o personagem. O resultado é brilhante, ainda que possa alienar alguns espectadores, mas tio e sobrinho nunca mais trabalharam juntos.
10/05 - Aprendiz de Feiticeiro (2010)
Disney/Divulgação
Como equilibrar a balança quando seu protagonista é vivido pelo sempre insípido Jay Baruchel? Coloque-o para ser treinado por Nicolas Cage e medir forças com Alfred Molina. Embora não tenha feito grande sucesso com público ou crítica, essa surpreeendentemente adrenada adaptação de um desenho do Mickey só traz um defeito, em retospecto: não dá mais tempo de tela para que o ganhador do Oscar gaste conjurando magias espetaculares.
11/05 - Os Croods (2013)
DreamWorks/Divulgação
Falando em reunir a família, nada melhor do que abraçar uma das grandes atuações (de voz) de Cage em um filme e animação que cativou tanta gente a ponto de virar franquia. Como um pai superprotetor (e bem medroso), o astro atravessa a barreira do CGI e parece de fato habitar o personagem que interpreta. Coisa fina!
12/05 - Vivendo no Limite (1999)
Paramount Pictures/Divulgação
No Dia da Enfermagem, nada mais apropriado do que relembrar a angustiante performance de Cage como um paramédico rasgando a madrugada de Nova York para tentar salvar vidas, enquanto lentamente perde o controle da sua própria. Mais um trabalho de mestre do astro e de seu diretor no projeto, um tal Martin Scorsese.