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Percy Jackson e os Olimpianos cativa pelo carisma irresistível de Walker Scobell

Série começa com vantagem esmagadora sobre os filmes: mais tempo para amarmos nossos semideuses

19.12.2023, às 12H17.
Atualizada em 20.12.2023, ÀS 09H08

Há quem ame e quem deteste os filmes da franquia Percy Jackson, mas ainda assim todos os fãs tinham uma opinião em comum: precisávamos de mais produções desse universo. Para alegria de todos eles, Rick Riordan e a Disney fizeram um acordo para produzirem uma adaptação seriada da saga do nosso semideus com TDAH. Para a nossa alegria, a produção acertou em cheio no elenco, além de nos dar mais tempo com nossos amados personagens.

A série, que chega ao Disney+ na próxima quarta-feira (20), estreia com tudo e nos dois primeiros episódios, que o Omelete já viu, é possível prever o que esperar dessa produção. O piloto traz um resumo do que era a vida de Percy (Walker Scobell) no lado humano do véu, com o bullying na escola, o padrasto vagabundo e sua professora de outro mundo. Mas o que esse episódio faz muito bem é dar a devida importância para os personagens fixos, como a mãe de Percy, Sally (Virginia Kull). Enquanto no filme ela foi inicialmente construída como uma figura apática diante do marido sanguessuga, na série a personagem sabe se impor. Por outro lado, Gabe (Timm Sharp) também mudou e agora sabe se colocar em seu lugar.

A Sra. Dods, primeira inimiga mística de Percy, encontra uma resolução rápida ainda nos primeiros dez minutos de série. Mais para o final do piloto, temos a clássica cena da perseguição do minotauro na estrada para o Acampamento Meio-Sangue, que culmina no desaparecimento da mãe do protagonista. Mesmo seguindo os caminhos dos livros e o roteiro de Rick Riordan, falta uma carga emocional na luta de Percy com o Minotauro para fisgar o espectador de primeira viagem já no episódio de estreia. Entretanto, este é um deslize de direção e não um problema com a atuação do jovem Scobell.

Falando nele, o jovem ator, descoberto após interpretar a versão mirim de Ryan Reynolds em Projeto Adam, é o ponto alto da produção. Figurino, roteiro, e até mesmo os astros veteranos como Glynn Turman (Chiron) e Jason Mantzoukas (Dionísio/Sr. D) ficam em segundo plano quando Scobell abre um sorriso. A alegria e o espírito infantil do ator trazem os fãs adultos de volta à época em que eles devoraram os livros pela primeira vez; Walker Scobell conversa com a nossa criança interior e deixa a experiência de assistir à série leve e saborosa como um algodão-doce.

Isso fica ainda mais evidente no segundo episódio, quando o jovem domina completamente a tela nas cenas do Acampamento. Por mais que tenhamos outros personagens, outras conversas, desviar o olhar do nosso jovem astro é quase impossível. Quase! Isto porque a atuação e o carisma de Leah Jeffries está no mesmo nível da de seu colega. A jovem atriz interpreta a semideusa Annabeth, e junto de Aryan Simhadri, o sátiro Grover, fecha o trio principal em escalações perfeitas, que prometem conquistar o mundo mais uma vez.

Ainda no segundo episódio, todas as cenas que vemos, desde encontro de Percy com Dionísio até a memorável batalha do pega-bandeira, são um show a parte. Aqui, quem não se convenceu com o piloto certamente se renderá ao carisma da produção. O segundo capítulo da série mescla muito bem o bom humor juvenil dos personagens com o constante risco de mote que surgiu na vida do protagonista. Graças a isso, temos um episódio dinâmico e essencial, que dessa vez termina com um insuportável gostinho de quero mais.

Em menos de duas horas a série mostra a que veio ao sintetizar os principais momentos de O Ladrão de Raios no formato perfeito para a televisão. Se seguir por esse caminho, Percy e seu universo têm tudo para se tornarem a mais nova sensação teen dos serviços de streaming. A série estreia com dois episódios neste dia 20 e ganhará novos capítulos semanalmente todas as quartas-feiras no Disney+.