Logo no episódio piloto de Periféricos, Burton Fisher (Jack Reynor) encontra dificuldades para realizar uma missão pela qual foi pago dentro de um jogo de realidade virtual. A solução? Chamar a sua irmã mais nova, Flynne (Chloë Grace Moretz), para completar a tarefa - o que ela faz com rapidez e eficiência. Tirando a tecnologia avançada, a cena poderia muito bem ter saído da infância de Moretz, como ela conta ao Omelete.
“Flynne é uma gamer, e eu sempre fui do mesmo jeito, porque cresci com quatro irmãos mais velhos”, diz a estrela. “Talvez eu não conseguisse vencê-los na fisicalidade, mas certamente era melhor do que eles no videogame! Para mim, foi uma forma de conseguir uma vantagem mental sobre eles, é claro... mas acabou sendo também uma experiência imaginativa, que expandiu minha percepção. Até hoje, eu jogo bastante videogame. Talvez até demais!”.
Compartilhar partidas com Reynor no set, inclusive, foi uma das formas que Moretz encontrou de construir com ele a dinâmica de irmãos que é tão fundamental à trama da série. Flynne e Burton são o coração de Periféricos, uma vez que suas tentativas de conseguir mais dinheiro para o tratamento médico da mãe os coloca em meio a uma conspiração global que pode definir o futuro da humanidade - do qual temos um gostinho nas cenas em que a série pula para 2099, em uma Londres completamente transformada.
“Esta é uma história muito conectada à realidade, ao relacionamento entre irmão e irmã. É uma parte crítica e nuclear de tudo, e serve como âncora para o público viajar por este mundo fantástico e especulativo da ficção científica”, define Reynor. “Burton se importa muito com a sua irmã. Ele quer fazer a coisa certa por ela, cuidar dela, apoiá-la nas coisas que ela deseja e precisa fazer. Esse é o relacionamento que eu e Chloë desenvolvemos também, então isso ajudou muito a encontrar o personagem”.
Irmãos de treinamento
Jack Reynor em cena de Periféricos (Reprodução)
Claro que os intensos treinos para as cenas de ação de Periféricos também ajudaram na construção dessa cumplicidade. Reynor, especialmente, tem muitas sequências de combate corpo a corpo e perseguição, uma vez que é o avatar dele que se move pelo espaço virtual do jogo acessado pelos irmãos - em um momento memorável do episódio piloto, vemos o corpo de Burton dentro do jogo, mas sabemos que é Flynne quem está o controlando do lado de fora, o que é traduzido de forma brilhantemente sutil na linguagem corporal do ator.
“Quando eu li o roteiro, aquela sequência foi uma das que mais me convenceu de que eu tinha que aceitar esse projeto, porque eu encarei como uma forma de entregar a autoria da performance para a minha colega de elenco, até certo ponto”, reflete Reynor. “Nós conversamos muito sobre isso antes das filmagens, e eu tentei emular algumas características da personagem dela nos movimentos e expressões”.
Apesar de um papel de destaque em Transformers: A Era da Extinção, Reynor é talvez mais conhecido por seus projetos independentes e dramáticos, como Sing Street e Midsommar. Por isso, encarnar um papel com carga pesada de ação foi “refrescante” (“Acordar todo dia e isso ser seu trabalho, ser pago para fazer isso… é incrível!”). Por sorte, também, ele pode contar com uma colega de elenco especialista no assunto.
Moretz conta que, desde que atuou em Kick-Ass: Quebrando Tudo (2010), não deixou a rotina de exercícios diminuir. “Isso já faz 10, 11, 12 anos. Durante a produção, quando eles adicionaram ainda mais cenas de ação aos episódios, eu estava pronta! Me diverti muito filmando”, diz ela. “Nós trabalhamos com um coordenador de dublês maravilhoso, que também é mestre em judô, então pudemos integrar isso às cenas junto com as outras formas de artes marciais”.
Periféricos estreia com seu primeiro episódio no Prime Video em 21 de outubro. Capítulos subsequentes aparecerão semanalmente na plataforma, às sextas-feiras.