[Cuidado com spoilers leves da primeira temporada de The Boys]
Quando estreou no Prime Video no ano passado, The Boys rapidamente chamou atenção por retratar um universo de super-heróis bem diferente do que estamos acostumados. A série, adaptação da HQ de Garth Ennis e criada por Eric Kripke, imagina a existência de seres super-poderosos em uma realidade bem próxima da nossa. O resultado? Um universo onde os heróis são controlados por uma grande empresa, não são nada bonzinhos, e causam consequências muito graves para a vida do ser humano comum.
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Mas com o desenvolvimento da primeira temporada, ficou claro que The Boys também faz outra coisa bem única, e sem medo; ela explora a humanidade de seus vilões. Com o mantra de “refletir a nossa sociedade o mais realisticamente possível”, segundo Kripke, a série faz com que um assediador (o personagem Deep, no caso) tenha um breakdown psicológico, e mostra os obstáculos bem reais enfrentados por A-Train, que logo no primeiro episódio assassina uma garota inocente. Este movimento, um tanto delicado, faz parte de uma iniciativa específica de Kripke de explorar psicologicamente cada um dos seus personagens.
Falando ao Omelete em coletiva de imprensa, o criador foi questionado sobre a humanidade de Homelander, o principal super-herói de The Boys, e o mais terrível. Para Kripke, é preciso explicitar que ninguém se enxerga como vilão: “ninguém levanta e fala ‘vou fazer maldades hoje’. Não é assim que psicologia funciona. Todo mundo se vê como herói da sua própria história, não importa quão horrível sejam suas ações”, explicou.
Esta decisão particular faz com que The Boys toque em certos temas delicados, principalmente nos dias de hoje. Certamente não é corriqueiro ver um produto de cultura pop que entrega profundidade a um sujeito que assediou sexualmente uma das heroínas da história. Mas é exatamente aí que The Boys se diferencia, principalmente porque pretende entregar aos seus personagens complexidade de seres humanos reais. O raciocínio é o mesmo quando se fala do maior vilão da história:
“Eu gosto de analisar ‘o que o fez desse jeito, porque ele se sente assim, e porque ele acha que o que está fazendo é o certo”, explicou Kripke, antes de enfatizar que não concorda com as ações de seu vilão: “Eu não quero que o público concorde ou queira agir como Homelander. O que eu quero é que eles entendam. Tanto para os vilões quanto para os do lado do bem”.
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Inspirado na HQ de Garth Ennis, The Boys mostra como seres superpoderosos agiriam no mundo real, satirizando propriedades como Liga da Justiça. Pelo conteúdo adulto e explícito, o programa entra na faixa da madrugada, às 00h15 - logo após Bake Off Brasil. Até o momento não há confirmação oficial da transmissão.
Enquanto isso, a primeira temporada de The Boys já está disponível no catálogo do Amazon Prime Video, com a segunda prevista para chegar em 4 de setembro, e uma terceira já garantida.