O escritor Grant Morrison conversou com o site Newsarama sobre "Batman: RIP", arco de histórias que começa em abril na principal revista do homem-morcego. Corriam rumores, já desmentidos, de que o título da história seria levado ao pé da letra e Batman morreria no final. Morrison deu mais dicas do que realmente vai acontecer.
Batman: RIP
"Quando comecei esta história, minha primeira idéia era 'e se todas as aventuras de Batman dos anos 30 até hoje fossem mesmo parte da vida de um único cara, e ele realmente passou por tudo isso, e essas coisas aconteceram num espaço de, digamos, 15 anos?'", comenta o autor escocês. "O que isso faria com a sua cabeça? O que veremos agora é uma espécie de resultado de todas estas coisas terríveis que aconteceram com ele, e o fato de que sua missão encontrou tantos problemas e levou a tantas mortes. O resultado psicológico disto é parte importante da história dos próximos meses, quando veremos Batman entrar em colapso, e como ele vai se recuperar... ou não."
O Batman esgotado, segundo Morrison, é o fim da sua primeira seqüência de histórias com o personagem, que começou há quase dois anos - e que incluiu a reaparição de seu filho, o retorno do "Clube dos Heróis", a ressurreição de Ra's al Guhl e, atualmente, o reencontro com Joe Chill (o assassino dos pais de Bruce Wayne). O escritor continuará na série, mas diz que "minha passagem por Batman é um romance em 25 capítulos que alcança o clímax em 'RIP' e coloca Batman diante do maior perigo que já enfrentou, à mercê dos piores lunáticos criminosos do mundo".
Vale lembrar que "RIP" será a principal história dos quadrinhos de Batman na época do lançamento do novo filme. A DC sabe que muitos fãs virão atrás das HQs após o cinema, e quer ter uma história poderosa para mantê-los fiéis.
Quanto aos boatos sobre a morte - RIP vem do latim "requiescat in pace", descanse em paz -, Morrison diz que chegou a sugerir à DC que, após a minissérie Death of the New Gods, a essência dos Novos Deuses de Jack Kirby ficaria em diferentes personagens do Universo DC. A idéia não foi aprovada, mas correu como rumor por editores e fãs, e acabou se transformando em idéias como da morte de Bruce Wayne ou de que ele se tornaria um Novo Deus. "Isso nunca aconteceria. É simplesmente uma idéia insana!", diz o autor.
Morrison ainda brinca que está adotando uma espécie de "método Stanislavski" para escrever Batman e Bruce Wayne, em referência ao método de interpretação em que atores usam experiências próprias para se aprofundar mais em seus personagens. "Tenho malhado bastante, escalado montanhas, meditado... e visitado festas chiques. Tento entrar na cabeça de Bruce Wayne tanto quanto possível, fora vestir uma fantasia e interagir com criminosos."
(o)gradecimento: Felipe Amorim