Pra Casa do Cabeça (Stout Club), de Marcelo Braga - 4 ovos
Por Marcelo Forlani
Mais de 10 anos se passaram entre a publicação online das primeiras páginas desta HQ no site Diburros até esta sua apresentação final no mundo do papel físico. Neste meio tempo, o traço de Marcelo Braga mudou e ele decidiu que não dava para continuar o que tinha antes e redesenhou toda a história destes três moleques sem nome que estão indo para a casa do Cabeça e, neste caminho, viverão suas aventuras. Uma história em quadrinhos em que a ausência de quadros chama a atenção pelas perspectivas, os prédios e os personagens bizarros que vão se amontoando a cada página não é algo que se vê todo dia. Espero apenas que não leve mais dez anos para a HQ continuar, pois quero continuar logo o caminho para a casa do Cabeça.
Fifo (Korja dos Quadrinhos), de Guilherme de Sousa - 3 ovos
Por Marcelo Forlani
O jovem Guilherme de Sousa havia presenteado o mundo com A Última Bailarina em 2014. Era a história de uma bailarina (óbvio), um unicórnio e um urso de pelúcia desbocado. Pois Fifo é o “ano zero" do tal bichinho que um dia foi fofo e hoje se parece mais com o Nick Fury. Sem balões, a HQ conta a história de como o Ted do apocalipse zumbi conheceu Laurita, a bailarina. É uma história de amizade, despedida e reinício como já tivemos outras tantas, mas muito bem contada, em divertidas 38 páginas.
Pétalas (Jupati Books), de Gustavo Borges (roteiro e desenho) e Cris Peter (cores) - 4 ovos
Por Érico Assis
Há quem diga que o quadrinho brasileiro está sendo dominado pelo "desenho fofo". E realmente, tem um estilo de ilustração mais infantil, mais colorido e delicado que aparece em muita HQ brasileira. O fofo, porém, não precisa ser insosso; e mesmo o infantil pode ser profundo. Pétalas é uma das provas. Numa história totalmente sem palavras, três amigos na floresta mostram que um ajudar é o outro é a única forma de sobreviver (ou tentar) ao inverno gelado. É a primeira narrativa longa do autor Gustavo Borges, que mostra um domínio de traço e técnica narrativa que vale ler e reler.
Klaus (Balão Editorial), de Felipe Nunes - 4 ovos
Por Marcelo Forlani
Aos 19 anos, Felipe Nunes escreveu e desenhou Klaus, uma história sobre a adolescência e todas (todas?) as interrogações que aparecem nesta época. O protagonista é um menino que está se descobrindo e começa a perceber que é diferente dos outros ao seu redor. A busca pelas verdades vai se intensificando e trazendo machucados que talvez não cicatrizem. A revista rendeu em o merecido prêmio de HQ Mix de Novo Talento. Há uma maturidade impressionante para quem estava lançando apenas sua primeira história em quadrinhos (no fim de 2015 ele lançou Dodô).