Chegou aqui em casa a caixa com Verões Felizes: Edição Integral. Volume grandão da Pipoca & Nanquim, com dimensões avantajadas de quadrinho europeu. Parruda, mais de 300 páginas. Capa dura, papel acetinado. Coisa bonita e luxuosa.
Lembro da primeira vez que vi uma dessas éditions intégrales do quadrinho franco-belga e pensei que, rá, nunca ia se ver quadrinho desse jeito no Brasil. Que não tínhamos mercado, não tínhamos público suficiente, não tínhamos nem moral para publicar um livrão luxuoso e caro como esses num país com a economia que é um touro mecânico.
O preço do quadrinho brasileiro é a discussão que eu mais vejo nos grupos, nos eventos, em toda roda de papo sobre quadrinho. Leitor diz que não tem condições, que editoras querem espremer até seu último real. Editoras atribuem os preços aos custos gráficos em disparada, somado ao câmbio do dólar. Abrindo o foco, se vê que não é só quadrinho: o Brasil e o mundo inteiro estão sofrendo com inflação.
Quadrinho é caro no Brasil? Pra minha conta bancária e para a maioria das pessoas com quem eu falo, é. E a grana de cada um é o parâmetro racional pra decidir se você compra ou não o Blueberry Edição Definitiva, o Peter Pank Edição Integral, Velvet, Lore Olympus, Maggie a Mecânica ou o Omnibus do Hulk pelo Peter David.
Mas o quadrinho caro do Brasil é mais caro que nos outros países? Um norte-americano paga mais ou menos que nós por um Omnibus? Os franceses pagam mais ou menos que nós pelos seus álbuns de capa dura? E pelos mangás?
Resolvi fazer as contas. Descobri que o quadrinho brasileiro… é e não é mais caro que nesses países fortes em HQ. Depende do parâmetro.
Vamos começar pelos gibis relativamente mais baratos nos Estados Unidos e no Brasil. A edição de Batman de junho de 2023 nos EUA, Batman n. 136, custa US$ 4,99. Pelo câmbio atual, seriam R$ 23,95.
É próximo do valor de Batman n. 87, a edição de Batman este mês no Brasil: R$ 27,90. A edição brasileira custa R$ 4 a mais, mas equivale a duas edições da gringa: tem 80 páginas em vez das 40 gringa. Duas histórias em uma revista. A brasileira é mais barata.
O bicho pega quando começamos a analisar por outro parâmetro: renda. A renda média anual do norte-americano é de US$ 70.930 (R$ 340 mil). A renda média anual do brasileiro é nove vezes menor: US$ 7740 (R$ 37 mil). Se você dividir este número por horas de trabalho, o norte-americano ganha US$ 31/hora (R$ 149); o brasileiro ganha US$ 3,40 (R$ 16,30).
Isto significa que o brasileiro médio tem que trabalhar uma hora e quarenta e cinco minutos para pagar seu gibi do Batman e que o norte-americano médio tem que trabalhar doze minutos para pagar seu gibi do Batman. Nove vezes menos, tal como a diferença de renda.
E veja bem: são horas de trabalho além das que a pessoa trabalha para pagar seus boletos. Quadrinho é gênero de... terceira ou quarta necessidade?
(Atenção: Estou trabalhando com médias, calculadas a partir da renda bruta nacional dividida pela população de cada país. Muita gente nos EUA ganha menos de US$ 70 mil por ano e muitíssima gente no Brasil ganha menos de US$ 7 mil por ano. Poucos ganham acima disso nos dois países – mas ainda há os pouquíssimos que ganham muito mais, o que puxa a média para cima. Desigualdade de renda reina.)
No exemplo com as duas Batman, peguei edições que não se espelham: a brasileira tem mais páginas que a norte-americana, o conteúdo é diferente. Então vamos pegar edições praticamente idênticas.
Aranhaverso: Punk-Aranha, que sai este mês pela Panini, custa R$ 34,90. A edição norte-americana, aparentemente idêntica – as duas têm 120 páginas, dimensões iguais, mesmas histórias – custa US$ 15,99. Pelo câmbio, o norte-americano paga mais que o dobro do que o brasileiro: R$ 76. Se comparamos por renda, porém, o brasileiro médio trabalha duas horas e dez minutos para comprar seu Aranha-Punk; o norte-americano, meia hora.
Vingadores: Tempestade Galáctica,um volumão da chamada Epic Collection da Marvel/Panini, sai este mês no Brasil com preço de capa de R$ 154,90. Foi reeditada nos EUA no ano passado por US$ 44,99. O comprador brasileiro ganha no câmbio, mas tem que ralar mais pra comprar o seu: sete horas e meia de trabalho, contra uma hora e meia do norte-americano.
Supergirl: Mulher do Amanhã, a tão falada HQ de Tom King, Bilquis Evely e Mat Lopes, saiu no Brasil (Panini) em capa dura; nos EUA, não. Apesar desta diferença, os preços aqui e lá são bem próximos: R$ 94,90 e US$ 19,99 (R$ 96). Mas, de novo, o brasileiro paga nove vezes mais que o norte-americano em horas de trabalho.
Vamos puxar a França para as contas. O francês ganha, em média, US$ 44.160 por ano, ou US$ 19,30/R$ 92,64 por hora. Supergirl: Mulher do Amanhã saiu por lá em capa dura, como no Brasil, e é a edição mais cara das três pelo câmbio: 21€ (R$ 111). O francês médio, contudo, trabalha uma hora e pouco para comprar a sua; o brasileiro, quase seis horas.
Verões Felizes: Edição Integral, que citei no início da coluna, custa 35€ no seu valor cheio na França. Pelo câmbio, quase a mesma coisa dos R$ 189,90 do preço de capa da edição brasileira (Pipoca & Nanquim). Mas o brasileiro médio tem que trabalhar um dia e meio para comprar a sua, ao passo que o francês médio tem que trabalhar duas horas.
As proporções são bem parecidas em todas as editoras. Dragon Hoops, de Gene Luen Yang (Quadrinhos na Cia.), sai este mês no Brasil por R$ 119,90. A edição original tem preço quase idêntico, a US$ 25,99 (R$ 124,75). O brasileiro tem que ralar nove vezes mais para comprar a sua.
Reckless, o primeiro volume da série de Ed Brubaker e Sean Phillips: cara nos EUA (Image, US$ 24,99), preço padrão na Europa (Delcourt, 16,50€), preço que está virando quase normal no Brasil (Mino, R$ 89,90). Cinco horas e meia de trabalho aqui, menos de uma para os outros.
O Mundo Sem Fim, o livro e quadrinho mais vendido na França em 2022, custa 28€ lá. No câmbio, dá mais que os R$ 124,90 da edição brasileira (Nemo). Custa um dia inteiro de labuta do trabalhador médio brasileiro, uma hora e meia do trabalhador médio francês.
O Segredo da Força Sobre-Humana, de Alison Bechdel, recém-lançado pela Todavia a R$ 134,90. Sai por US$ 24 nos EUA, 26€ na França. Mais de um dia de trabalho do brasileiro; uma hora e meia do francês; menos de uma hora do norte-americano.
Um brasileiro internacional? Escuta Formosa Márcia, a premiadíssima de Marcello Quintanilha. Custa R$ 119,90 no Brasil (Veneta), 24€ na França (Ça et La), acabou de sair por US$ 29,99 nos EUA (Fantagraphics). Sete horas e meia do trabalhador médio brasileiro, 81 minutos do francês, 58 do norte-americano.
E os omnibus? A Morte e o Retorno do Superman, provavelmente quadrinho mais caro já publicado no Brasil, a R$ 599 (Panini), é mais barato que os US$ 150 do seu original nos EUA (DC). Porém, custa quase uma semana de trabalho do brasileiro contra cinco horas do trabalhador norte-americano. O Incrível Hulk por Peter David Omnibus, anunciado há pouco pela Panini, vai sair por R$ 404,90. Custava US$ 125 nos EUA. Três dias de trabalho do brasileiro, quatro horas de um norte-americano.
E mangás? Gokushufudou – Tatsu Imortal, de Kousuke Oono, muito esperado, começa a sair no Brasil no mês que vem (Panini). O primeiro volume custa R$ 36,90; ou 7,55€ na França (Kana); ou US$ 12,99 nos EUA (Viz). O brasileiro médio também tem que ralar cinco vezes mais do que o francês ou que o norte-americano pela sua.
Berserk 41, a esperada continuação da saga do finado Kentaro Miura, vai custar quase a mesma coisa no Brasil e na França: respectivamente R$ 37,90 e 6,99€. Nos EUA, custa quase o dobro: US$ 14,99. Mas custa mais de duas horas de trabalho do brasileiro médio, menos de meia hora do francês e do norte-americano.
As contas acima deixam vários fatores de lado. Renda média, por exemplo, não costuma ser o critério que as editoras usam para precificar quadrinhos. (Tem que ser um deles, pois você não lança um produto que foge demais da média que se vê no mercado para um produto parecido.) O que costuma entrar de mais importante no cálculo do preço de um quadrinho são os custos de produção editorial, impressão e distribuição.
Produção editorial tende a ser mais cara para a editora que está produzindo gibi do zero – pagando e coordenando autores – do que para a editora que paga uma licença para pegar esse material, traduzir e publicar em outro país. É mais caro a Marvel ou DC fazerem um gibi do que a Panini republicar.
Os custos de distribuição também variam de acordo com a rede montada em cada país. O que afeta os preços, acima de tudo, é a impressão. E o que afeta o preço final de um quadrinho na impressão, acima de tudo, é a tiragem. Quanto maior o número de cópias que você rodar do seu quadrinho, menor o preço de cada cópia.
E o Brasil, notoriamente, faz tiragens de quadrinhos esmagadoramente menores que os norte-americanos e os franco-belgas. Se aqui um quadrinho sai com tiragem normal de 2 a 3 mil exemplares, as tiragens iniciais de 10 a 50 mil são comuns entre editoras dos EUA e franco-belgas. Isso quando estes países não fazem tiragens na casa das centenas de milhares ou dos milhões, impensáveis no Brasil.
Nos países ricos, existe demanda, gente interessada e com dinheiro sobrando - horas de trabalho que não servem só para pagar boletos - para comprar quadrinhos, então se imprime mais. No Brasil, falta gente interessada e com dinheiro sobrando para comprar quadrinhos, então se imprime menos. E, como se imprime menos, o preço de cada livro fica mais alto. E o círculo vicioso segue, pois o livro caro não vai conquistar novos leitores e vai desmotivar quem já é leitor…
Também tive que desconsiderar que, nos EUA e na França, geralmente é possível comprar o mesmo conteúdo dos quadrinhos caros em edições a preço mais baixo. Compra-se, por exemplo, cada álbum de Verões Felizes separadamente, cada edição de Supergirl separada da coletânea. Estas opções não existem no Brasil. Por outro lado, nos países em que há a opção, qualquer Omnibus, Integral ou coletânea sai mais barato, no somatório, do que comprar cada capítulo separadamente.
Você também vai perceber que não levei em conta o fator descontos, algo que tem ficado cada vez mais agressivo no mercado brasileiro. Pouca gente compra Verões Felizes: Edição Integral, por exemplo, pelos R$ 189,90 de tabela. Mas esses descontos também acontecem no mercado norte-americano e, mesmo que não sejam comuns no francês (devido às leis do país), ainda continuamos ralando mais para pagar nosso gibizinho no Brasil mesmo quando o “30% off” pisca para te seduzir.
Na comparação de consumo entre países, existe um outro parâmetro famoso que supostamente avalia poder de compra. É o Índice Big Mac, criado e atualizado constantemente pela revista britânica The Economist, que compara o preço do sanduíche do McDonald’s em cada país.
A partir desta comparação, dá para ter uma ideia de quantos dólares, euros, reais e valores em várias outras moedas conseguem pagar pela mesma coisa – um Big Mac, sanduíche igual em todos os McDonald’s do mundo – em cada país, esquecendo o câmbio entre as moedas.
Fui relutante em aplicar o Índice Big Mac para comparar preços de quadrinhos por um motivo: o Big Mac é um lanche caro para a imensa maioria dos brasileiros; para a maioria dos franceses e dos norte-americanos, é um lanche barato.
Segundo preços de janeiro de 2023, o Big Mac custava US$ 5,15 nos EUA, US$ 5,29 (ou 4,80€) na França e US$ 4,44 (ou R$ 21,15) no Brasil. O brasileiro médio trabalharia 78 minutos para pagar seu Big Mac; o francês médio, 16 minutos; o norte-americano médio, nove minutos e meio.
Mas o brasileiro médio, este aí com renda de US$ 7740 por ano ou de R$ 16,30 por hora, compra quadrinho? Ninguém tem pesquisas para dizer qual é o perfil do comprador brasileiro de quadrinho, mas, pelos preços que o mercado tem praticado – ou seja, pensando em quem pode comprar quadrinho a esse preço – dá para supor que as editoras brasileiras miram a classe média alta ou superior do Brasil.
Se – um grande se – considerarmos que as editoras do Brasil miram o mesmo público que tem capacidade de comprar Big Macs sem que eles pesem tanto no bolso… ou seja, se adotarmos o parâmetro do Índice Big Mac para comparar preços de quadrinhos nos EUA, na França e no Brasil… estes brasileiros privilegiados, os norte-americanos médios e os franceses médios ficam muito próximos na maioria das contas.
As edições mais baratas de Batman que analisei lá no início, nos EUA (US$ 4,99) e no Brasil (R$ 27,90)? São praticamente equivalentes a um Big Mac em cada país: 1,13 Big Macs nos EUA, 1,31 Big Macs no Brasil, se você quiser a conta exata.
Vingadores: Tempestade Galáctica (R$ 154,90 / US$ 44,99): sete Big Macs dos nossos, em torno de 9 dos EUA. Supergirl: Mulher do Amanhã (R$ 94,90 / US$ 19,99 / 21€): bem próximo de quatro Big Macs nos três países. Verões Felizes: Edição Integral: nove Big Macs brasileiros, sete e poucos franceses. Tudo próximo.
Dragon Hoops: cinco Big Macs norte-americanos, cinco e meio brasileiros. Reckless: quatro Big Macs aqui, quase cinco dos EUA, três e meio da França. O Mundo Sem Fim: seis Big Macs no Brasil ou na França. O Segredo da Força Sobre-Humana: também uma variação pequena, entre quatro e meio e seis Big Macs dos três países. Escuta, Formosa Márcia, perto dos cinco Big Macs em qualquer país.
Dos mangás: Berserk 41 custa um Big Mac e meio na França ou no Brasil, mas quase três nos EUA; Gokushufudou n. 1, mesma coisa (os EUA ainda cobram caro por mangá).
Dos Omnibus: O Incrível Hulk por Peter David Omnibus: 19 Big Macs brasileiros contra 24 dos norte-americanos. No mega-portentoso A Morte e o Retorno do Superman, as contas se encontram: no Brasil ou nos EUA, ele sai em média por 28 Big Macs e meio.
Parece que o Índice Big Mac ajuda a explicar o preço de gibis na comparação entre Brasil, EUA e França. E parece que a classe média-alta e alta do Brasil que compra quadrinho tem uma proximidade com a classe média-média de França e EUA que compra quadrinho.
Quer dizer que quem compra quadrinho no Brasil é só quem ganha como a pessoa média do Primeiro Mundo? Se compararmos com os EUA, menos de 1% dos brasileiros ganha o que um norte-americano médio ganha. Se compararmos com a França, menos de 5% da população do Brasil ganha como um cidadão médio francês. Parece que é para esse topo da pirâmide que se faz quadrinho no Brasil: o que pode comprar Big Macs sem morrer na conta bancária.
Se você disser “mas você fez esse monte de conta pra dizer que quadrinho no Brasil é pra poucos? Isso eu já sabia”, eu digo: ainda falta muita conta. Mesmo depois do seu achismo e dessa meia dúzia de contas aqui, isso tudo é hipótese. Esse tipo de ideia merece pesquisa com muito mais dados e mais rigor, coisa que economista devia fazer. (Eu não sou economista.)
Além disso, é bom dizer que tem algumas opções de quadrinho no Brasil com preços bem abaixo desses Omnibus, Integrais, graphic novels etc.
Você ainda encontra gibis da Marvel/Panini a R$ 9,90, por exemplo. Você ainda compra gibis da Turma da Mônica a R$ 6,90 (Panini). Iniciativas como HQ para Todos, da Conrad Editora, e Hipotetizine, da Hipotética, ou os Ugritos da Ugra Press brecam o preço nos R$ 15. São valores que, se convertidos pelo câmbio – entre US$ 1,45 e US$ 3,15, ou entre 1,30€ e 2,85€ - não pagariam nem o espaço na prateleira de uma loja de quadrinhos dos EUA ou da França. Dão poucos minutos de trabalho para esses gringos.
O bolso acaba sendo o primeiro decisor na hora de eu e você comprarmos um quadrinho. A lógica fria dos números ganha da lógica quente que manda você comprar aquele Omnibus que você precisa. Não devia ganhar, é claro. Quadrinhos e cultura pop em geral tem a ver com nossas paixões, não com nossos bolsos.
Mas, em épocas de aperto ou de preços difíceis de encarar, repito o que eu já disse em uma coluna inteira: calma e crítica. Você vai ler bons gibis tendo calma e crítica.
Falando nisso, Verões Felizes: Edição Integral, olha, vale mais do que qualquer número de reais, dólares ou euros que estiverem cobrando.
Agradecimentos ao jornalista (também tradutor de quadrinhos) Marcelo Soares por ideias e consultoria na produção desta coluna. O Marcelo escreveu um belo texto sobre como aprendeu o que era inflação a partir do preço dos gibis.
Sharon Carter, namorada e parceira de aventuras do Capitão América, tinha voltado depois de mais de uma década morta. Não era mais a queridinha do Steve Rogers, porque tinha passado esses anos em missões secretas e comendo o pão que o diabo amassou.
No final da primeira história de Waid/Garney/Manley, Capitão e Sharon querem impedir que o Caveira Vermelha pegue o Cubo Cósmico, aquele artefato que dá poder infinito a quem o tiver na mão.
Sharon entrega o Cubo ao Capitão e diz que ele pode mudar a realidade como quiser. "É COM VOCÊ, Steve. Pense em TORTA DE MAÇÃ e CACHORRO QUENTE. O cubo tem o PODER ABSOLUTO. Ele vai reagir a qualquer CAPRICHO que passar pela sua mente, seu DESEJO mais SUBCONSCIENTE. Como você quiser que o mundo SEJA..."
E aí o Capitão deseja que Sharon Carter fosse desenhada pelo John Romita.
Ou seja, como ela era na época em que o Romitão desenhava a série do Capitão, em final dos anos 1960 e início dos anos 1970. Na cabeça do Capitão, quando o mundo era melhor.
Como Mark Waid declarou em entrevista na época, foi o próprio Romitão que desenhou esse quadro. Foi em um dos seus últimos dias de trabalho como Diretor de Arte da Marvel – ele saiu do emprego no início de 1996.
UMA PÁGINA
De Gil Kane e John Romita, roteiro de Gary Friedrich, em Captain America n. 145, 1972.
(o)
Sobre o autor
Érico Assis é jornalista da área de quadrinhos desde que o Omelete era mato. Também é autor dos livros Balões de Pensamento – textos para pensar quadrinhos e Balões de Pensamento 2 – ideias que vêm dos quadrinhos.
Sobre a coluna
Mensalmente, o que aconteceu de mais importante nos universos das HQs e as novidades que você não notou entre um quadrinho e outro. Também: sugestões de leitura, conversas com autores e autoras, as capas e páginas mais impactantes dos últimos dias e o que rolar de interessante no quadrinho nacional e internacional.
#111 – Moore & Gibbons, Ruppert & Mulot e as parcerias que acabam
#110 – Mangá é melhor que gibi é melhor que mangá
#109 – O quadrinho brasileiro que viaja para o exterior
#108 – O aardvark e o babaca
#107 – 35 páginas que eu li no ano passado
#106 – Ramon Vitral versus Jeff Bezos
#105 – A memória do quadrinho nacional como terapia
#104 – Meu primeiro e quinquagésimo Festival d’Angoulême
#103 – Qual foi a notícia dos quadrinhos em 2022?
#102 – A inteligência artificial vai substituir o desenhista humano?
#101 – Os essenciais de Angoulême
#100 – O (meu) cânone dos quadrinhos
#99 – A melhor CCXP de uns, a pior CCXP de outros
#98 – Os prêmios e os quadrinhos que vão valer em 2047
#97 – Art Spiegelman, notável
#96 – O mundo quer HQ brasileira
#95 – A semana do Brasil e do quadrinho brasileiro
#94 – Todo fim de ano um engarrafatarse
#93 – Um almoço, o jornalismo-esgoto e Kim Jung-Gi
#92 – A semana mais bagunçada da nossa história
#91 – Ricardo Leite em busca do tempo
#90 – Acting Class, a graphic novel queridinha do ano
#89 – Não gostei de Sandman, quero segunda temporada
#88 – O novo selo Poseidon e o Comicsgate
#87 – O mundo pós-FIQ: você tinha que estar lá
#86 – Quinze lançamentos no FIQ 2022
#85 – O Eisner 2022, histórico para o Brasil
#84 – Quem vem primeiro: o roteirista ou o desenhista?
#83 – Qual brasileiro vai ao Eisner?
#82 – Dois quadrinhos franceses sobre a música brasileira
#81 – Pronomes neutros e o que se aprende com os quadrinhos
#80 – Retomando aquele assunto
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#76 – A menina-robô que não era robô nem menina
#75 – Moore vs. Morrison nos livros de verdade
#74 – Os autores-problema e suas adaptações problemáticas
#73 – Toda editora terá seu Zidrou
#72 – A JBC é uma ponte
#71 – Da Cidade Submersa para outras cidades
#70 – A Comix 2000 embaixo do monitor
#69 – Três mulheres, uma Angoulême e a década feminina
#68 – Quem foi Miguel Gallardo?
#67 – Gidalti Jr. sobre os ombros de gigantes
#66 – Mais um ano lendo gibi
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#64 – Quando você paga pelo que pode ler de graça?
#63 – Como se lê quadrinhos da Marvel?
#62 – Temporada dos prêmios
#61 – O futuro da sua coleção é uma gibiteca
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#59 - A editora que vai publicar Apesar de Tudo, apesar de tudo
#58 - Os quadrinhos da Brasa e para que serve um editor
#57 - Você vs. a Marvel
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#55 – Marvel e DC cringeando
#54 – Nunca tivemos tanto quadrinho no Brasil? Tivemos mais.
#53 - Flavio Colin e os quadrinhos como sacerdócio
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#50 - Quadrinho não é cultura?
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#48 - Robson Rocha, um condado, risografia e Cão Raivoso
#47 - A revolução dos quadrinhos em 1990
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#44 - A fazendinha Guará
#43 - Kentaro Miura, o karôshi e a privacidade
#42 - A maratona de Alison Bechdel, Laerte esgotada, crocodilos
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#19 - Mafalda e o feminismo
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#17 - A italiana que leva a HQ brasileira ao mundo
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#12 - Crise criativa ou crise no bolo?
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#1 - Eisner Awards | Mulheres levam maioria dos prêmios na edição 2020
#0 - Warren Ellis cancelado, X-Men descomplicado e a versão definitiva de Stan Lee
(c) Érico Assis