Rogério de Campos, editor da Conrad, conversou com o Omelete sobre as mudanças que acontecerão em 2009 na editora, após a compra pelo grupo editorial IBEP-Companhia Editora Nacional.
Conrad 2
Conrad
Na verdade, as mudanças são poucas. Como já confirmado antes, as séries mangá
continuam. Um dos próximos lançamentos é o aguardado Verão
Índio, clássico de Hugo Pratt e Milo
Manara. Na graphic novel, passada nos EUA do século XVII,
o estupro de uma garota dá início à guerra entre colonizadores e índios. Além
disso, o investimento em quadrinhos nacionais não vai parar. Confira a entrevista:
O informe da Conrad-IBEC fala em preservar "a identidade editorial,
estrutura comercial e regime operacional" da Conrad. Isto é garantia de que
teremos a mesma linha de publicações, o site
e outras características da editora em funcionamento? Planeja-se retração em
algum desses aspectos? Ou expansão?
Expansão. Indo ainda mais longe.
Como ficarão as séries de mangás que a Conrad mantinha, como Battle
Royale, Blade, Nausicaä, Vagabond, Bambi,
Monster, Sanctuary...? Voltam? Já tem previsões de quando
cada uma retornará?
Estamos já em gráfica com Nausicaä e Bambi. E estamos retomando os outros
títulos.
Há algum outro lançamento que você já possa anunciar para breve?
Sim, Verão Índio chega nas próximas semanas.
E os investimentos em quadrinhos nacionais? Em 2008 saiu a muito elogiada
Chibata!.
Estes investimentos continuarão?
Sim. Temos muito orgulho dos autores que temos em nosso catálogo. Em 2008,
lançamos também o Prontuário
666. São os dois principais lançamentos de quadrinhos nacionais no ano.
A Conrad é considerada uma das responsáveis por marcar os quadrinhos
nas livrarias no Brasil. Companhia
das Letras, Record,
Ediouro
e outras editoras nacionais estão embarcando neste filão com grandes investimentos.
Qual a perspectiva da Conrad para esta concorrência?
Existe um mundo de quadrinhos para serem publicados no Brasil. O que espero
é que as outras editoras publiquem novas coisas, e não fiquem apenas no que
já foi lançado antes. Admiro muito, por exemplo, o trabalho da Zarabatana: publicaram
várias coisas que eu pensava em publicar, mas nunca tinha publicado. Companhia
publicou Persépolis, que passou anos na minha mesa em avaliação. A
Record vem aí com Kiki de Montparnasse, que é ótima. A Rocco publicou
o Gato do Rabino, que eu também teria gosto de publicar. Seja como
for, a Conrad quer ser líder, mas nunca foi besta de sonhar com um monopólio.
Como você avaliaria o interesse da IBEC-Nacional pela linha editorial
da Conrad? As editoras parecem atender segmentos de mercado bastante diferentes.
Foi justamente uma das vantagens que eles viram: não há sobreposição nos
catálogos.
Por fim, o que podemos esperar da Conrad em 2009?
Muito mais lançamentos. Muito mais barulho.