O escritor escocês Grant Morrison é conhecido por vários cacoetes, e um deles é a megalomania com números. Sua grande saga DC Um Milhão se passa no século 853. Em Multiversidade, Precursora alerta para a morte de “multitrilhões de vidas”. Crazy Jane, de Patrulha do Destino, sofre de uma versão avançada do transtorno de personalidade múltipla: 64 identidades, cada uma com um superpoder.
Morrison encara agora um número que não tem nada de fantasioso: 60 anos. Na sexta década de vida, ele já soma mais de quarenta anos fazendo quadrinhos, tendo produzido clássicos como Grandes Astros: Superman, Homem-Animal, Os Invisíveis e passagens marcantes por Batman, X-Men e Patrulha do Destino. Mesmo que hoje esteja mais dedicado ao cinema e a TV – é um dos produtores de Admirável Mundo Novo, série que tem previsão de estreia para esse ano, e consultor nos filmes da DC –, ele ainda dá uma palhinha nas HQs, como sua fase atual no Lanterna Verde.
Na lista abaixo, lembramos 60 grandes momentos dos quadrinhos (e da vida) de Morrison.
1. “O Evangelho do Coiote” (Homem-Animal, com Chas Truog e outros)
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Morrison ainda era pouco conhecido quando assumiu um herói classe Z da DC Comics, o Homem-Animal. Esperava-se uma série sobre um herói ecologista. Na edição 5, o leitor se depara com uma versão realista, metalinguística e metafísica do Coiote Coió. Era só o começo da viagem.
2. “um dia eles serão como nós” (Homem-Animal, com Chas Truog e outros)
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Apesar da série ser mais lembrada pela piração, Homem-Animal também tratou do que estava em voga na defesa do meio ambiente na época – a seu modo. Numa história sobre caça aos golfinhos, a narração é de um golfinho. É um dos contos mais tocantes que Morrison já escreveu.
3. “Estou vendo você!” (Homem-Animal, com Chas Truog e outros)
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Aqui, a piração já estava avançada. Buddy Baker, o Homem-Animal toma peiote e começa a ter alucinações. De repente ele se vira e enxerga… você, leitor!
4. “Você não me controla” (Homem-Animal, com Chas Truog e outros)
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“Estou vendo você!” foi só prelúdio para o clímax de Morrison com Homem-Animal: quando escritor e personagem se encontram, o super-herói reclama de todas as tragédias que o escocês lhe impôs. Hoje a ideia parece boba ou batida. Na época, 1990, foi um choque nos gibis de herói.
5. “Ao principiar da grande metamorfose, nada teme” (Zenith, com Steve Yeowell)
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Morrison criou uma dezena de heróis para sua grande saga em Zenith – e matou-os sem dó. Na primeira das mortes, o autor encaixa uma das referências esotéricas que também fariam parte de sua carreira: ao despedir-se de um colega, Mantra entoa um ritual do Liber Null e Psiconauta, clássico revisionista do ocultismo nos anos 1970.
6. Crise nas infinitas trevas (Zenith, com Steve Yeowell)
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Outra marca de Morrison se mostrou desde cedo: o revisionismo. Zenith: Fase Três é uma versão macabra da grande saga DC Crise nas Infinitas Terras. Mesmo que você mal conheça os personagens é difícil não sentir pena quando uma realidade atrás da outra é destruída pelo vilão lovecraftiano.
7. A Irmandade do Dadá (Patrulha do Destino, com Richard Case e outros)
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Encarregado de reformular a Patrulha do Destino – supergrupo classe B da DC Comics, que já nasceu um tanto estranhinho -, Morrison decidiu que os arqui-inimigos dos heróis iam mudar de Irmandade do Mal para Irmandade do Dadá. Vilões dadaístas, muito além do bem e do mal!
8. O Caçador de Barbas (Patrulha do Destino, com Richard Case e outros)
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Morrison às vezes se voltou para a paródia. “O Caçador de Barbas” tirava sarro de um dos maiores sucessos dos quadrinhos na época, o Justiceiro, com direito a seu próprio Diário de Guerra contra os barbudos. Ainda serviu para Morrison dar uma alfinetada num famoso escritor barbudo com quem não se acerta…
9. A rua drag (Patrulha do Destino, com Richard Case e outros)
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A drag queen britânica Danny La Rue (1927-2009) ganhou uma homenagem ao pé da letra em Patrulha do Destino: virou uma rua com autoconsciência, com poderes de teletransporte e receptiva a todas as cores do amor.
10. “Oh, Mallah!” / “Oh, mestre!” (Patrulha do Destino, com Richard Case e outros)
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Um gorila francês militante revolucionário homossexual tenta achar um corpo para seu mestre e amado: um cérebro dentro de uma redoma de vidro.
11. “E agora, quanto você acha que vale esse papel?” (Patrulha do Destino, com Richard Case e outros)
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Quanto vale uma nota de dólar assinada por Andy Warhol? E se a assinatura for falsa? E se o falsificador da assinatura de Warhol tiver sido Pablo Picasso? Sr. Ninguém, da Irmandade do Dadá, resolve educar as massas quanto a arte e capitalismo com um toque de absurdo.
12. “Relaxa, bundinha de ferro” (Asilo Arkham, com Dave McKean)
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Morrison queria que Coringa se vestisse de Madonna. Jack Nicholson, que ia fazer Coringa nos cinemas, não quis se associar a um personagem que se vestia de mulher. Então Morrison tacou a clássica cena da apalpada. É a graphic novel original mais vendida da história e deixou Morrison rico da noite pro dia.
13. Monstro do Pântano vs. Alan Moore (Monstro do Pântano: Raiz de Todo o Mal, com Mark Millar, Phil Hester e outros)
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De volta à desavença com um certo barbudo… Logo que assumiu a revista do Monstro do Pântano, anos depois da aclamada fase de Alan Moore, Morrison botou o Monstro a atacar um homem com a cara de Moore – que não sai inteiro.
14. “Deus está morto” (Mistério Divino, com Jon J. Muth)
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Uma trupe de teatro encena histórias do Novo Testamento numa cidadezinha da Inglaterra – até que o ator que interpreta Deus aparece morto. O policial que chega para resolver o caso não sabe que está numa história de Grant Morrison.
15. Abduzido
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Em 1994, num quarto de hotel em Katmandu, Nepal, Morrison diz que saiu da nossa realidade e conseguiu enxergar a existência a partir de outro plano. Seres estranhos – anjos ou extraterrestres, ele não sabe – levaram-no a outra galáxia e explicaram o que é a existência. A experiência influenciou muito do que Morrison escreveu a partir dali. E sim, teve drogas no meio dessa história.
16. “Bem-vindo ao… vamos chamar de quê? Ao ‘De-Onde-Suas-Ideias-Vêm.’” (Flex Mentallo, com Frank Quitely e Peter Doherty)
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Baseado em um personagem absurdo que criou em Patrulha do Destino, o “herói da praia” Flex Mentallo, Morrison usou sua autobiografia para contar por que ama os super-heróis e como eles salvaram sua vida.
17. “Barbelith” (Os Invisíveis, com Steve Yeowell e outros)
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Síntese nada sintética de tudo que passava pela cabeça de Morrison nos anos 1990, Os Invisíveis abre com a iniciação de Dane McGowan, a quem o mendigo Tom O’Bedlam explica a realidade e os seres extradimensionais que se metem no nosso mundo. E sim, teve drogas no meio dessa história.
18. “... que todo mundo tenha o mundo que quiser” (Os Invisíveis, com Jill Thompson e outros)
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King Mob, líder dos Invisíveis, explica o melhor plano para salvar o mundo que já se viu nos quadrinhos: “Estamos na reta final da corrida pra festa sem fim ou pra um mundo que lembra Auschwitz… E a gente quer entrar na faixa em que todo mundo tenha o mundo que quiser. Incluindo o inimigo.”
19. “É só um jogo” (Os Invisíveis, com Steve Parkhouse e outros)
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Na melhor edição de Invisíveis, a vida de um capanga dos Inimigos é esmiuçada de forma não linear e o leitor tem noção de como a série enxerga o tempo e a existência. É um dos quadrinhos mais bonitos de Morrison.
20. Onanismo mágico invisível (Os Invisíveis vol. 2)
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As vendas de Invisíveis iam muito mal, então Morrison foi à seção de cartas pedir ajuda dos leitores: um ritual mágico que consistia em todo mundo se concentrar em um sigil (ou signo) durante um momento de alta excitação, como um orgasmo, no dia 23 de novembro de 1995. A série continuou sendo publicada até o ano 2000.
21. Alter Ego mágico (Os Invisíveis, com Phil Jimenez e outros)
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King Mob é a cara de Morrison. Quando o personagem quase morreu, o escritor quase morreu junto – teve uma infecção de Staphylococcus aureus, similar à que King Mob havia tido na HQ, e passou semanas no hospital. Nas histórias seguintes, Morrison engatou várias cenas de sexo com King Mob e Fanny. Diz que conheceu sua esposa logo depois.
22. 2012 (Os Invisíveis, com Frank Quitely e outros)
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Invisíveis terminou em 2000, prevendo o fim do mundo como o conhecemos acaba para 2012. As interpretações sobre o final – e sobre a série como um todo – seguem em discussão até hoje.
23. “O único jeito de acabar com o tédio é fazer alguma coisa interessante ou cometer crime.” (Mate Seu Namorado, com Philip Bond)
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A novelinha punk de Morrison e Bond marcou época ao propor roubos, assassinatos e terrorismo para acabar com o marasmo da vida adulta.
24. Fósforos (LJA, com Howard Porter e outros)
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Na primeira história da revitalização da Liga da Justiça, Batman descobre o segredo dos aliens que invadiram a Terra e a arma simples que toda a humanidade pode usar contra eles: fósforos.
25. “Para apanhá-los se caírem” (LJA, com Howard Porter e outros)
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No final da primeira saga da nova Liga, Superman dá um discurso sobre o papel dos super-heróis: “Temos que deixar que a humanidade atinja seu próprio destino. Não podemos carregá-los nas costas.” Flash pergunta: “E por que eles precisam de nós?” Super: “Para apanhá-los se caírem.”
26. Todo mundo é super-herói (LJA, com Howard Porter e outros)
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Diante do Armageddon, a Liga recruta não só todo o universo de heróis DC, mas dá superpoderes a uma parte da humanidade ordinária. É o sonho molhado de Morrison: o dia em que todo mundo vai virar super.
27. Megacorporações são invasões meméticas alienígenas (Marvel Boy, com J.G. Jones)
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Na onda de Sem Logo e de manifestações contra o capitalismo desenfreado na virada do século, Morrison criou uma megacorporação que vende de tudo e que literalmente deixa sua marca no planeta. É um dos inimigos do novo Marvel Boy, o supersoldado adolescente de seu primeiro trabalho na Marvel.
28. “Ele mentiu pra mim” (Marvel Boy, com J.G. Jones)
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Oubliette, filha do vilão Doutor Midas, passou a vida inteira mascarada porque o pai disse que ela era desfigurada. Noh-Varr convence-a a tirar a máscara e se olhar num espelho. A palavra como o maior poder que existe é um dos temas preferidos de Morrison.
29. X-Men techno (Novos X-Men, com Frank Quitely e outros)
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Morrison ganhou liberdade total ao assumir os X-Men. Reduziu o grupo à essência, livrou-se dos uniformes e transformou a Escola do Professor Xavier em iniciativa global. Os quatro anos que ele passou na série dividem opiniões: grosso modo, os x-fãs vitalícios odeiam, os menos xiitas adoram.
30.“Professor X tentou matar a irmã gêmea quando eles estavam no útero” (Novos X-Men, com Frank Quitely e outros)
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Em uma edição inteira sem falas, a última página traz dois balões que caem como uma bomba. Cassandra Nova, a irmã gêmea do Professor X, virou vilã perene dos X-Men.
31. “Não me diga. Você tem como explicar…” (Novos X-Men, com Frank Quitely e outros)
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É óbvio que Morrison não ia ignorar o histórico de novelinha dos X-Men. Para apimentar a série, uma das tramas paralelas é o caso de Scott Summers com Emma Frost – que, na cama, se veste como a esposa Jean Grey era antigamente. E Wolverine fica de canto, esperando o circo pegar fogo.
32. Sacrifício glorioso (Novos X-Men, com Phil Jimenez e outros)
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Em uma das cenas mais bonitas que já se viu nos X-Men – reaproveitando o par de páginas de Zenith que você viu acima –, Wolverine e Jean Grey se veem contra o próprio sol. Um deles vai se sacrificar para salvar o mundo.
33. Fulminantes (We3, com Frank Quitely)
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Carregada de experimentos com a linguagem dos quadrinhos, We3 é um filme de ação em ritmo acelerado. Os protagonistas são um gato, um cachorro e um coelho com apetrechos cibernéticos, que fogem de uma instalação de pesquisa do exército e têm que lutar pela sobrevivência. E como lutam.
34. “1 PROTEGE!” (We3, com Frank Quitely e Jamie Grant)
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Os animais de We3 têm sua própria linguagem rudimentar e todas emoções que você já viu no bicho de estimação preferido. Se você já gostou de algum animal na vida, We3 é de partir o coração.
35. A mega-arquitetura (Sete Soldados da Vitória, com J.H. Williams III)
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Um septeto de personagens classe Z da DC Comics se une para salvar o mundo – e todos morrem. É só o início de Sete Soldados da Vitória, que vira um jogo complexo entre outros sete personagens que têm que salvar o mundo – sem se encontrar.
36. “Planeta condenado. Cientistas alarmados. Última esperança. Casal bondoso.” (Grandes Astros: Superman, com Frank Quitely e Jamie Grant)
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Uma origem em quatro quadros e oito palavras. Precisa de mais?
37. “Eu consigo salvar todo mundo!” (Grandes Astros: Superman, com Frank Quitely e Jamie Grant)
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Morrison conta que a morte de seu próprio pai acabou entrando nesta história. No momento em que Superman para de ouvir o coração de Papai Kent, ele dispara a tal velocidade que seu cabelo pega fogo. O último quadro capta o homem mais poderoso do mundo falando como uma criancinha indefesa.
38. “Você é mais forte do que pensa” (Grandes Astros: Superman, com Frank Quitely e Jamie Grant)
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Uma das páginas de quadrinhos mais compartilhada da história – discutida por vários, imitada por outros autores, parodiada pelo Deadpool – é um exemplo de simplicidade. “Confie em mim”, diz Superman, antes do abraço.
39. “Eu sei que há algo de bom em você, Lex” (Grandes Astros: Superman, com Frank Quitely e Jamie Grant)
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Da mesma edição da página anterior, um resumo perfeito dos 80 anos de desavença entre Superman e Lex Luthor.
40. “Interminável” (Grandes Astros: Superman, com Frank Quitely e Jamie Grant)
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Superman usa as máquinas da Fortaleza da Solidão para rodar um simulacro da Terra, pois quer saber como seria o mundo sem ele. Ao final da simulação, Joe Shuster está botando Superman no papel. É o resultado: Superman sempre vai existir.
41. “Pai! Pensei que fosse mais alto.” (Batman, com Andy Kubert e outros)
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Batman tem um filho. Na verdade tinha há anos, mas a DC negava. Era o fruto de uma relação com Talia al Guhl, filha do inimigo Ra’s al Guhl, em uma HQ esquecida dos anos 1980. Morrison conseguiu aprovação para incluir o personagem na série e lhe deu uma personalidade marcante.
42. O Batman de Zur-En-Arrh (Batman, com Tony Daniel e outros)
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Uma das metas de Morrison foi fazer com que todas as histórias doidas e estapafúrdias de Batman nos anos 1950 – na verdade, de toda a existência do herói – valessem de algum modo na cronologia. Bat-Mirim e Batman de Zur-En-Arrh acabaram participando.
43. Os Batmen internacionais (Batman, com J.H. Williams III e outros)
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Na mesma toada, os Batmen de Todas as Nações – outro resquício dos anos 1950 – viraram coisa séria. O indígena Homem-dos-Morcegos, o argentino El Gaucho, o francês Mosqueteiro e a dupla francesa Cavaleiro e Escudeira apareceram várias vezes durante os sete anos que Morrison ficou com Batman.
44. Batman morre (Crise Final, com J.G. Jones e outros)
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Um dos momentos climáticos de Crise Final é aquele em que o Homem-Morcego, após efetuar um plano contra Darkseid que considerava infalível, é atingido pelos raios do vilão. Como estamos nos quadrinhos, você sabe que essa morte não vai durar. E não durou. Ainda assim é um momento impactante na saga.
45. “Darkseid… sempre odiou música…” (Crise Final, com Doug Mahnke e outros)
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Se a máquina aniquiladora de Darkseid é feita de frequências e vibrações, basta usar contravibrações para anular seu poder. É assim que Superman vence o vilão no grande clímax de Crise Final: cantando.
46. “Mestre Richard. Permite-me perguntar o que se passa?” (Batman & Robin, com Frank Quitely e outros)
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Bruce Wayne está morto e o manto recai a seu sucessor natural: Dick Grayson, o primeiro Robin. Mas o manto pesa mais do que o esperado. A pose de Dick e o símbolo caído no chão dizem tudo nesta página.
47. “A partir de hoje eu sou vegetariano. E esta é a Bat-Vaca” (Corporação Batman, com Chris Burnham e outros)
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Num momento que caberia no Bat-seriado dos anos 1960, o Robin Damian Wayne encontra uma nova aliada no combate ao crime.
48. “…mãe…” (Corporação Batman, com Chris Burnham e outros)
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Morrison criou um dos personagens mais carismáticos da década, fez ele crescer no coração dos leitores e, aí, aplicou o golpe. Damian morre pelas mãos de um clone de si mesmo, a mando de sua mãe. Apesar do arco construído por Morrison ser excelente, a DC voltou atrás na morte pouco depois.
49. “Xi.” (Joe o Bárbaro, com Sean Gordon Murphy e Dave Stewart)
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Um garoto diabético tem um acesso de hipoglicemia e começa a alucinar com seus brinquedos, os filmes e livros que mais gosta. Encontrar o remédio do outro lado da casa vai ser um épico com o escopo de Senhor dos Anéis. A ideia simples rendeu um espetáculo visual.
50. “O que vigilantes mascarados, mutantes milagrosos e o deus sol de Smallville podem nos ensinar sobre ser humano” (Superdeuses)
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Morrison escreveu um livro sobre a história do gênero super-heroístico que fez certo furor no início da década passada – com mais alfinetadas em Alan Moore, uma polêmica quanto à briga pelos direitos sobre Superman e sua receita de bolo para entender e lucrar com o Zeitgeist.
51. Homenageado pela Coroa Britânica
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Morrison já escreveu uma HQ em que o personagem defende a morte da Rainha. Ainda assim, recebeu uma homenagem da coroa por sua contribuição às artes e letras britânicas – das mãos do Príncipe Charles.
52. Superman Springsteen (Action Comics, com Rags Morales e outros)
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Superman nasceu na Action Comics n. 1 como defensor dos fracos e oprimidos. Seus primeiros inimigos eram os ricaços, não os supervilões. Quando foi agraciado com a chance de escrever uma nova Action Comics n. 1, Morrison voltou às origens longínquas do herói e, para deixar bem claro, insistiu que ele iniciasse a carreira de jeans e camiseta: o herói do povo.
53. “Tem chance de a gente se esbarrar e, quando acontecer, espero que eu esteja a 150 por hora.”
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Mark Millar foi discípulo de Grant Morrison nos anos 1990, e os dois assinaram várias HQs juntos. Millar seguiu carreira solo, com sucesso, e usou ideias de Morrison sem dar crédito. Os dois não se falam mais. Em uma entrevista de 2012, Morrison deu a declaração acima.
54. Um amigo fofo num mundo podre (Happy!, com Darick Robertson e outros)
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Um Papai Noel que sequestra crianças. Um assassino que mata prostitutas a marteladas. Um ex-policial que virou matador. O mundo de Happy! é podre, mas a esperança é um unicórnio azul que voa, sorri e te ajuda a dar um jeito na vida. (E que rendeu um seriado de TV ainda mais insano.)
55. De trás para a frente e de frente para trás (Multiversidade, com Frank Quitely e outros)
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Morrison disse que ia fazer uma homenagem e um remix de Watchmen. Com os antigos personagens da Charlton, os mesmos que inspiraram o clássico de Moore e Gibbons, ele e Frank Quitely compõem uma trama sobre o complô para matar o presidente dos EUA. A grande sacada da edição é a possibilidade de acabar a história no sentido normal e ler tudo de novo ao contrário.
56. “Não vire a página!” (Multiversidade, com Doug Mahnke e outros)
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Vários personagens de Multiversidade se contaminam ao ler Ultra Comics, um gibi possuído. Quando o leitor chega na revista, encontra um personagem que tenta te convencer a não virar as páginas.
57. Papai Noel super-herói (Klaus, com Dan Mora)
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Um pouco para se redimir de Happy! e seu Papai Noel maligno, Morrison resolveu transformar a história de Nicolau em um conto de aventura. É o autor expandido horizontes: dos super-heróis para um dos maiores mitos do Ocidente.
58. Mulher-Maravilha é Sasha Grey (Mulher-Maravilha: Terra Um, com Yannick Paquette e Nathan Fairbairn)
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Em outra volta às origens, Morrison e Paquette ressuscitaram o teor sexual e o bondage das primeirissimas histórias da Mulher-Maravilha numa reinvenção da personagem. Os dois não respondem à comparação, mas muitos fãs veem no rosto de Diana a cara da ex-atriz pornô Sasha Grey.
59. A Espada Selvagem de Jesus (com Irmãos Molen)
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Quem já viu aqueles quadros com o Jesus bombadão deve ter imaginado-o como grande herói da Judeia. Morrison olhou aquilo e viu Conan. Com o título (piada) pronto, ele começou essa história maluca, que tem Adolf Hitler entre os personagens principais e ainda vai ser concluída lá fora.
60. Lanterna Verde vs. Deus (Lanterna Verde, com Liam Sharp e Steve Oliff)
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Morrison jurou que sua série com o Lanterna Verde Hal Jordan seria básica, tratando de um policial no espaço. Na terceira edição: Hal Jordan dá voz de prisão a Deus, o Todo Poderoso.