Na coluna "LÁ FORA", o Omelete lê e comenta todos os grandes lançamentos em quadrinhos nos Estados Unidos.
black summer
justice league of america
punisher 50
Midnighter
thor
spider man loves mary jane
JUSTICE LEAGUE OF AMERICA 11
A história desta edição fez muita gente dizer que Brad Meltzer pode estar ainda melhor do que já era. Arqueiro Vermelho (a nova identidade de Roy Harper) e Vixen ficam presos nos escombros de um bloco do hotel Watergate após este ser jogado no rio Potomac por um super-vilão. A edição se passa toda dentro da pequena fresta em que os dois heróis tentam sobreviver.
É o tipo de coisa que só dá para fazer nos quadrinhos: Gene Ha vai milimetricamente diminuindo o tamanho dos quadros a cada página. A sensação de sufocamento e tensão é incrível. E a dupla da Liga da Justiça precisa fazer tudo para não perder a esperança. É uma aula de narrativa e um dos melhores quadrinhos do ano.
THOR 2
J. Michael Straczynski é tanto amado por uns quanto odiado por outros. Acho que por um motivo: ele segue o guia de roteiros de Hollywood. São as mesmas fórmulas que um Michael Bay segue: dar um tom épico à história, criar uma estrutura bem previsível e dar um toque a mais nos diálogos, para ficarem cheios de "sacadinhas".
Thor não é diferente de Homem-Aranha, Quarteto Fantástico, Midnight Nation e outros trabalhos do autor. As duas edições até agora correspondem aos 20 minutos iniciais do filme, aqueles em que se apresenta o personagem em cortes rápidos e prepara-se o terreno para futuras aventuras. Thor voltou à Terra, reconstruiu Asgard sobre uma planície de Oklahoma e agora vai atrás de seus deuses irmãos. Pode acreditar que é o roteiro pronto para um futuro filme do nórdico.
MIDNIGHTER 8
A série do herói de Authority virou um ótimo substituto para a falta de aventuras da superequipe - Grant Morrison começou a nova série do grupo, mas já está um ano atrasado com a segunda edição.
A primeira história de Midnighter, por Garth Ennis e Chris Sprouse, envolveu uma viagem no tempo para matar Hitler adolescente. Na edição 7, Brian Vaughan e Darick Robertson contaram uma aventura genial de trás para frente, seguindo o próprio poder do herói de ver toda uma luta na sua cabeça antes de ela começar. E nesta última edição, Christos Gage e John Paul Leon o fazem salvar um gatinho numa árvore - o que a uma briga com andróides que raptam animais de estimação para um cientista louco.
É a imaginação maluca que definiu Authority, retrabalhada para um único personagem. Mas parece que agora a série vai estacionar um pouco e interagir com o universo Wildstorm, o que é uma pena.
PUNISHER 50
Se você não quer um spoiler, pule para o próximo review. Para esta edição especial, desenhada por Howard Chaykin, Garth Ennis havia prometido uma surpresa para mexer com o mundo de Frank Castle. Bom, aí vai: ele descobre que tem uma filha com uma ex-colega do exército. Ou melhor, quem descobriu foi seu pior inimigo, a máquina de matar (e que não morre) Barracuda. Que chegou ao bebê antes.
A série do Justiceiro é bastante consistente. Longe do Universo Marvel comum, é o destino para boas histórias policiais - e sérias, diferente dos primeiros trabalhos de Ennis com o personagem. Cada arco é um pequeno filme do vigilante. No último, os inimigos eram as esposas de chefões da máfia italiana que o Justiceiro havia assassinado. A estrutura da história e a construção dos personagens são o que Ennis faz de melhor.
SPIDER-MAN LOVES MARY JANE 20
Já fiz minha declaração de amor para o trabalho de Sean McKeever com o universo adolescente de Peter Parker quando este ainda estava restrito à minissérie da Mary Jane - que virou outra minissérie, que desembocou nesta série de 20 edições. E que chega ao fim agora, com McKeever deixando a Marvel por um contrato de exclusividade na DC.
Foi um curto seriado de TV adolescente - com a única diferença de ter um personagem que às vezes tem que sumir para enfrentar o Homem-Areia. Ainda assim, as relações entre Peter, Mary Jane, Flash, Liz, Harry, Gwen e outros vão muito além de um Dawsons Creek ou The O.C. São adolescentes bem escritos.
Mas o que me atraía na série era a nostalgia dos bons tempos do Aranha, vistos por outros olhos. A série agora passa para as mãos de Terry Moore (Estranhos no Paraíso), que vai dar um novo nome à revista. O trabalho certamente será diferente do de McKeever, mas será que ele consegue manter o nível?
THE WALKING DEAD 39
Falando em séries de TV, quando é que esta HQ vai ser adaptada? Os roteiros estão prontos. Cada edição é um episódio, com todo conflito, todo desenvolvimento da trama e de personagens que nem Lost faz tão bem.
Na verdade, é tanto desenvolvimento que você fica perdido após algumas semanas sem ler. Muita coisa acontece a cada edição. Mas Robert Kirkman e Charlie Adlard conseguem encher cada pequena história com muita tensão, reviravoltas inesperáveis e gente que você acredita que se comportaria desta forma sob tanta pressão. Não é à toa que é uma das séries que mais atrai não-fãs para os quadrinhos.
BLACK SUMMER 1
Warren Ellis escreve muita porcaria para a editora Avatar, onde joga todas as idéias que as outras editoras não aceitam. Mas Black Summer é diferente. Está longe de ser um Watchmen, mas tem umas idéias geniais sobre como seria ter super-heróis no mundo real atual.
A mini ficou conhecida na divulgação, alguns meses atrás, como a história do "super-herói que mata George Bush". Começa desse jeito mesmo, e a partir daí você acompanha a reconstrução de uma superequipe que se aposentou anos atrás, mas é despertada pela ação inesperada de um de seus antigos membros.
O desenho de Juan Jose Ryp está melhorando, mas ainda parece um pouco amador.