Batman: Year 100 |
Free Comic Book Day: Marvel |
Free Comic Book Day: Fantagraphics |
Seven Soldiers: Frankenstein |
X-Men: Deadly Genesis |
Wolverine: Origins |
52 |
Após muitos pedidos, reclamações e ameaças de defenestração de nossos 7 bilhões de leitores, a Lá Fora volta a ser... quinzenal! A partir de agora alternaremos semanas com nossa irmã caçula Aqui Dentro, chefiada pelo cozinheiro xará Borgo.
E a Lá Fora agora tem uma novidade: a partir de agora teremos um espaço semanal com os principais lançamentos mais importantes saindo nos EUA naquela quarta-feira, entre séries, minisséries, graphic novels e TPBs. Sempre, é claro, com aquele comentário cretino que eu sei que você adora.
Como sempre, estamos aqui para levar críticas, sugestões e ameaças de defenestração. Quem sabe até um elogio ou um convite pra bater papo sobre gibi, de vez em quando. Seja como for, espero que você se divirta. Boa leitura!
BATMAN: YEAR 100 #4 (de 4)
Só neste mês de maio, Batman estrela três séries mensais, três minisséries em andamento e vários outros lançamentos. Desde os anos 90 é assim: a DC lota as lojas de bat-revistas, bat-minis, bat-especiais, bat-graphic novels e outras bat-coisas novas.
Então, quando é hora de lançar um projeto como Year 100, alguma coisa tem que mudar. A DC bota propaganda em revistas mainstream, consegue maior cobertura do lançamento e busca mais alarde. Como se estivesse reconhecendo que há projetos de maior peso e, por conseguinte, que muito bat-especial não tem nada de especial.
Batman: Year 100 tem esse peso por ser o primeiro grande trabalho de Paul Pope com o personagem. Astro cult no mercado - esses dias foi chamado de "Jim Morrison dos quadrinhos" -, Pope já fez duas ou três bat-histórias, mas esta era para ser a consagração. Não chega a ser um Cavaleiro das Trevas mas, como a promoção diz, é uma bat-obra a anos-luz de qualidade do que se vê com o homem-morcego nestes dias.
Em 2039, Gotham City é parte de um estado totalitário com uma polícia sanguinária e vigilância total. Batman ainda patrulha as ruas, com a ajuda de uma nova equipe, e descobre um plano terrorista que pode exterminar a vida na cidade - vindo da própria polícia.
Segue uma corrida contra o tempo na qual o homem-morcego troca a variedade de novas opções tecnológicas por sua habilidade definidora: causar medo em criminosos supersticiosos e covardes.
A arte de Paul Pope é uma mistura de estilos europeus com o ritmo dos mangás e uma pitada da mítica de super-heróis americanos. Seu Batman - nunca sem máscara - é sempre aterrorizante. E a narrativa, com algumas cenas ou páginas inteiras sem qualquer relação com a história, apenas definidoras do clima, é sensacional. O argumento pode deixar a desejar, mas é um dos melhores bat-lançamentos desses últimos anos.
FREE COMIC BOOK DAY
No último dia 6 de maio, você podia entrar em qualquer comic shop dos EUA e sair carregando mais de 20 gibis sem gastar um tostão. Foi o Free Comic Book Day, ou "Dia do Gibi Grátis", em sua quinta edição. O evento anual visa buscar novos leitores e estimular a indústria.
Mas não é chegar na loja e pegar os gibis que quiser. As editoras participantes (28 nesta edição) produzem edições especialmente para serem distribuídas. A Marvel, por exemplo, preparou um cross-over inédito entre X-Men e Fugitivos, enquanto a DC optou por reimpressões de Justice League Unlimited #1 (série que adapta o desenho animado) e Superman/Batman #1. A Dark Horse colocou trechos de seus quadrinhos de Conan e Star Wars, a Image fez um preview de suas principais séries, a Archie Comics comemorou seu 65º aniversário, a Keenspot juntou centenas de tiras online de criadores adolescentes...
A maior parte do material é dedicada às crianças, pois é este o principal público leitor que se quer conquistar (um leitor para o resto da vida). E, bem, se as crianças de hoje realmente gostaram desses quadrinhos, bom para o mercado. Eu fico realmente triste em ver aquelas revistas representando o melhor dos quadrinhos americanos...
As únicas edições que se salvam, como no ano passado, são as das editoras indie Fantagraphics, Adhouse, Oni. São elas, afinal, que publicam a vanguarda dos quadrinhos nos EUA. A primeira reuniu somente algumas páginas de seus criadores de segundo e terceiro escalão, e fez o melhor gibi de todo o Free Comic Book Day (além de me dar vontade de comprar todo o seu catálogo). A Adhouse investiu em The Preposterous Voyages of Ironhide Tom, de Joel Priddy , uma HQ de desenhos simples mas roteiros hilários. E a Oni aproveitou para promover a genial comédia "amerimangá" Scott Pilgrim (que, aliás, você pode ler online AQUI).
Ok, fora Ironhide Tom, nenhum deles visa o público-alvo do evento. Mas, com tanta revista sendo dada de graça, o pessoal da minha idade (20 e médios) também devia sair com algo, você não acha?
RAPIDINHAS
The Sentry V2 >> Uma nova entrada, um pouco menos viajante que a primeira, na cabeça do herói mais confuso da Marvel. Me parece que ainda ficaram algumas pontas soltas, mas nada melhor do que ver um super-herói realmente original. Paul Jenkins faz bons roteiros (coisa que tem sido rara pra ele), John Romita Jr. continua talentosamente bem.
Seven Soldiers: Frankenstein >> A melhor minissérie a sair do projeto de Grant Morrison (que está prestes a terminar). O monstro de Frankenstein envolve-se em aventuras absurdas com mutantes adolescentes, tesouros em Marte, ataques terroristas e contos-de-fadas. Desenhos apropriadamente insanos de Doug Mahnke.
X-Men: Deadly Genesis >> Ed Brubaker é introduzido ao universo mutante já fazendo algumas revoluções - matando um personagem de mais de 30 anos e dando um destino ao Professor X. Provavelmente uma resposta adiantada a X-Men: O Confronto Final, que deve (ou devia) deixar os leitores chiando por algumas mudanças verdadeiras nos quadrinhos.
The Book of Lost Souls #6 >> J. Michael Straczynski já surrupiou idéias de Alan Moore em Homem-Aranha e Poder Supremo, e agora parte para saquear Neil Gaiman. Não que chegue perto de algum, é claro. The Book of Lost Souls é uma tentativa de usar os temas e idéias de Sandman em um outro contexto. Mas é quase um sacrilégio dizer que Straczynski tentou comparar-se ao poder do texto de Gaiman. Mantenha-se longe.
Wolverine: Origins >> Daniel Way é um cara que surgiu do nada na Marvel e de repente decidiu que queria ser um clone do Garth Ennis. Pelo menos naquela coisa de idéias macabras, muito sangue e comportamentos sexuais bizarros (Ennis, para mim, ainda tem alguma ambição literária-dramática, meio sumida desde Preacher). Wolverine: Origins, uma nova série sobre o passado do baixinho mutante, é a consagração de Way. E ainda o coloca lado a lado com Steve Dillon, o eterno parceiro de Ennis. Leitura divertida em alguns pontos, mas sem muita substância.
52 >> Com três edições, roteiros de figurinhas tarimbadas (Geoff Johns, Grant Morrison, Greg Rucka, Mark Waid e Keith Giffen) e dezenas de personagens, a série semanal é um prato cheio para quem saliva pela continuidade do Universo DC. Já com três edições, o projeto parece estar muito bem conduzido. Mas se você não tem o mínimo de interesse por Renee Montoya, Kahndaq ou o Gladiador Dourado, não precisa ler nenhuma página.
ESTA SEMANA LÁ FORA
Vamos tentar uma coisa nova: como a Lá Fora é quinzenal, o trecho "Esta Semana Lá Fora" vai deixar a coluna e passar a sair semanalmente, toda quarta-feira, no Omelete. Tudo de legal que as comic shops estão recebendo na semana estará lá. Confira!