Ao ler mais um número de Superaventuras Marvel - revista que era a verdadeira sagrada escritura naqueles anos - havia uma anúncio da própria Editora Abril, mencionando um Novo Universo Marvel. Pensei comigo: "será que vai prestar? Afinal pra que mexer em time que está ganhando&qt&". Naquela época, o Demolidor alucinava a galera nas mãos de Frank Miller enquanto Claremont e Byrne levavam os X-Men ao verdadeiro estado da graça quadrinhística. Até o Capitão América, que nunca foi uma das minhas personagens preferidas, estava numa fase boa. Diante de todas essas evidências, meus receios não eram poucos.
Mas vá lá! Afinal, pra um gibimaníaco, caiu na rede é peixe. Adquiri um exemplar de Justice, e confesso que meus temores estavam certos. Um herói esquisito vindo de outra dimensão, que eliminava quem tinha a aura ruim? Depois dessa, era melhor seguir com a turma do bom e velho universo Marvel.
No entanto, como diz o ditado, tudo que é bom dura pouco, tanto nos EUA quanto abaixo da linha do Equador, a única personagem a se destacar foi o Estigma. Por essa razão, todas as publicações da linha Novo Universo foram canceladas. Mais tarde, foi feita uma desastrada tentativa de retomar as aventuras da Marca da Estrela. Desta vez, o esforço ficou a cargo do consagrado John Byrne, hoje o meio esquecido criador de obras memoráveis como os novos X-Men e a reformulação do Super-Homem. Todavia, que me desculpem seus fãs, o cara perpetrou uma lambança sem precedentes no caso do Estigma. Foi uma das maiores, se não a maior decepção que já tive com um autor de quadrinhos. O Novo Universo Marvel estava enterrado de forma irremediável.