Joe Simon, o roteirista que criou o Capitão América em 1941 ao lado do desenhista Jack Kirby, faleceu nesta quinta-feira, aos 98 anos. A informação, segundo o Comics Beat, foi confirmada pelo filho de Simon no Facebook.
capitão américa
Ao contrário de outros heróis, que acabaram "recrutados" para lutar na Segunda Guerra Mundial, o Sentinela da Liberdade foi criado pela então Timely Comics especialmente com esse objetivo político. Logo em sua primeira revista, de março de 1941, Steve Rogers aparece socando o próprio Führer, Adolf Hitler. Com os anos, porém, as aventuras do Capitão América tornaram-se, assim como Simon, um símbolo da Era de Ouro dos quadrinhos de super-herói dos EUA.
Com Kirby, Simon passou por quase todos os gêneros dos quadrinhos. Criaram personagens como Sandman (a versão super-herói, na DC), Homem-Mosca e Fighting American (para a Archie Comics), além das revistas de grande sucesso Boys' Ranch (western), Black Magic (terror) e Young Romance (romântica).
Na década de 70, desfeita a parceira com Kirby (embora os dois voltassem a trabalhar juntos vez ou outra), Simon criou uma revista concorrente da Mad, a Sick, e lançou vários outros personagens pela DC, como Brother Power the Geek (sobre a cultura hippie), Prez (um adolescente que vira presidente dos EUA), Green Team: Boy Millionaires e a equipe Renegados.
Simon processou a Marvel não uma, mas duas vezes, para reaver os direitos sobre o Capitão América. A primeira foi no final da década de 60, junto a Kirby, e que acabou num acordo extrajudicial. Em 1999, ele processou a editora de novo com base em mudanças na legislação. Artista e editora fizeram novo acordo extrajudicial em 2003, liberando o caminho para o filme do Capitão em 2011.
Recentemente, Simon ainda comparecia a convenções de HQs, apesar da idade. Sua obra foi alvo de diversas retrospectivas ao longo dos anos, incluindo duas autobiografias: The Comic Book Makers, com o filho Jim, e My Life in Comics, lançada este ano para coincidir com o filme do Capitão.