Nesses 20 anos de Omelete, a televisão foi a que mais mudou. Passou da divisão entre TV aberta e “TV a cabo” para a internet, alimentando teorias, criando novos tipos de fãs até chegar à era dos streamings. Para celebrar nosso aniversário, reunimos abaixo as nossas 20 séries essenciais dos últimos 20 anos, incluindo comédias, dramas, animações, épicos, fantasias, ficções científicas… A lista contempla um pouco da variedade de produções criadas ao longo da nossa história. Confira abaixo, por ordem de lançamento:
Friends (1994–2004)
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Friends é muito mais um fruto da década de 1990 do que um produto dos anos 2000. Ainda assim, é impossível negar a influência da série ao longo dos 20 anos do Omelete. Quem não acompanhou as inúmeras reprises pela TV, conheceu a série pela Netflix - com pânico tomando conta das redes sociais toda vez que a presença de Friends na plataforma se tornava incerta. A série é parte da cultura pop, com fãs de todas as idades celebrando os 25 anos do programa em 2019 e aguardando ansiosamente a reunião que será promovida pelo HBO Max.
Família Soprano (1999–2007)
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Criada por David Chase, a série da HBO representa um marco nas produções televisivas pela complexidade apresentada na trama e nos seus personagens, além como consolidar a HBO como a casa das produções de TV de qualidade elevada (eventualmente o canal ganhou bastante concorrência nesse quesito, ou seja, quem ganhou foi o público). A história acompanha a vida e da família de Tony Soprano (James Gandolfini), um homem de classe média de Nova Jersey, chefe da família DiMeo e patriarca da família Soprano. Chase retornou recentemente ao mundo da série ao lado de Lawrence Konner para escrever o filme prelúdio que terá Michael Gandolfini no papel que foi vivido por seu pai na TV.
Lost (2004–2010)
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Embora o final de Lost ainda persiga Damon Lindelof (responsável pelas hoje consagrada The Leftovers e a minissérie de Watchmen), não há como negar que a misteriosa série foi responsável por criar um novo tipo de cultura entre o público das séries de TV. O medo de spoiler, as teorias, o desespero para acompanhar a série (que passava com atraso no Brasil). Foi o início de uma nova era em que a televisão e a internet passaram a ser complementares, mudando completamente a forma de consumo dessas produções.
The Office (2005–2013)
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Assim como Friends, o alcance de The Office supera o seu período de exibição, principalmente por sua presença nos catálogos dos serviços de streaming. Quinze anos depois da sua estreia, a adaptação de Greg Daniels para a série britânica de Ricky Gervais e Stephen Merchant, continua na boca e no coração do público, rendendo memes e comoção em qualquer reunião do elenco.
How I Met Your Mother (2005–2014)
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Conhecida como a “Friends de sua geração”, How I Met Your Mother marcou vários fãs que viram um pouco de suas vidas nas histórias de Robin, Barney, Ted, Lilly e Marshall. As dúvidas comuns sobre o começo da vida adulta, como carreira e relacionamentos, são presentes na série, que mostra tudo com tons de humor cheio de duplo sentido. Ainda que How I Met Your Mother tenha envelhecido um pouco mal com algumas piadas, é inegável sua importância na história de vários fãs nas últimas duas décadas.
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Doctor Who (2005– )
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Os anos 2000 também marcaram a volta de Doctor Who, que teve uma fase clássica exibida entre 1963 e 1989. Apresentando a figura do Doutor para uma nova geração e também trazendo de volta elementos clássicos para os fãs antigos, a chamada Fase Moderna de Doctor Who evoluiu bastante ao longo dos últimos 20 anos, tanto em termos de produção, quanto em sua história. Apostando cada vez em fazer ligações da ficção científica com o mundo atual, Doctor Who se modernizou e se tornou relevante em um mercado com cada vez mais lançamentos do gênero.
Mad Men (2007–2015)
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A série criada por Matthew Weiner foi um marco da televisão por seu valor de produção (cenários e figurinos impecáveis que levavam o espectador para todas as transformações da década de 1960) e por seus personagens memoráveis, como o mentiroso/charmoso Don Draper (Jon Hamm) e a destemida Peggy Olson (Elisabeth Moss). A HBO não estava mais sozinha na criação de produções complexas que iam além do entretenimento puro.
Community (2009–2015)
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Community foi um dos primeiros casos mantidos no ar pelo “amor de fã”. A gritaria nas redes sociais manteve a série no ar por cinco temporadas, mas a baixa audiência acabou obrigando a NBC cancelar a produção. Inspirado pela comoção, o extinto serviço de streaming da Yahoo! resgatou a série por mais uma temporada, deixando espaço agora para os fãs pedirem o filme derivado, fazendo referência à fala “six seasons and a movie” (“seis temporadas e um filme”), dita várias vezes ao longo da comédia.
Breaking Bad (2008–2013)
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Criada por Vince Gilligan, Breaking Bad é uma sobrevivente. Passou pela difícil greve dos roteiristas para depois ganhar reconhecimento mundial pela qualidade do seu texto, sua personalidade estética e o carisma dos seus personagens. Com a ajuda de muitas maratonas na Netflix, Walter White e Jesse Pinkman se tornaram figuras centrais na cultura pop e a série se tornou uma das mais reconhecidas pelo grande público na hora de citar uma obra de qualidade na TV.
The Walking Dead (2010– )
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Ainda que a inconstância tenha, ironicamente, se tornado uma constante ao longo das dez temporadas de The Walking Dead (com muitas trocas de showrunner e quedas na audiência), é impossível não incluir a série de zumbis nesta lista, que ainda mantém uma base fiel de fãs. Adaptação dos quadrinhos de Robert Kirkman, o seriado levou os zumbis ao mainstream e estabeleceu um novo tipo de franquia na TV.
Game of Thrones (2011–2019)
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Se Lost foi um marco na TV lá em 2004 por gerar grandes expectativas nos fãs, o mesmo pode ser dito de Game of Thrones. A série da HBO inspirada nos livros de George R.R. Martin provou desde sua primeira temporada que nenhum personagem estava a salvo. Com isso, o seriado levou milhares de fãs todos os domingos para a frente da TV, agora tendo o celular e as redes sociais como segunda tela. Game of Thrones trouxe para a TV atual um padrão de cinema, com batalhas grandiosas e orçamentos que poderiam pagar algum filme em Hollywood. Há um gosto amargo deixado por seu final, mas a produção deixou sua marca na história recente da cultura pop.
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Black Mirror (2011– )
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A antologia de ficção científica criada por Charlie Brooker segue a tradição de Além da Imaginação para apresentar à audiência uma versão alternativa (e na maior parte das vezes sombria) do mundo em que vivemos. Centrada na relação da sociedade com a tecnologia, a série criou em cinco temporadas e um filme interativo diversas reflexões inesperadas, virando meme - “isso é muito black mirror” - por sua capacidade de surpreender o espectador. Já a sexta leva de episódios deve demorar a sair, já que Brooker afirma que no atual contexto da pandemia “as pessoas teriam estômago para histórias sobre sociedades ruindo”.
Brooklyn Nine-Nine (2013– )
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Em uma época em muitos dizem que “não dá mais para fazer humor”, a série de Dan Goor e Michael Schur prova que é possível ser hilária sem ser ofensiva. Lançada em 2013, Brooklyn Nine-Nine se destacou por ser uma comédia sobre a rotina de uma delegacia, ambiente não muito propício para piadas. No entanto, Peralta, Rosa, Terry e vários outros mostraram ao longo de anos que há como mesclar muito humor com pitadas de drama nos momentos certos. Quando a Fox cancelou a produção em 2018, a campanha dos fãs foi tão grande, incluindo nomes como Mark Hamill e Lin-Manuel Miranda, que apenas um dia depois a NBC resgatou a produção, que segue como uma das melhores da atualidade.
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Rick and Morty (2013– )
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Rick and Morty é um desenho que representa bem parte do público atual da cultura pop. Cheio de referências e com um tom niilista, o desenho de Dan Harmon e Justin Roiland mostra um avô gênio meio louco que leva seu neto em aventuras pelo espaço. A parte boa é que Rick and Morty não se leva tão à sério assim e faz questão até de zoar os fãs que têm a produção como uma espécie de religião.
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BoJack Horseman (2014–2020)
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E falando em desenhos que representam as gerações atuais, nenhum faz isso melhor do que BoJack Horseman. O tema de um cavalo que já fez sucesso na TV um dia e busca voltar aos tempos de glória ressoa com os fãs falando sobre traumas de infância, aceitação, problemas de família, vício e um medo constante de nunca ser bom o suficiente para nada. Ao contrário de outras produções que mostram as dificuldades de seus personagens, apenas para depois terminar em um final feliz cheio de superação, BoJack Horseman usa sua linguagem exagerada para mostrar uma realidade dura, porém verdadeira.
True Detective (2014– )
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Ainda que as temporadas seguintes da minissérie transformada em antologia não tenham tido o mesmo impacto, a estreia de True Detective permanece no imaginário da cultura pop. Estrelada pelos amigos de longa data Matthew McConaughey e Woody Harrelson, Rusty e Marty passaram a povoar o imaginário do espectador com suas longas conversas metafísicas (mais do lado de Rusty) e unidade estética sombria e fantástica estabelecida pelo diretor Cary Fukunaga ao longo dos oito episódios.
Fleabag (2016–2019)
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Se há uma coisa que evoluiu nas últimas duas décadas é o humor e Fleabag surgiu para marcar este novo momento. Ao invés de comédias românticas sobre jovens se apaixonando e tendo vários desencontros, a série de Phoebe Waller-Bridge fala sobre o amor de uma forma única e quase cruel, mas que faz sentido com já viveu um pouco para saber que este sentimento tem seu lado bom e ruim. Além disso, o humor rápido e ácido do seriado influencia várias produções atualmente, da TV e do cinema, mostrando todo o talento de Waller-Bridge, contratada para trabalhar no próximo 007.
The Good Place (2016–2020)
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Criada por Michael Schur, roteirista e produtor da versão americana de The Office e cocriador de Parks and Recreation e Brooklyn Nine-Nine, The Good Place escancarou a sua veia filosófica em uma série que tratou de morte, arrependimento, evolução e empatia, criando uma base apaixonada de fãs.
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Stranger Things (2016– )
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Entre as várias transformações da TV nas últimas décadas, uma das maiores é a chegada dos serviços de streaming, que lançam temporadas de uma vez e fazem muitos entrarem na famosa “maratona” para acompanhar tudo rapidamente e não ficar por fora das discussões. Um dos maiores símbolos dessa era é Stranger Things, série da Netflix que resgata a nostalgia dos anos 80, misturando ficção científica com crianças fofas e monstros assustadores. Ainda que não tenha uma história tão inovadora assim, o ritmo da produção criada pelos Irmãos Duffer faz com que os espectadores queiram assistir logo ao próximo capítulo.
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Atlanta (2016– )
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Não é difícil colocar Atlanta entre as melhores séries da atualidade. Criada pelo multitalentoso Donald Glover, o humor e o drama da série têm quase sempre o efeito de um soco no estômago, tocando nas feridas das desigualdades sociais e raciais dos EUA. A direção de Hiro Murai (responsável pelo clipe de “This is America”, de Childish Gambino, ao alter ego de Glover), o texto preciso e o talento do seu elenco, que também conta com Brian Tyree Henry, Lakeith Stanfield e Zazie Beetz, tornam Atlanta obrigatória.