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Bem-Vindos à Vizinhança: Conheça a história real que inspirou série da Netflix

Saiba o que é verdade e o que é ficção no novo suspense do streaming

18.10.2022, às 20H05.
Atualizada em 19.10.2022, ÀS 13H21

Bem-Vindos à Vizinhança, nova minissérie de terror da Netflix, se tornou um sucesso na plataforma em sua primeira semana de estreia. Com a produção executiva de Ryan Murphy (American Horror Story) e Ian Brennan (Dahmer: Um Canibal Americano), o caso surreal da família que compra uma casa e começa a receber cartas ameaçadoras de um desconhecido é baseado em uma história real e com detalhes que parece que saíram de roteiro de TV.

Saiba mais sobre os acontecimentos que inspiraram a nova adaptação:

 

Sobre o que é a história?

Segundo a sinopse da série, depois que Nora (Naomi Watts) e Dean (Bobby Cannavale) Brannock se mudam com os filhos para o que deveria ser a casa dos sonhos no subúrbio, ela rapidamente se torna um pesadelo. Cartas sinistras de alguém que se autodenomina The Watcher são apenas o começo, à medida que os segredos sinistros do bairro se espalham.

Na vida real, o casal é Derek e Maria Broaddus e os acontecimentos começaram em 2014 em Westfield, Nova Jersey. Na época, eles fecharam a compra da residência que possui seis quartos, três banheiros e foi construída em 1905 e que fica na rua Boulevard nº 657 (mesmo endereço usado na série). Em poucos dias, o casal recebeu a primeira de diversas cartas da misteriosa pessoa que realmente assinava os recados como The Watcher (o observador ou vigia, em inglês).

QUANDO FOI A PRIMEIRA CARTA?

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O casal recebeu a primeira carta três dias após fechar a negociação da casa, na época, o local estava em reforma, então a família ainda não havia se mudado. “Querido novo vizinho no 657 Boulevard, permita-me dar-lhe as boas-vindas ao bairro”: é dessa forma calorosa e irônica que o autor misterioso dá as boas-vindas ao casal recém-chegado, mas logo o conteúdo do bilhete se torna pouco amigável.

"O 657 Boulevard tem sido o assunto da minha família há décadas"; diz o escrito segundo a reportagem da New York Magazine de 2018. "À medida que se aproxima de seu 110º aniversário [a casa], fui encarregado de observar e aguardar sua vinda. Meu avô vigiava a casa na década de 1920 e meu pai na década de 1960. Agora é minha vez".

O remetente menciona um segredo por trás da residência e diz que as paredes escondem algo. "Você conhece a história da casa? Você sabe o que está dentro das paredes do 657 Boulevard? Por que você está aqui? Eu descobrirei". 

Assim como na ficção, as cartas eram sempre assinadas como “The Watcher”, nome que leva a série em inglês.

QUAIS FORAM AS AMEAÇAS?

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Ao longo das cartas indesejadas que recebiam, Derek e Maria ficaram impressionados com a quantidade de informações que essa pessoa sabia sobre eles e sua família, incluindo os nomes e a ordem de nascimento de seus três filhos (na série, são dois).

Depois da segunda carta, Derek e Maria pararam de levar as crianças para onde seria o novo lar. Semanas depois, eles receberam outra carta. “Para onde você foi?” O Vigilante escreveu. “O 657 Boulevard está sentindo sua falta.”

Também havia provocações, como "Sua antiga casa era pequena demais para a família em crescimento? Ou foi ganância me trazer seus filhos?”, e ameaças de morte direcionadas à família: "Talvez um acidente de carro. Talvez um incêndio".

O QUE A POLÍCIA DIZ?

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Derek e Maria acionaram a polícia para uma investigação, mas os resultados não foram o esperado. Foram feitos testes de DNA nas cartas e a única informação obtida foi que se tratava de uma mulher. As autoridades realizaram também exames na vizinhança, mas ninguém era compatível com a anônima.

De fato, o casal na vida real não apenas contratou um detetive particular como também levaram o caso à uma agente do FBI - uma vez que o marido tinha uma amiga que era agente - mas não obtiveram respostas.

O VIGILANTE FOI PEGO?

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Apesar dos esforços, até hoje ninguém sabe a real identidade do autor (ou autores) das cartas. Mesmo o casal tendo suspeitado de dois vizinhos por situações estranhas, a polícia os descartou através das investigações e teste de DNA.

Curiosamente, os vizinhos peculiares que o casal tem na série são baseados na vida real. O casal Mitch e Mo, que observam a residência dos protagonistas em cadeiras no jardim, fizeram isso na vida real, mas foi concluído que eram apenas bisbilhoteiros. Enquanto os irmãos Winslow seriam inspirados na família Langford, que consiste em Michael - uma pessoa diagnosticada com esquizofrenia - e a irmã Abby, que moram na vizinhança desde a década de 1960. Ambos também foram investigados pela polícia, mas os perfis não batiam com o do autor das cartas.

O QUE ERA FICÇÃO?

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Como toda adaptação, alguns detalhes adicionados foram liberdades dos produtores. Dentre elas, os túneis e passagens secretas da casa estão presentes apenas na série. Alguns detalhes dos vizinhos também são irreais, como Mitch e Mo serem de um culto sangrento.

A investigadora Theodora Birch (Noma Dumezweni) não era exatamente como na série, infelizmente. Sabe-se que, na vida real, as vítimas contrataram um detetive particular para investigar sobre o paradeiro das cartas, mas não há uma confirmação de que o detetive é uma cantora de jazz que trabalha neste ofício como na minissérie.

QUE FIM ACONTECEU COM O CASAL?

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Após a série de ameaças, Derek e Maria não se mudaram para a casa 675 e tentaram vendê-la ao longo de cinco anos. Houve um período em 2017 em que conseguiram alugar para uma pessoa, mas a mesma também começou a receber as cartas. Dois anos depois, finalmente a residência foi vendida, em umvalor muito abaixo de quando o casal comprou.

Atualmente, os Broaddus moram na mesma cidade, mas o endereço não foi divulgado para preservar a privacidade deles que, desde o começo, queriam sossego e paz no novo lar.