Maísa e Larissa Manoela em De Volta aos 15 (Reprodução)

Séries e TV

Crítica

De Volta Aos 15 faz de sua 3ª temporada um encerramento perfeito para os fãs

O último ano da série estrelada por Maisa e Camila Queiroz chega nesta quarta-feira (20) à Netflix

21.08.2024, às 04H00.

Na era dos cancelamentos cada vez mais frequentes e abruptos, é sempre uma vitória quando uma série consegue chegar ao fim por conta própria - e melhor ainda quando ela consegue dar um fim digno para a história que construiu até ali. Felizmente, foi o caso de De Volta Aos 15.

O fim nesta terceira temporada é ainda mais especial porque os fãs não faziam ideia do que esperar. Apesar do segundo ano já ter se distanciado levemente dos livros de Bruna Vieira em que a série foi baseada, De Volta aos 15 chegou à nova leva de episódios em uma situação bem diferente: a saga literária se encerra no segundo volume, então a série não tem mais no que se apoiar. Por sorte, a equipe de roteiristas encabeçada por Vitor Brandt soube manter a essência da narrativa original e, ao mesmo tempo, honrar a identidade nova que a série construiu a partir da química do seu elenco.

O Fabrício de João Guilherme, por exemplo, que foi feito para ser o “garoto problema” dos livros, encontrou sua redenção na relação construída aos poucos e de maneira fofíssima com a Anita de Maisa. Enquanto isso, a doçura de Antonio Carrara como Joel fez o personagem receber um destaque maior na série, se tornando chave para as viagens do tempo da protagonista - que, neste terceiro ano, ganham uma nova regra. 

Antes, Anita (vivida por Camila Queiroz aos 30 anos) precisava logar no Floguinho para voltar ao passado, e publicar uma foto em sua conta para avançar para o presente. Desta vez, no entanto, após decidir deletar a rede social, a garota perdeu o controle das viagens. Em vez de voltar aos 15 anos, ela volta para a sua época de faculdade, aos 18, de forma aleatória. E a nova dinâmica guia as decisões de Anita para a temporada, já que ela precisa entender o que aconteceu para que consiga encerrar de vez o “vai e vem”.

Mais do que isso, no entanto, o roteiro se aproveita da novidade para aproximar o elenco jovem à idade de seus personagens e também trazer um amadurecimento necessário para a história. A faculdade traz dúvidas, questionamentos e inseguranças ainda mais fortes para o grupo e torna a história um pouco mais universal para seu público. É daí também que vem o ótimo acréscimo de Emira Sophia (Perdida) ao elenco como Jéssica - a personagem é cativante e responsável por um dos momentos mais emocionantes da temporada, no terceiro episódio. E seu foco não acontece em detrimento aos outros coadjuvantes, já que Camila (Nila) e Carol (Klara Castanho) continuam com crescimentos pessoais importantes.

Por fim, não podemos deixar de falar da novidade mais notória no elenco: Larissa Manoela, que já dividiu as telinhas com Maisa em Carrossel e com João Guilherme em Cúmplices de um Resgate, chega para fazer um fanservice bem executado (uma cena do episódio 4 é o ápice disso). Esbanjando intimidade com seus colegas de elenco, ela se entrosa sem nenhuma dificuldade ao grupo de protagonistas.

Se De Volta Aos 15 falha, é quando esquece o tom mais maduro que a própria temporada estabeleceu como premissa. Algumas cenas parecem não levar o público a sério e vão arrancar risadas ou vergonhas alheias em momentos inoportunos - o clímax do último episódio acaba perdendo toda a força por isso. Mas é fácil relevar os obstáculos no caminho, porque no fim das contas De Volta aos 15 encontra uma forma de dar aos fãs o final emocionante e fofo que eles estavam esperando desde o começo, encerrando a série com aquele quentinho inconfundível no coração.

Nota do Crítico
Bom