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Crítica

Guardiões da Galáxia aquecem para sua despedida em Especial de Festas divertido

Produção aproveita clima natalino para adiantar tramas do terceiro filme da franquia comandada por James Gunn

23.11.2022, às 17H14.
Atualizada em 01.12.2022, ÀS 11H07

Com a nova expansão televisiva do MCU iniciada na era do Disney+, parecia uma questão de tempo para o Marvel Studios lançar um especial de Natal, entretenimento familiar tradicional e que costuma atrair bastante audiência, especialmente em países do Hemisfério Norte. A essa altura do campeonato, James Gunn não é mais sinônimo de subversão, e Kevin Feige coloca sua primeira empreitada natalina nas mãos do diretor, que traz seus Guardiões da Galáxia para mais uma aventura cheia de emoção, risadas e, como virou costume na franquia espacial, laços familiares improváveis.

Antes de mais nada, é preciso pontuar que esse especial de Natal não é uma produção típica do MCU. Por mais que adiante alguns pontos que serão explorados em Guardiões da Galáxia vol. 3, Gunn se preocupa única e exclusivamente em contar uma história sobre Mantis, Drax e a amizade brutalmente honesta de ambos. Relegados a tramas secundárias desde 2017, Pom Klementieff e Dave Bautista têm sua primeira chance de brilhar de verdade no universo Marvel e a aproveitam mostrando uma química incrível e um timing cômico certeiro.

Conforme as prévias já adiantaram, o especial dos Guardiões traz a dupla de mercenários inconvenientes vindo à Terra para sequestrar o ator Kevin Bacon, que eles acreditam ser um grande herói, para dá-lo de presente a Peter Quill (Chris Pratt). Como já era de se esperar, essa boa vontade dos dois logo sai pela culatra e eles acabam se metendo em algumas confusões típicas de filmes da Sessão da Tarde, que se resolverão em 40 minutos graças à magia do espírito natalino. Essa previsibilidade não interfere na potencial diversão para os espectadores nem no clima otimista que carrega a produção do começo ao fim.

Fã de produções natalinas, Gunn entende que a previsibilidade do subgênero é também sua fonte de conforto. A certeza de que as coisas vão dar certo no final permite que o público aproveite quase todo o especial com um sorriso no rosto e absorva a explosão de cores e bizarrices que o cineasta traz para as telinhas.

Talvez o único problema de fato do especial esteja em seu humor repetitivo. Usar Drax e Mantis como peixes fora d’água inegavelmente funciona quando eles ocupam papéis coadjuvantes, mas promovê-los a protagonistas faz com que a maioria das piadas pareça uma reciclagem de momentos mais engraçados dos longas dos Guardiões da Galáxia.

Felizmente, a chegada de Bacon no final da primeira metade do especial dá uma nova dinâmica à situação. O astro de Footloose e X-Men: Primeira Classe se entrosa de forma surpreendentemente rápida com seus colegas e sua participação acaba sendo um presente não só para Quill, mas para o público em geral. A situação absurda promovida pelo estilo de Gunn dá espaço para o ator exercitar seu talento cômico ao fazer graça de si mesmo e, de certa forma, de Hollywood como um todo.

Como já virou rotina na filmografia de Gunn, a trilha sonora do especial de Natal dos Guardiões da Galáxia casa perfeitamente com cada cena. As faixas natalinas ditam o ritmo da trama e trazem uma inocência típica das produções de final de ano como Como o Grinch Roubou o Natal ou O Natal do Charlie Brown. Mesmo a canção original cômica dos Old 97’s, que está bem mais para "Blitzkrieg Bop” que “Noite Feliz”, ajuda a estabelecer o clima festivo e divertido dessa nova apresentação do Marvel Studios.

Bem menos megalomaníaco do que a maior parte das produções da recém-encerrada Fase 4, o especial de Natal do Guardiões da Galáxia usa seus 40 minutos para entregar uma necessária dose de otimismo e conforto para o que deve ser o primeiro Natal “normal” pós-pandemia. Gostosa de assistir, a produção é uma abertura bem-vinda para a temporada de festas de final de ano e, de certa forma, uma boa primeira impressão para a Fase 5 do MCU.

Nota do Crítico
Ótimo